Berenice era bela
Coitada dela!
Não podia caminhar pela selva de pedra
Que os abutres famintos logo assobiavam
Babavam com os queixos em queda.
Berenice!
Sua mãe disse
Tire essa saia curta, visse!
Mãe, é o calor da peste!
Aqui do Nordeste.
Berenice com seu salto
Engrandecia-se mais que o cume mais alto
Com sua saia rodada
Era dada como dada
E com sua pele morena
Atraía homens em centena!
Dona dos mais carnudos lábios
Da tez mais lisa
Dava de dez a zero na Monalisa!
Berenice não era dotada apenas do físico dote
Havia mais conteúdo além do decote
Ela gostava de café
E até tinha uma boa fé
Adorava ler
Principalmente no chover
E acima de tudo amava dançar
Até o sol raiar.
Quando pequena, era mimada
Quando vacilava, a mãe dava-lhe uma pisa!
Cresceu na base da chibata
Nem por isso virou chata
Tampouco beata
Metamorfoseou-se, sem saber, em poetisa
De menina a feminina poesia!
Berenice apaixonou
Mas viu que o amor não havia
Chorou, chorou, chorou
E jurou
Que ninguém a teria
Bancou a difícil
A impossível
Até encontrar um marido, por ironia.
Teve uma linda filha
Que presentou-lhe com uma barriguinha
Mas bela não deixou de ser
Pois deleitava-se o esposo
Quando ela sorria.
YOU ARE READING
Poesia & Outras Poesias
Poetry"Poesia é o que você quiser". O livro "Poesia e Outras Poesias" reúne poesias de diversos gêneros, fáceis e divertidas de se ler. O livro traz versos para todos os gostos e idades. O título refere-se à primeira poesia do livro que se chama "Poesia"...