Apêndice: A Formação do Império Áquilo

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"Não era tempo para covardes."

- Lazarsfeld, sobre a época da formação do Império.

Por volta do ano 2300 da Era dos Impérios (ou Era Antiga), a Coroa Hiperbórea resolveu pisar no seu continente vizinho, ainda sem saber seu tamanho ou formato, apenas tendo em mente que era uma porção de terra grande. Era sabido também que havia outros povos (e principalmente raças) por lá.

A cultura Hiperbórea nunca valorizou exatamente a batalha, o conflito ou a guerra. Muito pelo contrário, os elfos hiperbóreos sempre valorizavam muito a harmonia com o outro e o diferente. Por causa do clima gélido da ilha, os hiperbóreos valorizam muito o sentido de sobrevivência coletiva.

Por isso sua aproximação dos áquilos (como passaram a chamá-los) foi pacífica. Suas caravanas normalmente tentavam dislumbrá-los com seus itens belos e bem ornamentados, principalmente os seres humanos, os miúdos, e as outras raças não élficas. Faziam trocas de bens, mas também trocas culturais. Os hiperbóreos tinham um tom didático nessa relação, vendo os continentais como bárbaros não muito civilizados, mas procuravam valorizar e manter relações elogiosas. Por isso, sua influência cultural foi tamanha que até dialetos desapareceram. Os humanos, elfos, miúdos e outros, tinham a cultura hiperbórea como algo importante e começaram a de adequar a ela, cada região à sua forma.

Por valorizarem a sobrevivência, a Coroa promovia torneios realizados por soldados hiperbóreos chamados Selger para ver quem da região se destacava para liderá-la. Os locais aceitavam que tal competição fosse organizada por estrangeiros, porque os admiravam. O torneio não promovia em si só o combate, mas tarefas como "sobreviver por x dias em tal floresta" e coisas do tipo.

Eliecim foi o homem que se destacou na região que seria eventualmente chamada de Adelaide. A cidade-estado foi fundada por ele no ano de 2413 da Era dos Impérios, sob o juramento de lealdade à Coroa Hiperbórea. Como dito no capítulo anterior, Eliecim escolheu que sua cidade-estado fosse regida por uma monarquia, pela inspiração hiperbórea, mas há uma diferença interessante entre as monarquias.

A Coroa Hiperbórea possui uma Monarquia Filial, ou seja, não há casamento. Não seria correto dizer que elfos hiperbóreos são poligâmicos, mas sim que se focam em deixar uma linhagem, sem necessariamente se vincular com um companheiro. O que importa é a linhagem e o grau de parentesco com quem está no poder (o Rei ou a Rainha vigente, nunca um casal).

Já a monarquia de Adelaide, é a chamada Monarquia Matrimonial, ou seja, cujo fundamento é o casamento entre um homem e uma mulher, um rei e uma rainha. Quem manda ainda é o Rei, mas não lhe é permitido ter várias esposas. Os humanos do Continente Áquilo já eram monogâmicos antes da chegada dos hiperbóreos e da fundação do Império, por isso essa diferença cultural.

A influência cultural foi tamanha, que até o idioma de toda aquela região é um só. Há diferença de sotaques e de palavras específicas de cidade-estado para cidade-estado, mas os idiomas nativos se fundiram ou foram dissolvidos pelo uso do falar hiperbóreo, por isso foi chamado de Idioma Áquilo.

Somando algumas poucas características culturais correspondentes a raças e regiões que foram adaptadas à cultura da Coroa Hiperbórea (como a monarquia de Adelaide), apenas a religião nativa realmente se manteve intacta. A crença no panteão (do qual Feor e D' Parth fazem parte) não é a mesma fé dos Dez Grandes Princípios, a religião original dos elfos hiperbóreos. Entretanto, as duas religiões convivem bem, porque têm valores muito semelhantes. Lazarsfeld citou os Dez Grandes Princípios em seu discurso no casamento de Elde, que não é um ritual hiperbóreo, por exemplo.

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