Cp: 2 - Imensidão do seu olhar azul

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Depois de aceitar a minha missão naquele mundo, foi-me dado um quarto dentro do castelo da rainha Lya. E rapidamente espalhou a notícia de que tinha uma Sacerdotisa no castelo. A verdade é que eu não entendia como a notícia se espalhou em tão pouco tempo. Não tinha passado nem uma hora e o Castelo já estava cheio de gente, vindo de vários locais do reino para me conhecer. Eu olhei pela janela, para a multidão de pessoas que estavam no pátio do castelo. Eles cantavam e dançavam ao som de uma melodia de flauta que um rapaz tocava.

Alguém bateu à porta e entrou sem esperar pela minha resposta. Uma anciã idosa entrou com algumas jovens mulheres atrás dela. Contei quatro mulheres além da anciã. Todas elas estavam com lindos vestidos brancos, que lhes caía maravilhosamente bem no corpo. Salientava as graciosas curvas das jovens. Os meus olhos cai nelas com inveja da sua beleza angelical. E a cobiça tomou conta de mim. Eu queria aqueles malditos vestidos. Só pensava em fazê-las despir aqueles vestidos maravilhosos e guardar para eu levar para casa. Será que como Sacerdotisa eu poderia obrigá-los a dar-me tudo o que eu quiser? Não custa nada tentar. Afinal, quem não arrisca não petisca.

- Viemos buscá-la para a cerimónia da sua apresentação ao povo Antalyano. Sacerdotisa. - disse a anciã, a sua pele era tão enrugada que parecia que ela teria milhões de anos de vida.

- Muito obrigada. - disse apressadamente. - Devo mudar de roupa?

A anciã olhou-me da cabeça aos pés e acrescentou, enquanto abanava um dedo em sinal negativo.

- Não. Estás bem tal como estás. - olhei para ela como se ela fosse uma extraterrestre, coisa que ela realmente era.

- Eu devia ao menos vestir um vestido como essas jovens que a acompanha.

- Para quê? - disse ela a olhar-me, enquanto levantava uma sobrancelha. - Já disse que estás bem tal como estás.

- Olha para mim. Essas roupas são tão informais para um evento tão importante. As pessoas não vão estranhar ao me ver assim vestida? - disse com um ar inocente.

- Tu própria já és uma estranha no nosso mundo. A tua roupa é só mais um acessório estranho que veio junto contigo. As pessoas acharão normal. Afinal, não és do nosso mundo então, ninguém estará a espera que sejas igual a nós.

A velha era realmente teimosa. Eu só queria colocar um maldito vestido em cima de mim. É pedir demais? Pensei irritada.

- Eu recuso-me a ser apresentada aos Antalyanos com essas roupas que eu uso no dia-à-dia. - A verdade é que eu estava a fazer uma birra. Mas sem o meu vestido eu não sairia daquele quarto.

- Se não vai a bem vai à mal minha menina. - Ela levantou as mãos no ar, enquanto balbuciava alguma coisa baixinho, e uma varinha apareceu nas suas mãos. Num piscar de olhos ela aponta a varinha na minha direção e vejo um pó branco e brilhante a cair sobre a minha cabeça e desaparecer.

- Pfff ! O que pensa que está a fazer?- questiono desesperada. A verdade é que eu estava com medo do que poderia acontecer. E, estranhamente, não aconteceu nada. Naquele momento. - Não sei o que está a tentar fazer mas, não resultou.

A velha riu-se.

- Se fosse a ti não teria tanta certeza disso, minha menina. - Ela voltou a rir-se. Era um riso fraco mas claramente era um riso de gozo.

E isso irritou-me.

- Olha aqui sua velha anciã... - Calei-me ao sentir as minhas pernas bambas como se fossem feitas de manteiga. Tentei dar um passo em frente e o meu corpo ficou no ar, a flutuar como se eu fosse uma pena de galinha. - Ahhh! Maldita velha. - Oiço mais uma vez o riso abafado da anciã. Ela ria-se de mim, com as costas das mãos a esconder a sua boca enrugada. - Põe-me no chão! - gritei exasperada. A velha fez um gesto com a varinha e a janela mais próxima abriu-se à bruscamente e, eu flutuei até a ela. O pânico tomou conta de mim, eu detestava alturas. - Por favor, me põe no chão.

- Eu bem te disse que, se não ias a bem ias à mal. - ela deu uma gargalhada que fez o meu coração dar um pulo em pânico.

- Por favor. Eu imploro-lhe. Põe-me no chão! - ela parou de rir e olhou para mim com um brilho no olhar.

- Oh! Se estás a implorar, eu então farei a tua vontade. - ela fez um gesto com a varinha e o meu corpo começou a cair numa queda livre. Eu não reparei que já estava fora da janela quando fiz o pedido. Eu fechei os olhos e comecei a gritar desesperada.

- Apanhei-te! - disse uma voz masculina. Eu continuava com os meus olhos fechados e com o meu coração a martelar no meu peito de forma apavorada. O meu corpo caí nas suas mãos macias, e sou carregada no colo de alguém com um corpo másculo. Sinto o cheiro de uma mistura de flores e madeira a vir do seu corpo. - Está tudo bem. Já podes abrir os olhos. Estás a salvo agora. - eu abanei a cabeça em negação. Eu sabia que ainda não estava no chão. Portanto, eu ainda estava em perigo - Não te preocupes. Eu não te deixarei cair. Eu juro. Não sou como aquela velha chata. - Confiei nas suas palavras e abro os meus olhos devagarinho. E a primeira coisa que reparei foi no chão que ainda estava muito longe. E por instinto agarrei-me ao pescoço do rapaz que me carregava e fechei os olhos. O cheiro de madeira e flores entranhou-se nas minhas narinas, e sentia-me embriagada. Estranhamente comecei a sentir-me mais calma, até que os meus pés finalmente toca no chão. Deixo os meus olhos abrir e larguei o pescoço do rapaz. - Pronto, estás a salva.

- Muito obrigada. Salvou a minha vida. - digo enquanto examino o rapaz que por sinal estava fazer exatamente a mesma coisa comigo. Os seus olhos azuis eram límpidos como a água do mar, que parecia ver através de mim. A sua pele de cor de oliva era tão macia ao toque. Lembrei-me da sensação de estar a tocar na sua pele enquanto ele me carregava. E o seu cabelo cumprido era tão negro quanto a escuridão.

Eu sinto o meu coração falhar uma batida. E o meu olhar é mais uma vez atraída pela imensidão do seu olhar azul, fixos em mim.

~

Olá minhas lindas.
O que vai acontecer com a Risya? Quem é o rapaz que a salvou da queda mortal?

Esse é o segundo capítulo da aventura de Risya no mundo de Antalya. Veremos o que acontece no próximo episódio.

Não se esqueçam de deixar os vossos comentários e votos no final do capítulo. Estou ansiosamente a espera da vossa opinião sobre a história.
Beijinhos 😘.

P. S: Também tenho outra história Rose [Transplantes de Memórias ] . Dê uma vista de olhos nessa história enquanto esperam pelo próximo episódio.

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