Ohana

A tia Lala miu

- Marquinhos Narrando -

Vendo a família da Lara no hospital eu entendi quando ela mencionou a tatuagem e todo o significado por trás dela. Mesmo sem conhecer eles eu sabia que uma peça faltava ali, eu sabia o quanto um era importante para o outro e o quanto um importava para o outro. O irmão dela estava sentado no chão e com a cabeça deitada no colo do Fernando, Miguel tinha saído a alguns minutos quando o telefone tocou.

- Quem era? - Fernando perguntou assim que Miguel voltou

- Mariana - falou olhando pro marido - Ela está preocupada mas tentando acalmar a família

- E o Noah? - perguntou pelo caçula da família

- Se distraiu com as crianças - Miguel falou e o médico entrou na sala, falou algo baixo com eles e os dois se levantaram. Caio se levantou e veio na minha direção

- Eles foram vê-la - falou se sentando ao meu lado - Depois é nós dois, se você quiser entrar é claro

- Eu quero sim, preciso vê-la - falei olhando pra ele

- A Lara fala muito de você e da sua filha - falou me deixando surpreso

- Sério? - perguntei e ele assentiu

- Ela é apaixonada na sua garotinha, manda foto o tempo todo pra gente - falou e eu sorri - Ela ama sua filha

- Eu sei - falei sorrindo - Elas se dão super bem e eu acho isso incrível porque foi algo rápido

- Ela fala de você também - falou e eu olhei pra ele

- O que exatamente? - perguntei curioso

- Que você as vezes é um babaca mas um babaca de bom coração - falou e eu podia imaginar a Lara falando essas coisas

- Ela conta tudo pra vocês, né? - perguntei e ele assentiu

- Não existe segredo entre nós 4 - falou e antes que eu falasse algo os pais dele voltaram com o médico, eles estavam com o rosto bem vermelho por conta do choro - Podemos ir? - perguntou engolindo a seco

- Vem comigo - o médico falou e fomos seguindo ele - Infelizmente o tempo é curto e eu não posso aumentar

- Tudo bem - falei e a enfermeira colocou na gente uma roupa apropriada, tocou e máscara, fomos sendo guiado até uma porta que estava escrito CTI. Era muito estranho vê-la daquela forma, ela estava cheia de fios e ligada a uma máquina de hemodiálise.

- Oh, minha pequena - Caio falou chorando e se aproximou da cama, segurou a mão da irmã e beijou a mesma - Você vai sair dessa e ainda vamos rir de tudo isso - falou baixinho e eu me aproximei da cama, deixei um beijo na testa

- Melhora pra gente ir pra casa, tá? A duda está morrendo de saudades de você - sussurrei no ouvido dela e escutei o irmão dela cantando uma música baixinho, prestei atenção e percebi que era uma música que ela vivia cantando - Que música é essa? - perguntei quando ele parou de cantar

- Ela ama essa música - falou fungando - É a nossa música

- É uma música bonita - falei e a enfermeira entrou no quarto nos chamando

- É sim - falou e eu limpei o meu rosto, demos um último beijo nela e saímos do quarto, tiramos a roupa e entregamos pra enfermeira que jogou no lixo

- Eu vou pra casa, preciso vê minha filha e tomar um banho - falei com os pais dela quando entramos na sala de espera - Mas volto ainda hoje

- Vai e descansa - Fernando falou me olhando

- Vou tentar - falei e me despedi deles

Quando cheguei em casa a Duda estava assistindo um desenho na sala com a dona Lígia, assim que ela me viu correu pro meu colo. Abracei a mesma e parece que minhas forças se renovaram quando peguei minha filha no colo.