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Alfea
NESSA manhã, quando acordei, não estava no meu quarto, nem na enfermaria, estava vagando pelos corredores de Alfea.
Enquanto andava tive um sonho estranho, porém era mais real que um sonho. Eu dançava, não sozinha, com ele. O garoto que vi no poço, dessa vez pude ver seu rosto, pele branca, cabelos pretos como a noite,olhos azuis tão profundos quanto o oceano de Genóvia.
Ele era perfeito, suas mãos em minha cintura, olhos juntos aos meus, passos sincronizados, corações juntos. Era muito mais do que poderia imaginar.
Mas não sabia seu nome, mas ele sabia o meu, ele tinha a minha marca em sua voz, eu tinha dele em meu coração.
Dançávamos por horas, despreocupados com o tempo ao nosso redor, atenção presa um no outro. Incapaz de desviar o olhar, apenas me aproximei para selar uma prova do que sentia naquele momento. Mas foi uma ação em falso.
Acordei quando bati em uma parede.
Então, depois do melhor sonho da minha vida e da pior batida que já levei, eu me levantei e caminhei lentamente até o dormitório, lá apenas me troquei e me joguei exausta na cama.
Parecia que havia andado por horas, meus pés estão doloridos e meus ombros carregam um peso desconhecido.
Me permito uns minutinhos de descanso, talvez consiga chegar na segunda aula. Aproveito o tempo, mais que merecido, e relaxo. Descanso meus olhos e me ajeito na cama.
O toque suave do relógio fluia tranquilamente, as cortinas balançando graças ao vento, Alfea está em paz.
Eu estou em paz.
Minha mente está calma, meu corpo relaxado, coração batendo em uma frequência tranquila. A guerra contra as Trix já não afeta mais Alfea, não afeta nenhuma de nós.
Mas apesar de tudo aparentar serenidade, meu poder se remexe dentro de mim. Como se estivesse incomodado, como se faltasse algo, alguém.
Papai continua me pressionando para que eu assuma minhas totais responsabilidades como princesa, mamãe não pode me cobrir por muito tempo.
O povo está exigindo que eu assuma meu direito ou outra pessoa irá assumir. Mas não posso assumir um cargo tão importante sem saber quem sou, não posso governar Genóvia sem saber se sou capaz de um dia virar rainha.
Me remexo na cama de um lado para o outro, muitas coisas estão acontecendo ultimamente e eu não estou conseguindo lidar com tudo isso.
Abro os meus olhos e a primeira coisa que vejo é o relógio, são 9 horas.
Levanto a cabeça confusa e olho novamente para o relógio, continua sendo 9 horas.
Me levanto da cama correndo, eu não perdi uma aula, eu perdi quatro. Mas se eu correr agora talvez eu consiga chegar na aula do professor Wizgiz.
