Jhenna estava sentada a um metro de mim, sua respiração era o único barulho que se ouvia alem da minha voz, eu estava deitada na grama lhe contando tudo o que aconteceu o meu primeiro dia no mundo humano, tudo estava tranquilho e de repente de um segundo pro outro o vento começa a soprar, o ar fica mais denso e quando abro meus olhos Jhenna não esta mais la, o céu esta coberto por nuvens escuras e tudo a minha volta parece sem vida, eu me levanto e grito o nome de Jhenna algumas vezes e corro desesperada procurando-a, ouço um grito de dor e quando olho para o chão uma garota esta encolhida chorando, suas roupas brancas estão manchadas de sangue, suas asas estão cortadas e parte queimada, eu tento ajudar de alguma forma, vou até ela e toco seu ombro com cuidado, então mais um grito ecoa, tão alto como o primeiro, e mais desesperado... Eu acordo em um pulo.
Minha respiração esta irregular, meu corpo treme e esta coberto de suor. Depois de me acalmar e tomar banho escolho uma roupa qualquer e deixo um bilhete em cima da minha cama avisando que estarei na praia, já que havia acordado duas horas mais cedo e não estava com cabeça pra voltar a dormir.
Durante o caminho até a praia repasso todo o sonho na minha cabeça, parecia tão real, não consigo evita as lagrimas, elas simplesmente vem e não param, quando chego ao pier, me sento na ponta observando o mar e o céu, ou pelo menos tentando já que as lagrimas borrão tudo. depois do que parece ser uma eternidade mas que na verdade foram minutos o sol começa a nascer, seco minhas lagrimas e me controlo, sim o amanhecer no meu mundo era lindo mas não se compara com o amanhecer aqui, os raios do sol são mais vivos e dão um efeito maravilhoso no mar, o calor é mais intenso e já não me sinto triste nem confusa, me sinto renovada, pronta para enfrentar o que for preciso.
Ana aparece depois de um tempo e me leva até o colégio, as aulas seguem normais o tempo passa de forma mais rápida e quando percebo eu e Lucinda já estamos saindo do colégio.
_ Eu nunca faço nada durante a tarde então eu poderia te mostrar a cidade, depois a gente podia tomar um sorvete ou sei lá.- Lucinda propõe enquanto esperamos Ana chegar.
_ Seria ótimo.- Eu respondo, talvez rápido de mais, mas isso não importa, vou ter a oportunidade de conversa melhor com Lucinda em outro lugar onde não tem pessoas gritando toda hora e musicas tocando a cada dois metros.
Lucinda liga para sua mãe e avisa que vai voltar pra casa mais tarde, ficamos uns dez minutos esperando por Ana que logo se desculpa pelo atraso, ficamos conversando sobre filmes e musicas durante o trajeto pra casa, noto o sorriso e o olhar orgulho de Ana ao perceber que eu e Luci estamos ficando mais próximas.
Passamos a tarde passeando pela cidade e Luci com certeza é uma ótima guia, contava historias da cidade antigamente e coisas que ela viveu em certos lugares, as vezes eu via de relance um olhar triste, mas quando isso acontecia ela disfarçava e me contava uma piada ou algo pra descontrair, queria perguntar o que havia acontecido para essa tristeza aparecer as vezes mas eu não queria tocar em uma ferida que eu ainda não sabia se seria capaz de ajudar a curar.
_ E o seu pai?- perguntei quando nos sentamos para tomar algo.
_ Bom eu não o conheci, quando eu nasci ele já tinha ido embora, abandonado minha mãe e eu.- ela tentou fingir um sorriso.- E o seu Ev?
_ Meu pai mora longe, agora é a primeira vez que me separo dele sabe.- meu rosto fica quente de repente, olho para minhas mãos e tento controlar o nervosismo.
_ Deve ser complicado pra você.- ela diz com a voz doce passando a mão em meus braços.- Mas tenho certeza de que ele quer que seja muito feliz, e que sempre vai te amar.
_Obrigada Luci.
Tomamos sorvete em silencio apenas observando as pessoas na rua, eu me sinto tão mal por mentir pra ela sobre quase toda a minha vida, Jhenna sempre foi minha unica amiga, não tinha como uma mentir pra outra ou esconder qualquer coisa, bastava um olhar e sabíamos imediatamente que algo estava acontecendo, mas eu não poderia contar para Luci a verdade, ou ela me acharia louca ou ficaria louca.
_ Marcus.- Luci grita me dando um grande susto e me arrancando dos meus pensamentos, ela corre e abraça um garoto que estava passando pela rua, os dois ficam uns segundos abraços e então Luci vem me apresentar-lo.- Ev esse e Marcus, o meu melhor amigo de infância.
