Aperreio

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O personagem desta poesia

É Tomás

Um arrumado rapaz

Que se desengonçou certo dia.

Nas suas constantes idas ao centro da cidade

Tomás negociava itens de grande variedade

Era representante

E para isto se fazia elegante.

"Bom dia, senhorita!"

Cumprimentou a cliente

O nome dela era Dona Rita.

Dona Rita era rica

Mas não sabia se vestir

Ela até que era bonita

Mas enfeiava a si

Com toneladas de maquiagem

Que dariam para abastecer uma carruagem

Chega o pó caía

Quando ela sorria

E o vestido bufante

A deixava em formato de tanque.

"Bom dia, meu amor!"

Rita respondia

Resplandecendo em alegria

Ela era afim do vendedor

Pena que era casada

Com um velho empreendedor

Dono de uma empreiteira de estradas.

"Trouxe coisa boa!"

Disse o representante

"Que bom, estava aqui à toa

Volto num instante"

Retrucou a bonita coroa.

Quando voltou

Tomás se arrepiou

Parecia o Gasparzinho

De tanto pó que passou

O batom vermelho

O lábio borrou

Certamente no espelho não se olhou.

"Meu querido, me mostre"

Quase uma súplica sexual

Tomás abriu a mala com cheiro de jornal

Poesia & Outras PoesiasWhere stories live. Discover now