— Vosmecê não fez isso, se entregou aquele canalha?!!

— Como assim, vosmecê sabia dessa pouca vergonha?!!! - Sérgio perguntou furioso.

— Não meu pai, acalme-se. Eu conheci esse viajante que Samuel está falando, mas pensei que não havia evoluído tanto a ponto de acontecer tudo isso.

—  Mesmo assim! Se sabia que esse viajante estava interessado no seu irmão,TINHA QUE ME AVISAR IMEDIATAMENTE. ME DIGA QUAL O NOME DESSE DESGRAÇADO? - sem mais pra onde fugir, Samuel revelou o nome do viajante.

— Ele se chama Alonso Siqueira. O homem que eu me entreguei se chama Alonso Siqueira. - falava com lágrimas, ao lembrar desse homem que queria lhe possuir de qualquer forma. Seu Sérgio nunca ouviu falar desse homem, mas só o nome já lhe embrulhava o estômago, só de saber que esse Alonso, DESONROU seu único filho.

— A minha cabeça está explodindo, eu vou me deitar, mas escute bem. Amanhã quando eu acordar, eu não quero lhe ver em minha casa, vá para uma pensão, para a rua, até para o raio que o parta, mas na minha casa eu não aceito vosmecê. Sérgio subiu e se trancou em seu quarto.

— Meu filho! Porque não me contou? Não contou para algum de nós? - Sua mãe perguntava, mas não havia repulsa em sua voz.

— Eu não tive coragem, como eu ia falar algo desse tipo, a senhora sempre sonhou com seu príncipe, e descobrir o que eu fiz.

— Mas eu sempre soube que vosmecê tinha outras preferências, bastava confiar em mim, agora eu não sei como posso te ajudar.

— Muito menos eu. - Isabela pronunciou.

— Ele pode morar na minha casa. Nós não temos filhos, e Luiz não se importa, não é? - Emília deu a ideia, e perguntou a Luiz, que assentiu com a cabeça.

— Muito obrigado de verdade! Mas eu temia uma reação dessa, eu escrevi uma carta pro Tio Elias, contei tudo que me aconteceu, por via das dúvidas, coloquei que meu pai me expulsou e que precisava de um lugar para ficar por um tempo. Ele me respondeu ontem, que me acolheria, eu vou ficar bem lá, ele não me julgou pelo que houve, e depois da morte da Tia Marta, ele anda sozinho.

Mesmo triste, sua mãe percebeu que era o melhor a se fazer, assim ajudou ele a fazer suas malas, amanhã cedo partiria, e cada um foi dormir, as meninas foram pro quarto antigo delas, e como Sérgio estava trancado, Madalena foi para o quarto de Elisa. Samuel sabia que o que fez não tinha mais volta, só esperava que na casa do seu tio as coisas melhorassem.

No palacete o médico foi chamado, Suzana estava em lágrimas. Se sentia culpada, deveria ter preparado seu pai para tal notícia. O doutor finalmente saiu, mas a sua expressão não era nada boa.

— Ele está o chamando, sugiro que vá, pode ser a última noite dele. - ela sai correndo, e vai até seu pai.

— Minha princesa! - Ele dá um sorriso - Eu.... não vou conseguir......ver ......meu neto....... crescer. - lamentava com a voz fraca.

— Não se esforce, o senhor vai ficar bem. - Suzana tentava conter suas lágrimas.

— Não vou....... Eu quero...... Te pedir....... Perdão....... Seja feliz......e diga ao.....meu neto...que.... Eu....o amo!! - declarando suas últimas palavras, o Barão fecha os olhos, caindo no sono da morte.

— NÃÃÃÃÃÃÃOOOOOOOO!!!!! PAAAAAI!!!!! - Gritava com desespero, teve que ser contida, e o doutor fez Suzana tomar um elixir, para que ela ficasse mais calma, só que o efeito foi mais forte, fazendo ela dormir.

— Coitada da senhorita Suzana, tão jovem e está grávida, e o pai falecido. - um mordomo comenta com o doutor.

