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Bianca mantinha os olhos no par de coxas que Rafaella tinha exposto sobre o sofá. Ambas conversavam naquele fim de tarde, contudo era difícil não olhar quando a garota em sua frente era extremamente simpática e gostosa.

Bem gostosa.

-- Seria tão mais fácil se tivéssemos um pênis. "Rafaella reclamou e automaticamente Bianca apertou mais a almofada contra seu colo".

-- Vocês usariam como rato de laboratório a pobre pessoa. "Bianca disse".

-- Minha mãe me dizia isso.

-- Não seria bem assim. "Rafaella se defendeu".

-- Precisamos procriar. Talvez pediríamos para ele nos doar seu sêmen, para tentar recriar o cromossomo Y mudando a genética, assim não seria filho dele.

-- E implantaria no útero de todas as mulheres? "Bianca indagou e Rafaella riu".

-- Bem, as que quisessem ter filhos.

-- Você quer? "Bianca perguntou por impulso".

-- Na verdade, sim. Só não agora. "Rafaella explicou".

-- Mas minha mãe disse que vocês prenderiam a pessoa que tivesse pênis. "Bianca arriscou continuar o assunto".

-- Somente por proteção enquanto realizássemos os exames de sangue. Não seria nem três horas isso. "Rafaella explicou".

-- Sua mãe tinha um péssimo conceito de nós.

-- Talvez ela tenha visto todos morrerem. "Bianca disse com frieza".

-- Ela não foi a única. Todas perdemos alguém. "Rafaella disse com veemência. Bianca queria contar a Rafaella que talvez poderia servir de grande ajuda, porém seu medo ainda falava mais alto. Foram anos fugindo, anos ouvindo sua mãe dizer para não contar a ninguém que tinha um pênis".

Ela sequer conseguia decifrar o porquê de não ter sido atingida. Se era um vírus do ar que atingia o cromossomo Y, por que ela ainda estaria viva? Sendo que o ar ainda estava, possivelmente, contaminado.

Por ser intersexual? Impossível, afinal ela não era a única mulher intersexual do mundo.

-- Você ficava com homens antes disso acontecer? "Bianca perguntou e Rafaella negou".

-- Eu era muito nova. "Rafaella explicou rindo".

-- Tive as paixonites na escola, aquelas da infância, sabe? Mas, apesar de o brinquedinho deles ser bastante atrativo, pelo menos nos vídeos, eu nunca vi graça em homem. São... não sei explicar. Parece que não têm sabor. Totalmente sem sal ou açúcar, sabe?

-- Entendo. "Bianca disse, comemorando internamente a parte onde Rafaella disse que o "brinquedinho" deles era bastante atrativo".

-- E você? "Rafaella perguntou, causando um constrangimento terrível em Bianca".

-- Sempre gostei só de mulheres. " Disse baixo, baseando-se no que seus olhos viam, afinal ela nunca havia se relacionado com ninguém. Quando tudo aconteceu ela tinha apenas doze anos, e agora com vinte e cinco ainda era virgem".

Já havia dado alguns beijos em algumas garotas ao longo dos anos, mas sempre fugia, afinal não poderia avançar na relação; não poderia revelar que era intersexual.

-- Manu foi comprar algumas cervejas na cidade. Você bebe?

-- Nunca bebi. "Bianca revelou e Rafaella a olhou boquiaberta".

-- Pois bem, hoje será sua primeira vez. "Bianca sorriu,porém inevitavelmente maliciou a frase".

O último pênis (RaBia)Waar verhalen tot leven komen. Ontdek het nu