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15 de outubro de 1995 ; Terça-Feira

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15 de outubro de 1995 ; Terça-Feira.
Lago Tahoe ; Califórnia ; 11:42PM.

- Sua febre aumentou. - Os olhos se mantinham profundamente ligados enquanto americano media-lhe a temperatura. - Não devia tê-lo deixado tomar chuva ontem. - Lamentou-se Johnny pela milésima vez apenas naquele sútil cair de noite. Seus dedos deslizaram da testa serena, pela lateral do rosto, até as bochechas do chinês e ali foram segurados. - Se ficar resfriado a culpa será minha... - Hendery calou-o com seu macio indicador sendo posto sobre os grossos lábios.

- Shhh. - Quando notou que seria obedecido ele retribuiu o gesto e sua destra envolveu as maçãs róseas do loiro em sua macia palma, o polegar acariciava de onde alcançava até refazer o caminho de volta e repetir o gesto. - Não diga nada. - Os rostos consideravelmente perto um do outro facilitava seus olhares a descerem de si para a boca alheia em sincronia. Desde o primeiro beijo, no segundo já fora descoberto ser um vício, um do qual John não pretendia largar. Um selinho carinhoso findou a distância e por alguns segundos Hendery pensou que as estrelas localizadas no céu se dispuseram a descer até si apenas para lhe mostrar que o universo morava em seu melhor amigo e em cada um de seus gestos cuidadosos e amorosos residia uma constelação. - Deita aqui comigo. - As faces separadas por uma fina camada de ar resultou nos dedinhos do rosado escorregando pelos longos fios louros os alinhando para trás da orelha, evitando que estes lhes tirassem o direito ao precioso contato visual.

YoungHo fitou uma última vez o lago refletir a lua em ondulações leves formuladas pelo vento. Para contrariar o que lhe foi manhosamente pedido sua cabeça caiu junto à do pequeno sobre o macio gramado tonalizado de um verde vívido, mas seu corpo estava oposto ao do adolescente. Vistos de cima podia-se dizer que ambos estavam virados de ponta cabeça um para outro. As faces tombaram-se em direções paralelas e semelhantes, mas que cientificamente eram consideradas opostas. As orbes de Johnny, tão caramelizadas quanto um delicioso favo de mel, encaixaram-se às pequenas burquinhas brilhantes que eram as íris alheias, uma risada gostosa rasgou o rosto de ambos com um sorriso bobo. Eles se comunicaram com caretas engraçadas por alguns instantes, para segundos depois terem suas atenções voltadas em retorno para a imensidão do céu.

Lá de cima a Lua lhes contemplava com a forte luz para ela compartilhada, dando-lhes uma iluminação prateada e a perfeita vista de tudo ao seus arredores. Junto desta as estrelas piscavam para si. Os desenhos aleatórios por elas formados, aqueles que chamamos constelações, na verdade eram mensagens enviadas em comemoração ao amor que mesmo indiretamente, naquele momento era compartilhado. Algo tão puro a essa altura do campeonato deveria ser valorizado, pois com o decorrer da eternidade perdeu-se o verdadeiro significado obtido que por tantos séculos fora reverencia-do. As pessoas estavam se esquecendo de amar.

- Minha mãe já me fez acreditar que cada uma das estrelas representa uma pessoa que aqui na terra um dia fora muito especial. - O Seo findou o silêncio enquanto seus olhos refletiam os milhares de pontinhos luminosos e sua mente vagava na pergunta que um dia ouvira em uma famosa animação da Disney, este exato momento se assemelhava a aquele. Timão perguntou a Pumba enquanto Simba os acompanhava até então em silêncio: "Pumba, o que será aquelas luzes brilhando lá em cima no céu?" Para Johnny a resposta não teria sido muito diferente da que o jovem leão lhes deu, mas diferente do suricato e do javali, ele sabia que Hendery não riria de si.

90's Lovᥱ ⋆ johnderyWhere stories live. Discover now