— Sim! Mas ela é forte, há de superar, e o pai da criança que ela espera, irá ajudar, agora ela precisa desse descanso, enquanto isso temos que preparar o corpo do barão. - assim enquanto Suzana dormia, o corpo de seu pai era preparado.

O dia amanheceu, Madalena levantou cedo, preparou uma bolsa com mantimentos para seu filho. Apesar de tudo, não deixava de se preocupar com ele. Samuel terminou de trocar de roupa, pegou alguns objetos e terminou sua mala.

Ele desce as escadas,e encontra sua mãe, que só de ver ele, e aquela mala caiu novamente em lágrimas, e ele correu para abraçá-la.

— Não chora mãe!! Obrigado por tudo que fez por mim! - agradecia sua mãe, com lágrimas também.

— Eu só te dei o meu amor, mas quero que vá em paz, vou sempre colocar vosmecê, nas minhas orações. E, não fique ressentido com seu pai, quando essa raiva passar ele vai pensar melhor.

— Obrigado, não estou ressentido, só queria que ele me aceitasse. Mas, senti o cheiro dos seus bolinhos lá de cima, fez um café especial pra mim. - ele deu uma risada.

— Vou sentir sua falta. - ela dá um beijo em sua testa - fiz uma fritada de bolinhos pra vosmecê levar. - Samuel ficou emocionado, abraçou novamente sua mãe.

Ele terminou de tomar seu café, e junto com sua mãe, foi para a ferrovia, pegar o trem para a casa de seu tio, que ficava na cidade de Virtuosa.

No palacete, estava acontecendo o velório do barão, começou bem cedo, ele seria enterrado, próximo ao palacete, onde muitos ancestrais dele também estavam.

Suzana estava bem triste,mas o que a confortava era que seu pai morreu em paz, após pedir desculpas. Ela pensava na infância com seu pai.

" Papai, o que a mamãe tem? Ela não acorda!"

" Vem cá minha princesa! A mamãe agora foi morar com o papai do céu. Ela vai nos olhar lá de cima, faz assim, quando vosmecê olhar para o céu, a estrela que for a mais brilhante tenha certeza que é ela olhando nós dois. Combinado?"

" Combinado"

— Ironia meu pai! Agora vou ter que olhar as duas estrelas, mais brilhantes, o senhor também irá olhar por mim. - foi tirada de seus pensamentos com batidas na porta - Entre!

— Com licença, meu xodó! Vim assim que soube! - era Bernardo, eles se abraçaram e trocaram um beijo carinhoso.

— Que bom que está aqui comigo!

— Sempre! Principalmente agora, ajudar a cuidar do nosso filho ou filha. - os dois trocaram sorrisos, e desceram para o velório. Alguns ali impressionaram pela cor de Bernardo, e ele está acompanhando Suzana.

— Antes de tudo, quero que saibam que Bernardo é o pai do meu filho, não admito falta de respeito com ele, se alguém estiver incomodado, pode se retirar agora, mas se ficar, não quero xingamentos nem olhos tortos para ele. - ninguém se atreveu a nada e assim o velório seguiu

Na ferroviária, o trem de Samuel estava quase partindo, ele deu um beijo em sua mãe e entrou, colocou suas bagagens no lugar correto, e acenou dando adeus com a mão, sua mãe jogou um beijo e deu adeus para ele, com algumas lágrimas nos olhos, mas desejou tudo de bom para seu filho, e assim o trem partiu rumo a virtuosa. 

Samuel estava com borboletas na barriga de nervoso.

— O que será que me espera em Virtuosa? - Pensou alto, imaginando que surpresas viriam pela frente.


Continua…

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Terceiro capítulo postado com sucesso!!

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Vejo vosmecês no próximo capítulo

Bjs na bunda💋💋💋

# Deve ser horrível dormir sem mim

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CARTAS PARA MEU NOIVO ( Mpreg )Onde histórias criam vida. Descubra agora