—Lavar as mãos ou ler? - perguntei com ironia

—Qual eu quiser - bateu o ombro no meu e se apressou para onde eu ia, chegando antes. Encostei a cabeça na parede observando ele passar a água suavemente, depois desligar e esfregar cada espaço possível com o máximo cuidado, talez até demais

—Quer acabar com a água do mundo? - impliquei desviando a atenção daquelas mãos - um dia - geladas demais

—Pronto príncipe - parou em miha frente e fez uma reverência zombateira, logo voltando a onde estávamos e eu tomei o lugar dele na frente da pia

Olhei para o espelho e encarei meu rosto com marcas de estresse na teste e nos olhos caídos, esses também levemente vermelhos pelo excesso de horas com lente de contato. Esfreguei sabonete o mais rápido possível nas minhas mãos, para poder enfim tirar aquilo dos meu olhos e guardar.
Joguei uma água gelada, relaxando músculos desconhecidos da minha face. Sequei as mãos na toalha levemente úmida por Malfoy ter acabado de usar e sequei o rosto em papel mesmo, logo colocando meus óculos e indo para o tapete, onde Draco surpreendentemente não estava. Ouvi barulho de garrafa sendo esprimida qundo o conteúdo se esvazia e olhei em direção da onde o som vinha, apenas para encontra-lo na minha cama.

—Malfoy - caminhei até onde ele estava

—Potter - brincou fazendo meu rosto se retorcer em uma careta de desaprovação —Você falou para eu me sentir em casa - abriu os braços sobre meus travesseiros e os recolheu atrás da cabeça. Nota mental: mandar lavarem tudo —E temos como ficar juntos na cama sem nem reparar na presença do outro - exagerou e eu me contentei em virar as costas para trazer as pilhas de livros à cama

—Tá, você no seu espaço fazendo o que quiser e eu no meu lendo e pesquisando sossegado - frizei, deixando subentendido que não queria ser incomodado

—Sem objeções - virou as costas para mim e eu me sentei do lado direito, logo puxando um volume preto, Ruínas de uma luta mascarada, que retratava a verdadeira tragédia e estratégias por detrás do como conhecemos as guerras.

A primeira página onde deveriam conter as informações de publicação e autoria se encontravam vazias, levando direto para o primeiro capítulo sobre um relatório enviado para o Ministério da época pedindo licenças especiais de emergência, aparentemente para encontrar oficiais e generais desaparecidos.
    A Segunda Guerra Real era conhecida por todos - mais do que a prmeira - , embora a maioria apenas saiba do "milagre" que me manteve vivo, e nem isso era contado direito, talvez porque em meio ao caos precisemos nos agarrar a fé para nos assegurar de que no fim sempre teremos uma mão nos ajudando.
A realidade era que quando Voldemort (um espécie de rebelado do governo) tentou me matar para deixar meu reino sem herdeiro, minha mãe conseguiu levantar a espada a tempo, causando apenas um corte em cicatriz na minha testa e a morte do traidor.

O que antecedeu e o que se sucedeu era normalmente ignorado, e, correndo os olhos pelas letras, me lembrei de cada ano indo atrás de mais livros para achar o verdadeiro estopim das guerras, no fim eu apenas entendi que as guerras nunca tiveram nem fim e nem começo, embora determinados momentos de paz tenham surgido.
    O livro era uma espécie de diário, como aqueles escritos por marinheiros à deriva, com jornais colados e explicados, determinadas leis citadas e uma alternância com uma narração de dois pontos de vista; um parecia mais oficial pelos termos, pela falta falta de erros e pela forma de se reportar sem explicações ("Vossa alteza agradeceu a todos." "Nenhum." " Algum." "Importante (23/05)"), enquanto o outro era 'vulgar', muitos garranchos e com extremos detalhes ("O de cabelo preto precisa pensar mais porque..." "Realmente será necessário revisar os artigos 22 e 23, talvez algo esteja escondido ali já que..."). Era algo cansativo de se ler.

    —Draco me passa a água - pedi me lembrando da garrafa, anteriormente, na mão dele —Malfoy - chamei de novo e recebi um resmungo de resposta, ele dormira

    Me levantei da cama e retirei os óculos, logo esfregando meus olhos. Dei a volta na cama e virei o conteúdo meio fresco na boca. Um relógio acima da porta indicava quatro horas mais tarde do que quando entramos, o que me fez entender o cochilo do loiro. Retornei a posição de ler deitado e senti meus olhos perderem o foco durante um relato vazio sobre outros pedidos ao Ministério, cedi ao pedido silencioso do meu cérebro e desliguei minhas mente, logo caindo no sono.

[...]

     Algo relacionado a pergaminhos e ventos e cheiros e problemas foi se afastando do meu subconsciente ao passo que eu acordava, alguns barulhos, porém, não se desvilhenciaram do sonho permanecendo ocupando meus ouvidos, assim, mantive minha posição de dormir, só esperando ser puxado de novo para aquele mar de descanso.
    Algum grito de comemoração fez meus olhos abrirem e os ouvidos finalmente entenderam da onde vinham os sons: do outro lado da porta. Antes de eu conseguir processar a informação do porque aquele grito e de determinados barulhos digitais, a porta foi aberta. Várias pessoas se revelaram com rostos cansados e olhares enfurecidos e de pijama. Minha atenção subiu para os ponteiro acima daquela multidão invasora e econtrei o duas da manhã registrado, tínhamos dormido horas.

     —Bom os príncipes precisam de convite ou vão parar com esse romacezinho fora de hora - Pansy perguntou displiscentemente. Não entendi rápido, apenas senti algo se mexer debaixo da minha cabeça e nas minhas pernas: de alguma forma cruzamos as pernas e eu acabei deitado nos braços dele. Na frente das duas cortes.

Chegaste ao fim dos capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Aug 04, 2021 ⏰

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