MÁ-FÉ

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Na Fundação, um ambiente em polvorosa, cheio de perguntas e insegurança entre os funcionarios: quem viria, quem seria demitido, quem seria promovido e tudo mais que move uma instituição, quando ocorrem esses vendavais.

Como sempre vieram um presidente pró-forma, dono de metalúrgica, riquíssimo, com cargos também nos órgãos que representavam as indústrias e o comércio, enquanto a Ridan se voltava para atender as necessidades e interesses dos trabalhadores.

Diante dessa posição antagônica mesmo que via de regra com interesses contundentes, o homem teve a ousadia de atender a dois senhores.

A grande surpresa foi a de quem  ocuparia a superintendência, surge então a rato vestido de gente, Jofre Álvaro Ferreira, com vida atada exclusivamente ao sistema financeiro.

Naquele momento, seguia o rabo do comparsa e Ministro, fantasiado de representante dos trabalhadores.

No caso da Fundação, um órgão técnico na essência, caberia alguém com formação específica, posto que a entidade, apesar de ter sido formada e formatada por um jurista, possuía personalidade própria, independência e gabarito.

Era a responsável por editar, a nível nacional, normas regulamentadoras que tratavam dos programas de proteção à classe operária.

Gabriel conhecia a fama do recém empossado, entretanto durante meses, tudo correu dentro da normalidade. Como todos sabem, o nome Paula tem aos milhares e o Costa competia em número com sobrenomes Silva ou Sousa, quase dividiam entre si as páginas das antigas listas telefônicas.

Entretanto, Paula Costa...complicava, era um universo muito restrito que fez com que facilmente caísse no foco do rato.

Vivendo e aprendendo, normalmente se era exigido três orçamentos para Seguro do prédio e a divisão de Costa os providenciou e foi encaminhado para a apreciação do superintendente. Junto seguiu o parecer favorável àquele que melhor atendia os interesses da casa.

No dia seguinte, o processo devolvido, e nele, pobremente fixado, um cartão com um débil clips na capa. O clips viria a representar a astúcia da raposa,  pois como sempre segurava com uma tremenda e intencional má vontade um cartão com a impressão do nome Jofre Álvaro Ferreira e nada mais. A instituição, oras....

À tinta, e sem assinatura escreveu:

-Cote a Seguros SP.

Desnecessário, mas a ordem foi cumprida, a empresa apresentou  proposta que cobria as demais, passando ela a ser a Seguradora a ser contratada. Foi quando Gabriel tomou ciência de que o superintendente era conselheiro da mesma.

Essa tática do cartão órfão era padrão em reposta a todos processos, Jofre, o pulha, era hábil, e o podre rolava sob sua batuta.

Em reunião interna com todos chefes de divisões disse em alto e bom tom:

"cada acidente que ocorre tem de doer como se fosse em nosso próprio corpo",

soou tão falso que foi motivo de risos velados.
Partindo da irmã Dulce...penso que todos respeitariam, contudo os presentes já conheciam a cobra coral com quem estavam  lidando.

                                                                           Cont.....

ASSIM CAMINHA A HUMANI....OPS.   CADÊ A ESTRADA?Where stories live. Discover now