Capítulo 11: A Fome De Taurus.

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Saeran fixou o seu olhar nos meus ao ouvir outro barulho vindo da janela aberta. Nós os dois viramos a cabeça de imediato e deparamos com um ser de olhos vermelhos mirados em nós. Ele estava empoleirado na janela aberta com duas asas muito parecidas às dos morcegos, que sobressaiam das suas costas. A sua boca tinha dentes bem afiados, que facilmente podiam rasgar a carne.

- Risya, corre! - Saeran me chamava mas eu não conseguia mexer as minhas pernas,  eu estava petrificada de olhos esbugalhados de horror.

Nunca tinha visto um ser tão medonho em toda a minha vida. Apesar do corpo humanoide da criatura, o seu rosto por outro lado não tinha aspecto humano. Ele adentrou pelo quarto, fixou os seus olhos avermelhados em mim e me marcou como a sua presa. A sua boca começou a salivar e a sua língua comprida saiu fora palpando o ar ao seu redor. A estranha criatura inspirou o ar e expirou embriagado.

- Que cheiro delicioso. - ele passou a língua pela sua boca. - Humana cheira bem! Taurus tem fome.

- Maldição! - ouvi Saeran a praguejar alto - Risya o que estás a fazer aí parada, mexe-te.

Fiquei pregada ao chão, paralisada pelo medo que eu sentia ao ver a criatura asquerosa à nossa frente. Por mais que eu tentasse mexer o meu corpo ele não me respondia. Era como se eu estivesse a ser controlada por aqueles olhos avermelhados.

- O meu corpo não me responde. - forcei a minha voz que saiu num grito de puro desespero. - Não consigo me mexer.

- Merda, tu foste marcada.

- Saeran! - gritei com o meu olhar pregado no monstro. Ele estava parado de olhos fixos em mim. - O que queres dizer com isso ?

- Acho que ele está a controlar o teu corpo - pelo canto do olho vejo Saeran a tirar uma fita vermelha do bolso e prendeu o seu longo cabelo escuro num rabo de cavalo - Os demônios fazem isso com as suas presas durante a caçada.

- Durante a caçada? - Um sorriso nervoso saiu dos meus lábios que logo se transformou numa careta de desgosto - Eu não quero me transformar no jantar desse Demônio. Faz alguma coisa, caramba!

- Eu estou a pensar…

- Não pense, aja! - exclamei em desespero

- As coisas não são assim tão simples. - Saeran suspirou em frustração - Eu só posso atacar quando ele quebrar o contacto do seu olhar em ti.

O monstro deu um passo em frente e os pelos da minha nuca arrepiaram-se.

- O que acontece se atacares antes disso?

- Qualquer dano que seja feito nele, tu também sentirás de igual forma.

- Resumindo, estou ferrada.

- Literalmente… - ele respondeu ao meu lado e só me apeteceu matá-lo. A culpa era dele por nunca entrar pela porta como as pessoas normais.

Taurus deu um segundo passo na minha direção, os seus lábios a delinearam um sorriso asqueroso, e o meu coração apertou no meu peito aflito.

"Pensa Risya, como irás sair dessa situação."

Naquele momento algo na minha mente iluminou-se e pude ver uma luz no fim do túnel.

- O feitiço de Cyrus. - disse em voz alta e senti os olhos de Saeran cravados em mim.

- O que tens em mente?

- Usa um feitiço e me atira para fora do quarto.

- O quê? Estás maluca?

- Confia em mim e faz o que te digo. - Eu preferia aguentar a dor das correntes mágicas apertadas na minha pele do que ser devorada viva por aquele monstro. - Saeran, é mais fácil eu sobreviver às correntes do que a esse demônio. Faz isso agora.

Ele me olhou durante uns segundos antes de acenar com a cabeça em concordância.

- Vento! - gritou ele com as mãos esticadas na minha direção - Vamos a isso. Estás preparada para voar?

No momento que ele disse isso o meu corpo começou a flutuar no ar. Eu olhei na direção de Saeran e fiquei admirada pela beleza da sua magia. Uma luz azulada emanava do seu corpo e vinha na minha direção. Um vento morno me aqueceu e empurrou-me para fora do quarto. Passei a centímetros das garras de Taurus, que saltou na minha direção na mesma altura. Saeran aproveitou o momento de distração do demônio e atirou uma rajada de vento na sua direção. Ele usou o vento no seu próprio corpo e  impulsionou-se contra o monstro, fazendo-o cair em queda livre no chão fora do quarto.

Tal como eu previa, assim que sai pela janela as correntes apareceram ao meu redor e me puxaram com tamanha força que fui projetada para dentro do quarto. O meu corpo colidiu com a porta fechada e por um momento tudo ficou turvo e a minha visão escureceu. Com a dor a latejar dolorosamente no meu corpo, a minha respiração pareceu ter falhado por um momento com o impacto. Eu lutava para não perder a minha consciência. Desmaiar não era uma opção quando a minha vida estava em perigo.

- Risya! Estás bem? - gritou o rapaz que se mantinha a flutuar do outro lado da janela. O seu olhar demonstrava uma profunda preocupação por mim e isso o distraía do monstro que apareceu atrás dele.

- Cuidado! Atrás de ti. - gritei em agonia ao reparar no demônio que apareceu atrás dele com uma bola negra de energia mágica pronto para lhe atirar. - Saeran!

"Merda, preciso de fazer alguma coisa ou ele irá morrer."

Pensei em pânico enquanto eu levantava do chão e corria na direção da janela com as mãos esticadas. O meu corpo emanou a mesma sensação de quando eu atirei aquela bola de energia mágica contra o Cyrus. As minhas mãos se iluminaram com uma luz branca que se espalhou pelo meu corpo. Uma explosão de energia se criou a minha frente e foi na direção de Saeran e do demônio. Com os meus olhos esbugalhados percebi que aquela bola de energia também iria apanhar Saeran e não era isso a minha intenção.

- Não. Não! - gritei em total desespero com as lágrimas a queimar nos meus olhos. - Saeran foge!

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Olá 👋 meu amores. O capítulo saiu espero que gostem.

A vida de Risya não está nada fácil em Antalya, portando vamos lhe dar alguma força com comentários e votos, sim?!

Beijinhos 😘

AS CRÔNICAS DE ANTALYA [Em Pausa ⏸] Where stories live. Discover now