Capítulo 30

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Quando eu fico com raiva eu faço o que? Comida. Então, como já estava quase na hora do almoço, resolvi fazer um espaguete de massa caseira, com molho branco, camarões grelhados... Zoando, zoando. Eu fiz macarrão em forma de lacinho. E fritei frango, porque deu vontade. Eu estava lá, de boa, com o macarrão cozinhando, quando sinto mãos rodearem minha cintura. Percebi que era Zack.

- O que quer aqui? Veio me buscar para eu ir em um encontro romântico com o Owen, organizado e planejado por você? Ah é, eu esqueci, você não é fofo para fazer isso!

- Eu não gosto de ficar brigado com você, amor.

- Vai lá, Zack. Deixa que eu levo suas coroas.

- Ariel... - Ele me deu um beijo no pescoço. - Me desculpa, vai? - Ele deu outro beijo.

- Eu vou jogar essa frigideira na sua cara, tô avisando!

- Ui, tá Enrolados agora?

- Sim, claro, eu sou a Rapunzel e você é o Flynn Ryder - falei, sarcástica.

- É José Bezerra, dá licença. E eu não roubo coroas, só os corações das garotas.

- Ah, é. Deixa que eu cuido das suas coroas, você disse.

- Ariel!

- Tive que falar isso. - Comecei a rir sozinha.

- Aquele momento em que você olha pra sua namorada e pensa "Por que eu namoro ela, mesmo?"

- Isso acontece comigo todas as vezes que eu te olho.

- Minha filha, eu sou top e você é sutiã.

- Querido, eu sou um unicórnio e você é um cavalo.

- Minha filha, eu sou paetê e você é missanga.

- Querido, eu sou Miss Universo e você é Missericórdia!

- Minha filha, eu tenho cara de diva e você divadia. Caralho, é agora que eu apanho. - Ele saiu correndo da cozinha. Logo voltou. - Tá aqui seu chinelo ó, não me bate!!

- Awn, que isso amor! Vem aqui. - O abracei e sussurrei em seu ouvido: - Se me chamar de vadia novamente, você morre.

- Vamos na sorveteria hoje?

- Fazer o que?

- Ô fia, o que as pessoa faz numa sorveteria?

- Você está engraçadinho hoje, né?

- Sempre, mor.

- É, não gostei não viu! - Levantei a faca que eu cortei os frangos.

- Você está agressiva hoje, né?

- Você estava lendo sobre absorventes, deveria saber do que se trata.

- O que... Oooooh, entendi. Não vou... chegar muito perto... deve doer tudo aí... Quer que eu vá na farmácia? Compre um remédio? Absorvente extra? Eu vou comprar, tem problema não.

- Por que está tão preocupado?

- Minha mãe disse que dói. E que incomoda. E que não gosta disso não.

- Você já percebeu que nossos assuntos são bem variados?

- Ah, isso é bom. Não tem aquele silêncio estranho.

- Vamos tentar fazer um pouco de silêncio estranho, pra ver se é mesmo estranho.

Eu e Zack ficamos quietos. Eu observava o frango fritando, enquanto ele olhava para o chão, balançando os pés. Chad e Lucy apareceram na cozinha.

A Menina dos Olhos BicoloresWhere stories live. Discover now