Capítulo 13 - Manhã de Natal

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Isso podia até ser verdade, mas Rhea sabia que não tinha absolutamente nada a ver com Sirius. Não poderiam ser mais diferentes, e ela não ia deixa-lo usar o fato de ter uma família difícil como justificativa para ser um imbecil. Durante os dois meses que se passaram, Sirius não havia deixado Rhea em paz nem por um segundo e os dois viviam de engalfinhando pelos corredores. Ele, vez ou outra, trocava os pertences de Rhea de lugar ou mudava suas coisas de cor para confundi-la. Rhea sempre retrucava com feitiços das pernas presas ou bambas quando o via se exibindo para outras garotas. Aliás, ele fazia muito isso, especialmente na frente de Rhea, e Rhea encarava isso como um pedido para ser azarado. Ora, se ele sabia que ela não perderia a chance de faze-lo passar vergonha, deveria aprender a tomar mais cuidado.

Rhea achava ridícula a forma pomposa do garoto de atrair olhares femininos. Era como um imã de pescoços: todos se viravam ao vê-lo passar. Certamente ele fazia de propósito — nenhum garoto tinha aquela postura elegante e aristocrática naturalmente. Sirius com certeza forçava para que garotinhas acompanhassem seu cabelo negro lustroso chacoalhar com o vento. Rhea não estava nem aí, até porque ela tinha outro imã para tomar conta.

Benedict não tinha a áurea rebelde de um badboy e não estava sempre cercado por fumaça como um lorde bonitão. Também não tinha a cara sempre amarrada e não agia constantemente como se fosse água em meio ao deserto. Seu sorriso era branco e gentil, um tanto sonhador e preguiçoso. Os cabelos loiros combinavam com a pele naturalmente bronzeada de surfista. Seus olhos eram carinhosos e fundos. Ele era o oposto de Sirius — enquanto um era café quente e adrenalina, o outro era camomila e luz do sol. Rhea gostava disso, principalmente porque Sirius parecia odiá-lo ainda mais do que odiava Rhea. Isso deixava tudo ainda mais interessante. Rhea mal podia esperar pela primavera, quando a Corvinal e a Grifinória fossem se enfrentar no quadribol.

Ainda não tinham se beijado. Benedict era muitíssimo tímido — o que, Rhea não podia negar, a incomodava profundamente.

— Talvez ele esteja só esperando pelo momento certo — disse Angie enquanto desembrulhava um de seus presentes na manhã de Natal — você é um pouco intimidadora, sabe. Ele deve estar com medo.

Rhea deu de ombros, empertigando-se para ver sua pilha de presentes. Não havia muitos: o de Angie, que era tão grande que não coube no encosto da cama, um de Lily, um de Marlene e um pacote azul sem nome que Rhea julgou ser de Benedict. Ela pescou o embrulho de Angie e ficou de joelhos na cama ansiosa para abri-lo.

— Medo do que? Eu não poderia ter dado mais sinais — reclamou ela — juro, perdi a conta de quantas vezes caí de propósito da vassoura pra ele me segurar...eu amei, Angie! O que é isso?

O presente de Angie veio dentro de uma caixa ainda maior. Rhea já tinha visto coisas como aquela pela janela: era grande e feita de alumínio colorido sobre duas rodas de borracha.

— Gostou? — perguntou Angie sorrindo — Se chama bicicleta, é um veículo trouxa. Quando cansar de fingir não saber voar na vassoura, pode pedir a Benedict para te ensinar a andar nisso aí. Eu soube que a mãe dele é trouxa.

Rhea deu o maior sorriso que caberia em seu rosto e tentou montar, mas não era nem um pouco parecido com uma vassoura. A bicicleta tombou de lado e ela afundou no carpete. Lily, que havia acordado cedo para se comunicar com os pais na lareira da comunal, subiu correndo com o barulho para verificar se estava tudo bem e acabou se sentando com elas para abrir seus presentes.

— Uma bicicleta, que legal! Posso te ensinar a andar nela se quiser, Rhea — disse a ruiva, sorridente.

— Eu ia adorar! — mentiu Rhea, que queria mesmo era aprender com Benedict.

ilvermorny girl | sirius blackOpowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz