Capítulo III - Minha história de (quase) morte.

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Sexta-feira. 18 de janeiro. 16:50 (Isaac)

Aquela cena que eu vi... era horrível, foi algo assustador pra caramba! Sei que eu fiz uma burrice imensa, sair correndo em direção a um tornado mas... foi instantâneo, quando vi, eu já estava pra fora. Eu ainda estava correndo, aquele vento forte me empurrava pra trás, não conseguia manter meus olhos abertos. Alguma coisa que não vi o que era bateu na minha cabeça e fui diretamente para o chão molhado. Dói muito!

Me sentei, enquanto lágrimas caiam do meu rosto. Aproximei minhas mãos nos meus olhos, para impedir que a água e terra entrasse neles. Meu coração acelerou quando eu vi aquilo na minha frente: um redemoinho cada vez mais perto. O que tá acontecendo?

– Lauren...

Alguém me pegou no colo, olhando nos seus olhos, era aquele garoto esquisito. O de mais cedo, na loja... o que ele tá fazendo? Como chegou aqui tão rápido? Eu estou muito, muito longe da loja. Ele analisava o tornado sem expressão alguma.

– O que é isso? – Ele ficou alguns segundos olhando para o Tornado.

– Isso? – Encarei o mesmo e falei em voz alta. – O motivo da nossa morte!

Ele falou alguma coisa que não ouvi e deu meia volta sem nem olhar pra trás, o tornado estava cada vez mais próximo. Eu acabei gritando várias vezes, falando que não iria dar tempo, que não iríamos conseguir, mas ele nem me deu ouvidos. Ele corre tão rápido, como consegue?

Sexta-feira. 18 de janeiro. 16:57 (Lauren)

Olhando pela janela, consegui ver Zero Seis e Isaac correndo lá fora, em uma velocidade absurda. O que caralhos tá acontecendo, sério?

Olhando do outro lado, vejo o fogo se alastrando cada vez mais rápido. Eu preciso urgentemente achar uma forma de sair daqui! Fico andando pelos lados, olhando nas estantes algo que possa me ajudar a sair, mas não encontro nada.

Consigo ver uma sombra atrás da minha. Por reflexo, me virei rapidamente para dar um tapa. Mas ao ver seu rosto, arragalei os olhos.

– Dylan! – Suspirei em alívio. Me aproximo do mesmo e entrelaço minhas mãos nas suas. Aponto para a porta que estava emperrada, também é possível ver o fogo. – Desculpa, mas você precisa me ajudar! Tá emperrado.

– Você fez isso? – Ele engulhiu a seco, provavelmente para disfarçar seu nervosismo. Ele ri com um ar sarcástico. – Esquentadinha da porra!

– Quer levar outro tapa?! – Dylan fechou os olhos, recuando

– Não, valeu! Meu rostinho lindo não pode ser danificado. – Dylan sorriu e foi em direção da porta, ele olhou ao redor, analisando tudo, parece que ele sabe o que fazer. Suspirei. – Abre-te sésamo!

Não consegui me mover. Sério... o que ele tem na cabeça?! O que ele pensa que tá fazendo? Meu deus, a gente vai morrer!

Ele sentiu no chão, com um ar de derrota.

– Dylan, pelo amor de Deus! – Olhei pra ele, com um ar irritado. Ele estava procurando alguma coisa nas prateleiras.

– Estava brincando, Lauren. – Ele pegou um pé de cabra. Segundos depois, voaram vidros para todos os lados. – Abierto.

Se não estivéssemos em questão de vida ou morte, eu daria um sorrisinho, mas não!

Dylan foi em direção ao banheiro, poucos segundos depois ele volta, completamente encharcado, dos pés a cabeça. Ele se aproxima de mim e tira sua jaqueta de couro, me cobrindo com ela em seguida, ele me pega no colo, no estilo princesa e começa a andar em direção a porta.

Consigo sentir o calor, o calor do fogo. Olho para Dylan e ele está todo concentrado, está correndo e posso ver algumas gotas de suor no seu rosto. Ele olhou pra mim e sorriu.

Fechei meus olhos, eu estou me sentindo completamente inútil! O calor do fogo está cada vez mais próximo, não sei se iremos conseguir. Os batimentos cardíacos do Dylan estão muito rápidos. Segundos depois, Dylan correu mais rápido e nos encontramos de cara no chão.

Me levantei, olhei para Dylan e vi ele gemendo de dor, me aproximei e vi o estrago, seus sapatos haviam queimado completamente. Minha única reação foi dar um abraço nele, o puxando para mais perto de mim. É triste ver o Dylan assim, é como se meu irmãozinho estivesse machucado, gemendo de dor, é a mesma sensação pra mim.

De repente, escutei um estrondo. Olhei pra cima e o telhado, para minha sorte, estava prestes a cair. O vento gelado, o fogo, tudo para ajudar a destruir a loja completamente. Olhei aos redores para ver se tem algum lugar para fugir, mas a fumaça não me deixa ter uma boa visão do local.

Senti alguém me puxar, olhando, vi uma silhueta familiar... o garoto de fios brancos e olhos flamejantes, ele estava aqui. A cena, foi muito surpreendente: ele usando seu próprio corpo como barreira, nos protegendo do fogo e das telhas que estavam caindo. Suas roupas estavam completamente rasgadas, mas não tinha um único arranhão.

Arregalei os olhos, incrédula. Falei a única coisa que consegui pensar.

– O que você é?

Estrelas CadentesWhere stories live. Discover now