Capítulo 3 - O Troco

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Olívia voltou para o hotel com Joyce e deixou a carteira sobre a mesa de cabeceira, observando a esposa ir para o banheiro. Ela tirou o vestido antes de entrar no box e o analisou rapidamente.

- Tenho que mandar para a lavanderia do hotel – lamentou Joyce. Se virou para enxergar Olivia analisando-a. – Tira essa roupa e vem aqui comigo.

- Não. Eu vou deitar um pouco.

- Não vai se arrumar para irmos procurar o restaurante?

- Perdi completamente o apetite.

- Sério, Olivia? Por causa daquela besteira?!

- Não foi uma besteira, Joyce! Mas deixa pra lá, não vou criar um atrito com você, sendo que não vai refletir nem um pouco sobre sua atitude.

- Você vai mesmo estragar nossas férias por conta disso? – perguntou Joyce, incrédula. – Faz o que achar melhor, Olivia. É só o que pensa que conta, não é?!

Olivia não se deu ao trabalho de responder. Tirou a camiseta e se jogou sobre a cama, com o celular na altura dos olhos. Acessou o site de um jornal de economia e ficou lendo as matérias, enquanto Joyce tomava banho. Depois de alguns minutos, a esposa voltou para o quarto e começou a se arrumar para sair. Esperou que ela tivesse uma atitude para iniciar um diálogo, mas não aconteceu. Deu um suspiro ao deixar o telefone de lado.

- Você vai sair para procurar o restaurante?

- Eu vou dar uma volta pelas lojas do centrinho. Quero espairecer a cabeça. Vai ficar aí trabalhando?

- Não estou trabalhando.

- Está lendo a Reuters por que então?

- Porque eu gosto. Vai sair mesmo?

- Vou. Espero que melhore seu comportamento mais tarde – falou Joyce se aproximando da cama e se inclinando sobre Olivia, deixando seus lábios próximos uns dos outros. – Ou vou fazer uma greve para aprender a não me contrariar.

- Maldade comigo – sorriu Olivia ao enroscar a mão no pescoço da esposa e puxa-la para um beijo. – Me dá cinco minutos, eu vou com você.

- Não. Fique. Pede alguma coisa no quarto.

Olivia assentiu e deu outro beijo nos lábios de Joyce, que se afastou para terminar de se arrumar para sair em seguida. A executiva se encostou contra os travesseiros, suspirando aliviada por a esposa não ter aceito que fosse junto. Não tinha metade da disposição de Joyce para ficar batendo perna por aí.

Depois de uma hora verificando informações do trabalho pelo celular com sua secretária, deixou o celular de lado e se levantou para olhar pela janela do hotel. A brisa quente da noite a abraçou de forma aconchegante, convidando-a para sair. Foi convencida pelo movimento que via a distância na praia.

A caminhada na areia foi despretensiosa. Não iria se afastar do hotel, só queria curtir um pouco da sensação inebriante daquela noite, que nem sabia precisar porque estava sentindo. Se perdeu em pensamentos, sobre Joyce e o trabalho e quando deu por si, estava perto do mesmo quiosque onde tinha ido com a esposa horas mais cedo. Se aproximou um pouco mais e enxergou a mesma jovem servindo as mesas. O lugar parecia mais vazio naquela hora.

Yanka levantou os olhos do bloquinho de pedidos quando viu a mesma mulher que atendera mais cedo ocupar uma mesa. Se lembrava que a mulher entojada que a acompanha havia a chamado de Olivia. Se aproximou com um sorriso.

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