Capítulo 10 - Dilemas

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            Os gemidos tomavam conta do quarto, enquanto o sol da tarde se punha no horizonte. Através da janela, adornada com delicadas cortinas brancas era possível ver a massa de corpos mexendo-se com vigor, em busca de prazer. Olívia tinha toda sua concentração na mulher que reagia, cada vez mais intensa, às suas investidas. Percebeu que Cristina estava perto do gozo e se empenhou para que ele viesse forte. A boca grudou no seu pescoço e a mão se mexeu com mais agilidade ao sentir a pressão ficar mais forte em seus dedos. Encaixou seu próprio sexo em uma perna da advogada e também se entregou o ápice, que estava próximo. Fechou os olhos, curtindo o momento intenso, mas a imagem que veio à sua cabeça não contribuiu para curtir como devia: a imagem criada de Monique, grudada com Cristina apareceu para lhe atormentar, exatamente como de outras duas vezes.

- Droga! – suspirou ao rolar para o lado da cama.

- Algum problema, Liv? – perguntou Cristina ao respirar fundo, recuperando-se do gozo.

- Uma merda na minha cabeça que não sai!

- Como assim?

- É uma coisa ridícula. Desculpe, linda, não é nada com você. Quer dizer, é com você, mas não é – respondeu ao se levantar nua da cama e sair do quarto. Seguiu até a cozinha e voltou com uma garrafa de água. Abriu e ofereceu para a mulher que a olhava intrigada.

- Quer me dizer o que foi isso? Algo que fiz?

- Não, não é nada com você.

- Você disse que era algo comigo. Você está estranha esses últimos dias.

Olívia passou a mão no cabelo em meio a um suspiro e voltou a ocupar a cama, ao lado de Cristina. Puxou-a delicadamente e deu um beijo em seus lábios, acariciando seu rosto.

- Você não fez nada de errado, pelo contrário, é maravilhosa como sempre.

- Alguma coisa está te incomodando, Liv, isso está bem claro.

- Monique Fraga está me incomodando! – desabafou.

- A fotógrafa?

- A própria. Aquela cretina conseguiu entrar na minha cabeça.

Cristina se afastou do contato com Olívia se ajeitou na cama, puxando o lençol para cobrir seu corpo parcialmente. A executiva a olhou consternada. Sabia que tinha que dar uma explicação para seu comportamento estranho.

- Você sabe que quando fui para Arraial, ela e eu ficamos com a mesma garota lá: eu sabia que elas estavam ficando também, ela sabia que eu tinha ficado com Yanka. Quando nos encontramos aqui, no começo do mês, ela percebeu que nós temos algo e...

- Vocês duas tem algo?

- De certa forma. Mas eu estava me referindo a você e eu. Ela disse que te achou linda, que queria seu contato – sorriu com a lembrança. – Enfim, isso não sai da minha cabeça.

- O que não sai da sua cabeça?

- Você ficando com ela.

Cristina arqueou uma sobrancelha, curiosa com aquela informação. Deu um meio sorriso e coçou a testa.

- Você quer que eu fique com ela, é isso?

- Não. Quero dizer, se quiser, você decide com quem fica, obviamente, mas não gostaria. Só que isso não sai da minha cabeça.

Paraíso TropicalWhere stories live. Discover now