Marcus me cumprimenta com um aceno de cabeça e segue falando com Luci, ele é alto, com pele bronzeada, cabelos castanhos encaracolado, os olhos são de uma cor entre azul e verde e tem estilo bem largado mais ao mesmo tempo se veste muito bem, e seria mentira minha se dissesse que ele não é lindo, arrancaria suspiro de Jhenna.
_ Então é nova aqui Ever?.- ele pergunta enquanto se senta ao lado de Luci.
_ Cheguei faz pouco tempo.- eu digo dando um sorriso amarelo.
_Seja bem vinda, pelo que vejo já tem a melhor companhia da cidade.- diz ele bagunçando o cabelo de Luci.- Bom semana que vem faço 17 anos e vou dar uma festinha em casa, e vocês duas estão convidadas
_ Vou estar ocupada.- Luci tenta fazer uma voz de difícil e dar de ombros.
_ Eu nem falei o dia gracinha .. - ele da um sorriso pra ela e levanta a sobrancelha .- E você sabe que eu não aceito não como resposta.- ele diz e volta a bagunçar o cabelo dela
Os dois caim na gargalhada.
_ Já que você não aceita não como resposta, teremos que ir não é Ev?- Eu concordo sorrindo.
_ Será no próximo sábado, na casa de praia, la por cerca da 8 da noite, Okay?
_Passarei por essa tortura, fazer o que né.
_ Então eu vejo vocês lá. Foi um prazer conhecer você Ever- Ele da mais um abraço em Luci.- É sempre um prazer te ver "ruivinha" eu estou numa correria essa tarde se não ficaria mais para conversar.
_ Tudo bem, .- ele da um beijo no rosto dela e se vai.
Espero até não Ver mais ele na rua e me viro pra Luci, seu sorriso esta enorme e sus olhos brilhantes, ela me pega olhando pra ela e mexe as sobrancelhas como que perguntando "O que foi?" eu simplesmente mexo a cabeça e voltamos a tomar nosso sorvete.
Quando começa a anoitecer vou com Luci até sua casa que fica no caminho da minha e então nos despedimos, sigo meu caminho para casa, por mais que ainda seja cedo não tem muitas pessoas na rua, eu começo a observar as construções pelo caminho que não preto atenção a minha frente e acabo me batendo e um homem, ele me segura para não cair.
_ Me desculpa.- Eu peço toda envergonhada.
_ Não foi nada, você esta bem?- ele me pergunta passando as mãos em minhas costas num gesto de preocupação.
_ Sim, obrigada.
_ Não por isso.- ele continua a andar.
Eu me repreendo a mim mesma a olhar pra frente enquanto anda, quando viro a quadra vejo um rosto que seria capaz de reconhecer mesmo em meio a uma multidão, antes que eu possa pensar em qualquer coisa seus olhos me encontram.
- Ei é você Ever .- ele vem em minha direção, e encarando e sorrindo.
- Oi Luiz, tudo bem?.- Eu o cumprimento com a cabeça, não sei se por ver ele mas meu corpo começa a ficar quente, e do nada sinto ma leve dor nas costas.
_Eu to bem. - ele olha pro céu .- noite bonita né.
_ Sim. - Eu eu digo olhando pro céu, de repente a dor em minhas costas começa a ficar mais forte
_Então o que ta fazendo sozinha na rua á essa hora.
Eu tento falar ou dar um sorriso mas não consigo, a dor se torna mais intensa a cada segundo, eu me apoio em um posto e não consigo conter o gemido de dor.
_Ever você ta bem? O que aconteceu?.- Luiz soa preocupado, ele vem e coloca a mão em volta de mim mas isso só faz com que a dor fique mais forte.- Ever o que você...você..suas costas estão sangrando. Ai meu Deus o que aconteceu? Você consegue caminhar?- ele fala mais algumas coisas mas não consigo me concentrar em sua voz, me dobro pra frente e grito de dor.
_meu deus o que aconteceu? Ever! .- reconheço a voz de Ana, ela me pega no colo e grita algumas coisas para Luiz. a dor se torna insuportável, nem gritar eu consigo mais, sinto como se tivesse sendo arrancada a minha pele.
As coisas vão escurecendo a minha volta, e eu não tenho mais forças pensar nem para reagir, então eu me entrego.
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A Fada do Amor ( reescrevendo)
Short StoryNem todo vilão é realmente do mal e nem todo mocinho é realmente bom. alguns atos são justificáveis quando se é em prol do amor. plágio é crime.