Capítulo 6 - A Primeira Detenção

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Estava saindo do Grande Salão após tomar seu café da manhã, sozinha, porque acordara mais cedo de propósito para evitar as amigas. Uma aluna do sétimo ano a abordara perto das escadas, entregando-lhe um bilhete de pergaminho. De início, ela pensou se tratar de mais uma brincadeira dos Marotos, mas quando se deparou com a caligrafia fina do diretor e a senha para sua sala, ela sentiu o estômago congelar e praticamente correu escada acima.

De fato, Dumbledore a esperava. Puxou uma cadeira para que ela se sentasse e observou-a, apontando seu nariz grande e fino em sua direção. Rhea encarou de volta, esforçando-se para parecer o mais entediada possível. Sentia que era como se Dumbledore a esperasse confessar um crime, podia contar os segundos para que ele dissesse eu sei o que você fez no verão passado.

O problema era que ela realmente tinha feito coisas no verão passado e não podia se dar ao luxo de Dumbledore descobrir.

— Chegou aos meus ouvidos, Srta. di Salles, que a senhorita realizou uma festa de boas-vindas na Sala Precisa ontem a noite — Dumbledore finalmente quebrou o gelo.

Rhea abriu a boca para responder, mas tornou a fecha-la. Ia responder algo muito grosseiro e achou que talvez houvesse outros meios para conseguir maior detenção. Poderia ofender Dumbledore como última alternativa caso nada desse certo.

— É — assentiu Rhea — desastre. Durou pouco.

Ela não conseguiu decifrar o tom por trás dos olhos do Diretor.

— Acredito que a Professora McGonagall já lhe conferiu a detenção que achou adequada para a situação.

Um sorrisinho brotou no canto de sua boca, mas se foi rápido demais. Rhea cruzou os braços.

— Sobre isso, Professor — começou ela, um pouco receosa. Dumbledore notou como a postura de Rhea havia mudado de uma hora para outra — acho que eu ficaria mais confortável com uma detenção mais coerente com o que fiz. Dois meses não me parecem o suficiente.

Dumbledore arqueou as sobrancelhas.

— Como disse?

Rhea fez um biquinho de nervoso.

— Acho que o senhor sabe sobre a briga...

— Sim, temo que sim.

Dumbledore se sentou por trás da mesa cheia de bugigangas e observou Rhea cautelosamente por debaixo de seus óculos de meia-lua. Rhea sentiu um arrepio subir pela espinha e abraçou os braços cruzados como quem se protege do frio.

— Bom — continuou ela frente ao silêncio do Professor —, então o senhor sabe que provoquei um duelo, ameacei um aluno e estupefei Narcisa Black. Sinceramente, dois meses de detenção não chegam nem perto de...

As mãos de Dumbledore se entrelaçaram sobre a mesa enquanto ele mantinha contato visual. Era assim que ele havia a observado quando se conheceram, quando Rhea viu Dumbledore invadir sua audiência do Ministério para testemunhar a seu favor, ou como ele analisou cada palavra que ela havia utilizado quando os dois se sentaram em uma mesa de restaurante trouxa para que ela lhe contasse sua versão da história — e como ela sentiu medo de que ele percebesse que só falava mentiras.

— Não foi por isso que te chamei aqui, embora eu deva dizer que já esperava por essa reclamação. Minerva me procurou essa manhã me alertando sobre essa possibilidade — a voz de Dumbledore era cautelosa e muito baixa, como se tomasse cuidado para que Rhea não virasse as costas e fosse embora com um estrondo da porta — Chamei você porque quero discutir outros assuntos.

Mas Rhea não estava interessada em discutir outros assuntos.

— Mas, Professor, ouvi dizer que Narcisa passou a noite na enfermaria e...

ilvermorny girl | sirius blackOù les histoires vivent. Découvrez maintenant