"Ofereça-me seu coração"

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18 de maio de 849 da 10° Era do mundo – Estação-base Argos



Minerva, a última filha de Mephisto. Ela ajudou Victor com sua revolta, e ajudou a mim com a minha. Há muito tempo pedi ao Tordy para encontra-la para mim. Ele a encontrou nas ruínas da Velha Tamura em estado de hibernação suspensa.

Foi difícil para eu acreditar que esta era a deusa da Calamidade responsável pelas estratégias de guerra de Mephisto, mas eu sinto o poder dela, a raiva dela. Ela odeia os Celestiais tanto quanto eu, ou talvez até mais. Por isso pedi a ajuda dela, a qual aceitou sem hesitar. Foi Minerva que me falou sobre o Graal e como invoca-lo novamente... e agora... preciso dela para mais uma coisa.

Ela nunca fica de um único lado, sempre escolhe o lado com melhores chances. Fui alertada a não confiar nela, e eu venho seguindo isso desde que a conheço.

— Hum... o que foi? Você ficou distante de repente — ela disse inclinando a cabeça para o lado.

— Não é nada... — falei me virando novamente para o fogão. — Você chegou rápido.

— Bem, eu sou incrível! — ela disse orgulhosamente. — Mas e então, por que me chamou aqui? Você não está na correria para sair deste universo antes dele... deixar de existir?

— Sim, e por isso preciso da sua ajuda.

— Hum... do que precisa? — não respondi. Fiquei em silêncio olhando através da janela para o lado de fora. As casas ficavam a uma distancia de pelo menos onze metros uma das outras, então acho que não vai ter problema. — Lilith?

— Ah, sim! — voltei a mim. — É que não sei bem como dizer...

— Apenas diga, poxa!

— Bem... eu preciso que você... — fiz uma pequena pausa antes de terminar. — Morra!

— Hã?!

Lancei a panela de guisado sobre ela, que mal teve tempo para reagir e foi atingida na cabeça. Ergui minha mão para frente e voando do meu quarto veio minha espada. Minerva me encarou meio atordoada, mas rapidamente entendeu o que estava acontecendo.

Eu então avencei contra ela enquanto desferia um golpe vertical, que ela esquivou por pouco se jogando do sofá, que por sua vez fora partido em dois. Eu rapidamente girei meu corpo enquanto a lâmina de minha espada ia em direção a Minerva, que desta vez não conseguiu esquivar a tempo e perdeu o antebraço esquerdo.

Minerva girou seu corpo enquanto usava sua mana para conjurar algum feitiço. Pequenas faíscas se formaram em sua mão direita enquanto minha espada ia certeira contra seu rosto.

Um raio vermelho saiu das mãos de Minerva atingindo minha espada e me lançando para trás. Meu corpo atravessou a parede da cozinha e caiu pesadamente sobre o chão. Minerva saltou em minha direção enquanto o raio se reforjava numa espada de tamanho médio.

Girei meu corpo para o lado e me levantei rapidamente. Minerva caiu em minha frente e começamos uma troca de golpes. Os movimentos dela eram lentos e pesados. Faz séculos que ela não empunha uma espada, mas ela ainda sabe como se faz.

Esquivei de um de seus golpes enquanto girava meu corpo para esquerda. Desferi um golpe diagonal contra suas costas. O sangue dela manchou a lâmina da espada enquanto seu corpo caia sore o chão. Assim que Minerva caiu, sua espada desapareceu.

— Por que? — ela disse enquanto se arrastava para longe.

— Por quê?! — falei quanto pisava com força contra a parte de trás do seu joelho esquerdo. Um grito de dor ecoou pela vila enquanto eu girava o corpo dela para cima usando meu pé esquerdo. Ao vira-la vi seu olhar de ódio e raiva. — Eu preciso de seu poder Minerva. Não temos energia suficiente para enviar toda a estação para outro universo, mas com seu poder teremos.

As Crônicas de Zesrhirya: GuerraWhere stories live. Discover now