Capítulo 17 - Desencanto

Começar do início
                                    

— Não amarelo porcaria nenhuma! — rangeu Sirius — Tentei impedir que ela comesse os bombons porque já tinha conseguido o que queria dela, os bombons atrapalharam tudo e estragaram todo o plano.

Remo balançou a mão com raiva na direção de Sirius.

— Ah, entendi — ele riu com sarcasmo —, foi tudo parte do plano, não é? Chorar na Comunal, quebrar as coisas, ter medo da reação dela depois que o efeito passar. Tudo parte do plano infalível dos grandes James Potter e Sirius Black.

Sirius empinou o nariz com raiva.

— Não estou chorando.

— Claro que não, seu rosto está inchado porque é alérgico a sua própria cara de pau.

— Cale a boca, Remo!

— Cale a boca você, Sirius! Estou cansado de ver você sofrer por nada — esbravejou Lupin — Entendo que chore por sua família, pelo que está acontecendo com seu irmão e pela sua vontade de sair de casa. Não é o suficiente? Precisa criar outros problemas para si mesmo?

— Acredite, se eu pudesse me livrar de Rhea eu faria. Qual a sua grande ideia? — Sirius gritou de volta.

Lupin se aproximou nervoso de Sirius.

— Minha grande ideia é que você cale essa sua maldita boca e pare de continuar mentindo para si mesmo. — falou ele entredentes — Estamos fartos de ver James resmungando pelos cantos por causa de Lily Evans, e ele não me parece nem um pouco envergonhado porque sabe que nós vamos apoia-lo independente de qualquer coisa. Já passou da hora de você admitir que também gosta de Rhea. Se tivesse um pouquinho de coragem e contado dos seus sentimentos para James, estou certo de que ele nunca teria montado esse plano ridículo. Isso tudo é culpa sua! Pode ficar com raiva de mim, de James ou de Rhea o quanto você quiser, mas fique sabendo que você é o maior responsável por isso tudo.

Sirius não soube como responder, sentindo como se tivesse sido acertado por um soco no estômago. Se bem que um soco de Lupin certamente teria doído menos do que a surra de realidade que ele havia acabado de levar. Os olhos voltaram a arder e a garganta se fechou. A lembrança da sensação de ter Rhea encostada em seu corpo contra a parede o fez perder o ritmo da sua própria respiração, o peito apertado de uma forma estranhamente dolorida. Ele não sabia o que pensar ou dizer a respeito das falas de Lupin. Seu único instinto foi dar risada.

Remo não pareceu surpreso ao ver Sirius gargalhar. Ele cruzou os braços e se aproximou do melhor amigo em silêncio, pronto para dar-lhe um abraço.

O abraço, entretanto, não aconteceu. O som da risada de Sirius foi abafada pelo barulho do quadro da mulher gorda se abrindo, fazendo Lupin se virar. Sirius imediatamente parou de rir, sentindo toda a graça do mundo se esvair quando viu Rhea passar pela porta, os passos rápidos e ecoantes contra o carpete, os olhos presos em Sirius com uma fúria que ele não havia visto nem quando sugeriu que ela fosse uma lobisomem.

— Seu canalha nojento! — ela gritou antes que Sirius ou Lupin pudessem processar a ideia de que ela havia entrado — Sem-vergonha! Cafajeste miserável!

Rhea chegou perto o suficiente para lhe dar um empurrão. Sirius ainda estava em choque ao se desequilibrar, batendo as costas contra o aparador. Estava tão apavorado e perplexo que não doeu. Sequer se moveu, permanecendo inerte quando Rhea partiu para cima dele de novo — e teria lhe acertado um belo de um soco, se Lupin não a tivesse interceptado e a puxado para trás. Ela puxou sua varinha e a apontou para Sirius, Remo tentou segurar seu braço, Sirius torceu para que ele não segurasse porque sabia que merecia. O barulho havia chamado a atenção dos demais alunos da Grifinória, que surgiram das escadas, inclusive Lily Evans, com uma careta de susto.

ilvermorny girl | sirius blackOnde histórias criam vida. Descubra agora