1911, Columbus

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"A normalidade é como uma estrada pavimentada: você caminha confortavelmente, mas as flores não crescem por lá

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"A normalidade é como uma estrada pavimentada: você caminha confortavelmente, mas as flores não crescem por lá."
—  Vincent Van Gogh
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Quinze anos. Para os humanos: uma eternidade. Para vampiros: apenas um curto espaço de tempo durante a perpétua e imutável experiência da imortalidade. Para Mia: o limbo de sua existência. O nada.

— As pessoas estão começando a comentar que eu tenho uma filha rebelde — disse Carlisle ao entrar no quarto; vendo Mia sentada na poltrona observando a janela. — Você só sai de casa quando cai a noite e volta quando está amanhecendo. Sabe, eu não reclamo, mas eles reparam bastante.

— Estão mentindo? — curvando os lábios em um sorriso cínico, a garota se virou por alguns instantes para encarar o homem ao seu lado, antes de voltar a observar a janela.

De fato, não era uma mentira. Mia viveu os últimos quinze anos tentando se esconder da sociedade, apenas no conforto do seu quarto lendo algum livro ou estudando. Não foram tempos totalmente improdutivos, afinal, ela aprendeu cerca de 3 idiomas diferentes: espanhol, português e italiano. Isso além de praticar o inglês e o francês que já sabia por ser canadense. Seu poder agora estava controlado e ela raramente o usava já que não saia de casa e não havia perigo ao redor. Ela até aprendeu a tocar piano, depois de muita insistência de Carlisle ao se oferecer para custear as aulas. E estas distrações funcionaram, por um tempo, até que nem isso conseguia mais lhe animar. Então, ela viu na rebeldia um lugar para colocar suas mágoas.

No começo Mia se alimentava de sangue humano apenas porque não conseguia se controlar. E, por um tempo, teve esperanças de que pudesse mudar sua alimentação e se curar dos seus complexos. Mas agora ela canalizava toda a sua dor e sofrimento através disso. Como se estivesse parada no tempo durante esses anos, nenhum progresso foi feito em relação à sua alimentação. Provavelmente Mia nem chegou a tentar para falar a verdade.

Ela sempre soube que havia um monstro dentro de si, mesmo quando ainda era humana, agora ela só estava dando sentido à esse papel. Expondo a pior de suas faces, se tornando o seu próprio medo. Então, ela passou a sair para caçar todas as noites, assim que a lua se mostrava no céu. Agora ela simplesmente não ligava mais para a humanidade. Ao menos não enquanto sua dor se esvaía por meio da brutalidade.

Este era o "hobby" que mais durou em toda a sua vida vampírica, além de ler, é claro. Até hoje, todas as noites ela ainda o faz. O sangue do qual se alimenta provém de humanos do pior tipo possível. Ladrões, assassinos e até os poderosos do governo que fazem da vida da população um inferno. Ela enxerga neles a sua própria alma, como se estivesse olhando em um espelho. São iguais, afinal, todos monstros. É claro que Carlisle não apoia a alimentação da garota, mas se ela se sente melhor assim, não se opõe. Sendo assim, espera pacientemente que um dia ela se dê conta do que está fazendo e mude seu estilo de vida por conta própria.

❛CHOICES ── Crepúsculo ❥ [Seth C.]Where stories live. Discover now