— O que isso tem a ver? — me olhou rapidamente, enrugando a testa.

Eu ri.

— Eu não sei — dei de ombros e então percebi que esse era o nosso maior diálogo desde que nos conhecemos.

Então eu decidi que iria perguntar algo para Justin quando vi que voltou a ficar em silêncio.

— Por que você me odeia? — pausei — Quer dizer, eu sei porque mas nada justifica. Eu queria que você me tratasse bem igual tratas as outras garotas da escola.

— Se você quer ser tratada como as outras garotas deveria ser como elas — foi curto e grosso.

Senti meu estômago revirar e quase vomitei ali mesmo, de tão nervosa.

— São só boatos, Justin — comentei bastante chateada.

Eu nunca fui de ficar questionando meu valor ou me sentir pior que ninguém, mas Justin conseguiu trazer todas essas inseguranças para mim.

Ele riu tão alto que eu achei que havia contado alguma piada.

— Não é isso que os caras do time dizem. — disse com ironia.

— Mas é a verdade! — tentei mais uma vez.

— Você é tão mentirosa! Acha que não te vi com Yuri? Ainda tem coragem de dizer que tudo é boato. Como eu odeio mentiras. — apertou o volante, ele parecia nervoso agora.

— Eu juro... — Justin me interrompeu.

— É sério que você vai continuar com esse assunto mesmo? Já basta ter que fazer esse trabalho com você! — encolhi os ombros.

— Para o trabalho dar certo você tem que baixar essas armas que usa contra mim. Pelo menos uma trégua por causa do trabalho. — sugeri, mas ele não respondeu.

Suspirei, então decidi esquecer aquilo e focar em chegar em casa, porque Justin não vai me dar uma trégua nunca. Ele me odeia.

— Você tem que virar a direita agora e seguir reto até a casa de fechada amarela. — expliquei e assim ele fez, parando em frente a minha casa.

—Aqui? — perguntou, encostando o peito no volante e olhando para a casa sobre o vidro do carro.

— Sim. — respondi destravando o cinto.

Saí do carro sentindo minha canela latejar, mordi os lábios tentando ignorar a pequena dor e incomodo presente.

Angel havia pegado pesado comigo e eu ainda tentava entender como que havíamos nos odiar assim tão rápido. Isso não era bom, mas eu também odiava ela.

Minha casa com certeza não era maior e mais bonita que a de Justin, mas ele não pareceu se importar quando eu abri a porta e ele entrou no lugar. Apesar de pequena minha casa é confortável e eu amo morar aqui.

Justin Bieber

Eu não estava sequer um pouco contente de ter que estar ali, muito pelo contrário. Tudo que eu queria era terminar o trabalho para que pudesse ir embora. Ainda havia prometido a Nolan que passaria na sua casa depois que saísse daqui, o que com certeza resultaria piadas sem graça dele envolvendo Addison e eu.

A casa de Addison não era grande e muito menos luxuosa como a minha, mas estranhamente me sentia bem. É simples e bonita, mas bastante aconchegante.

— Pai? — ela chamou, assim que fechou a porta de entrada — Pai, o senhor ainda está aí?

Passei as mãos pelos meus fios curtos, sentido-os bem menores que dois dias atrás, quando cortei.

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