Capítulo 20 - Querido diário

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Vinte.

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QUERIDA RHEA,

Não.

Querido diário,

Eca.

Rhea na área!

Hoje é dia 27 de dezembro de 1976. Angela me convenceu a começar um diário para aprender a me expressar melhor, então afanei vários rolos de pergaminho do armário dos professores do segundo andar. Ela me contou que Lily se ofereceu para fazer rodas de conversa, certa de que, se eu aprendesse a expressar e a falar sobre meus sentimentos, meus pesadelos e meu temperamento melhorariam. Graças a Merlim, Angela não acatou a ideia. Não contou a Lily, mas me explicou que acredita que preciso saber o que são sentimentos antes de expressa-los. Depois daquela patifaria de ontem, e a carta enigmática de Ben, decidi que valeria a pena tentar.

Descobri que existe um termo trouxa para pessoas que não sentem nada: psicopatas. Estou com medo de ser um. Li que eles fazem coisas ruins porque são incapazes de qualquer ligação emocional. Bem, eu já fiz coisas horríveis e não tenho ligações emocionais com ninguém além de Angie. Talvez eu seja uma psicopata. Estou apavorada.

Bem, não quero viver com o medo de ser uma psicopata, e estou com medo de contar a Angie e ela se afastar de mim com medo que eu faça algo de ruim com ela.

Mas, pensando bem, sei de um punhado de coisas que já senti. Felicidade quando as férias de verão acabavam e eu voltava para Ilvermorny, saudade quando eu pensava em Ilvermorny todos os dias durante as férias de verão, ciúmes quando via Angie fazendo novas amizades, raiva e ódio a todo instante, preocupação antes das provas... eu sou capaz de sentir tudo isso.

Talvez eu seja apenas incapaz de amar. Bem, eu amo Angie, eu acho. É minha única família. Mas como sei se amo alguém?

E se nunca ninguém me amar? E se Angie estiver fingindo desde sempre, me espionando para Antonella? E agora que não tem mais para onde ir, só está seguindo a maré?

Que inferno. Se escrever um diário era pra me deixar melhor, não ajudou em nada.

Quer saber, diário, pegue tudo o que eu escrevi e enfie no meio do olho do seu...

Rhea bufou, amassando teatralmente o pergaminho de cima da mesa e lançando para longe. A bolinha quicou na beirada da lixeira e tombou no carpete, bem ao lado de outras três. Rhea podia, com um movimento da varinha, livrar-se de todo aquele lixo, mas estava emocionalmente exausta para se preocupar com a higiene. Sentimentos eram um saco. Sua vida estava ótima antes dela se preocupar com eles.

ilvermorny girl | sirius blackWhere stories live. Discover now