Chapter Five: Coming Soon

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Já fazia algumas horas que eu estava sentado na cadeira de couro branca atrás da mesa, que por hora seria minha, e repassando os compromissos do dia de hoje para Sr. Tomlinson.

Ele não falou muito comigo depois de me dizer que no momento só precisava que eu organizasse sua agenda e respondesse seus e-mails atrasados. Me ensinou como era para fazer, como responder e tudo o que era necessário. Não era nada tão complicado, apesar de ter que ler grandes textos sobre assuntos que muita das vezes não era do meu conhecimento. Mas tirando isso, eu estava indo bem.

Em alguns instantes eu sentia os seus olhos sobre mim, encarando com atenção cada movimento que eu fazia. Num determinado momento os nossos olhares se encontraram, o azul parecendo se conectar com o verde dos meus olhos com intensidade. Foi por apenas dois segundos, para então Louis Tomlinson voltar a encarar o computador sobre sua mesa. Naquele momento eu consegui ver um vislumbre do que parecia ser curiosidade e confusão estampada na sua face. Antes de ele voltar a se fechar mais uma vez, deixando apenas a sua costumeira expressão intimidadora e vazia.

E foi ai que a minha curiosidade se acendeu como uma lâmpada de luz extremamente forte. Eu quis saber o que de ruim poderia ter acontecido com ele, que o machucou tanto, tanto, que o fez ficar assim, tão frio. O fez prefirir esconder o que sente por achar que isso é o caminho mais fácil e seguro. Afinal, quando você é tão machucado, automaticamente se cria paredes ao seu redor na intenção de se proteger.

Confesso que cheguei a pesquisar sobre sua vida no Google. Porém, as informações que tinham nos sites eram vagas e superficiais demais. A única coisa que descobri era que Louis Tomlinson nasceu em Doncaster, mas que se mudou para Londres aos onze anos de idade para morar com a sua tia. Nada se tem sobre sua mãe ou sobre seu pai, nem sequer os seus nomes. Descobri também que ele tem uma irmã quatro anos mais nova chamada Charlotte Tomlinson, que até o momento está morando em Paris– França. Ninguém sabe se eles se falam ou se ignoram à existência um do outro, pois nunca aparecerem juntos. Como eu disse anteriormente, tudo que se sabe sobre Louis Tomlinson são coisas vagas, deixando sua vida pessoal em um completo mistério.

Isso me fez ficar ainda mais curioso sobre ele, sobre o motivo do por quê de seus belos olhos azuis serem tão vazios e sem brilho. Mas... também sinto medo da resposta.

Olho para o horário no cantinho do meu próprio computador. Era meio dia e cinco. As uma e meia da tarde Tomlinson teria uma reunião na sala perto do saguão que vi na primeira vez que cheguei aqui.

— Harry?— A voz baixa e quente de Tomlinson chama minha atenção. Percebo que ele havia me chamado somente pelo primeiro nome, sem o costumeiro Styles que usava junto à ele para se referir a mim.

Eu gostei.

— Sim, Senhor?— O respondo, olhando atentamente seu rosto. Vejo que ele respira profundamente.

— Aqui dentro pode me chamar só de Tomlinson.— Murmura rouco.— Tem momentos mais certos para me chamar de Senhor.

Engulo o seco. Por algum motivo acho que está se referindo a algo que apenas ele sabe do que se trata.

— Que momentos seriam esses, Senhor?— Deixo minha curiosidade falar mais alto, sem controlar a minha desobediência e o chamando do jeito que me foi dito a não fazer.

Tomlinson fica me encarando seriamente, quase me desafiando. Eu deveria sentir medo ou receio com o que acabei fazer mas para a minha total surpresa, aquilo me deixo estranhamente satisfeito.

Naquele dia não havia nenhuma franja tampando seus olhos e me impedindo de vê-los. Estavam livres, me dando o prazer de os admirar do jeito que eu quiser. Seu cabelo estava em um topete arrumado para trás, apesar de parecer ligeiramente bagunçado. Posso dizer que aquilo o deixava mais bonito.

Fifty Shades Of Blue • LarryWhere stories live. Discover now