Capítulo 2

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Acordei com o despertador, me estiquei para ver as horas, eram quase meio-dia, meu turno começava apenas ás cinco, então eu ainda teria muito tempo livre.

Aproveitei o tempo e tentei achar uma maneira de pagar o aluguel, mais algumas semanas e eu seria expulsa daqui. Limpei a casa também, apesar de o apartamento estar caindo aos pedaços, ainda faço de tudo para ele dar uma boa impressão, mas isso seria um milagre.

Estava saindo do banho quando escutei o celular tocar, apertei mais o nó da toalha e cai na cama, procurando o celular no meio das cobertas, quase ignorei a ligação quando vi quem era no visor.

- Olá, lindeza - podia visualizar seu sorriso malicioso.

- Diga o que quer, Taylor.

- Só liguei para confirmar se você sabe seu horário.

- Claro que sei, Taylor.

- Nos vemos daqui a pouco então, gata - antes que pudesse o mandar para a puta que pariu, ele desligou.

Respirei fundo antes de me vestir, dizendo para mim mesmo que era apenas mais um dia e que logo eu estaria em um trabalho melhor.
Eu realmente sabia iludir alguém.

Vesti uma calça jeans justa e uma blusa branca, as roupas das garçonetes e stripers ficavam lá, já que era Taylor que as escolhia todo dia. Fui até a garagem pelas escadas, não tinha que me preocupar se faria barulho e acordaria a velha que me cobra o aluguel, pois estava de tênis.

Fui de carro até o Club, como sempre, me sentia mais confortável em ir assim já que se tivesse que ficar algumas horas a mais, teria transporte garantido.

Entrei pela porta dos fundos, dando de cara com Jenny, acho que ela não gostava de mim, já que sempre me olhava com cara feia, algumas garotas me disseram que era porque ela tinha uma queda por Taylor e ele sempre estava atrás de mim, mal sabia ela que podia fazer bom aproveito dele.

- Sky - disse me nome, passando por mim como um jato.

Sky era meu nome falso que eu usava, apenas Taylor sabia o verdadeiro, me sentia mais confortável com outro nome, assim não teria pessoas trás de mim ou querendo saber da minha vida, e m sentia menos culpada por estar em um trabalho desse em vez de um mais decente.

Tenho certeza que meus pais nãos se orgulhariam de mim.
Fui separada deles de criança, depois vivi anos em um orfanato e tive que me virar quando já era maior de idade, procurei empregos em todos os lugares, mas o único que me aceitou foi esse, um maldito Club de Striper.

Entrei no camarim, encontrando algumas garotas se arrumando e rindo de alguma coisa idiota.

- Pronta para mais uma noite, Sky? - uma menina que eu não me recordava o nome perguntou.

- Sinceramente? Não.

- Nem nós, na verdade, nunca estamos - sorriu reconfortante - Vamos, menina, está no nosso horário - chamou as outras garotas, que saíram atrás dela e me deixaram sozinha no camarim.

Vesti o top que só servia para tampar meus seios e a minissaia que deixava quase toda minha bunda à mostra. Passei uma maquiagem leve, soltei os cabelos e passei o indispensável batom vermelho-sangue, era quase que um uniforme para todas as garotas daqui.
Sai para fora, mal coloquei os pés no bar e logo senti o cheiro de Taylor, o cara tomava banho com perfume.

- Você vai ficar até ás quatro hoje.

- Mas meu horário vai até ás duas.

- Não me interessa, ou fica ou nunca mais volta, você que escolhe - não respondi, claro que precisava do emprego, ele sabia disso.

Bufei, indo pegar o bloco para anotar os pedidos e depois saí pelo salão, atendendo as mesas.
...

Passava da meia-noite e a minha cabeça parecia explodir depois de tantos pedidos, não parei uma só vez para respirar e hoje o salão parecia mais lotado, também estava cansada das inúmeras mãos bobas que passavam pela minha bunda e eu não podia reclamar, caso contrario levaria uma bela advertência.

Me sentei no bando do lado de dentro do bar, vendo Sammy se aproximar e apoiar os cotovelos no balcão.

- Cansada?

- Não imagina o quanto.

- Ouvi dizer que vai ficar até ás quatro.

- Infelizmente.

- Bom, então se fosse você voltaria a trabalhar - sorriu, voltando para a porta, junto com Aaron.

Sammy e Aaron eram meus amigos, dois dos vários seguranças daqui, eles me ajudava quando alguém estava bêbado demais ou passava do limite.
Depois de quase meia-hora atendendo mais clientes, dessa vez no bar, senti alguém me cutucar as costas, me virei e vi Jenny, com um papel nas mãos.

- Aquela cara mandou te entregar- me entregou e saiu pisando duro.

Olhei para o lugar que ela tinha apontado, meu sangue gelou quando vi quem era, os palavrões ficaram presos na minha garganta, até aqui ele me seguiria? Como diabos ele descobriu onde eu trabalhava?

Mr.DallasOnde as histórias ganham vida. Descobre agora