Capítulo Um - Tempo

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"Se você pode manter as estrelas no lugar

Você pode manter meu coração também

Sempre que eu cair

Sempre que eu começar a quebrar

Então aqui estou entregando meu coração

Para o Único que mantém as estrelas"

Skillet - Stars

Quatro anos depois.

Daniel

-Essa noite foi muito maravilhosa – Luiza ria alto enquanto estávamos indo para minha cobertura. Se ela estava bêbada? Mais do que uma pessoa poderia imaginar! Aquela risada e a sua voz estavam me fazendo ficar com náuseas – Vamos Danny! Vamos aproveitar o resto da nossa noite – ela gritou, e não duvido nada que o grito dela ecoou pelo elevador e entrou nos andares.

-Pode falar baixo? Já são duas horas da madrugada, ninguém merece acordar com seus gritos – eu falei ríspido com ela. Eu estava exausto.

-Deixa de ser grosso lindo. – ela chegou perto de mim me empurrando para a parede do elevador e me nocauteando com seu mau hálito. Minha cabeça estava explodindo por causa das luzes da festa de comemoração por mais um jogo, e mais essa agora– você está tenso. Posso te fazer relaxar.

Sorri com amargura – Eu duvido muito – chegamos a meu apartamento e a levei para o quarto de hospede. Ao chegar lá ela se jogou na cama e o vestido justo subiu entre suas cochas assim que ela ficou de pernas abertas – que tal nos divertirmos?

-Fique ai! Irei tomar banho

-Mas Danny... – tentou ela fazer uma voz dengosa

-Não vou demorar! – falei cansado e fui para meu quarto querendo tirar mais uma vez os vestígios de mais uma noite, tirei minhas roupas o mais rápido possível. Eu queria que a água levasse tudo que eu estava sentindo nessa bendita noite para o ralo. As memorias vieram em minha mente o dia todo... Brincadeiras, sorrisos, beijos... Essas memorias sempre estiveram presentes, mas hoje se fazia quatro anos.

Sai do banheiro apenas com a calça de dormir e escutei Luiza roncando alto pelo corredor. As mulheres que sempre compartilhavam a cama comigo deixaram de encher meus olhos a alguns anos, eram espaçosas e me davam tapas durante a noite. Menos ela. Fui para a varanda e o vento cortante fez meu corpo arrepiar e fiquei olhando as luzes de Berlim. Ainda tinha alguns carros na rua, bares abertos e ao longe um choro de criança. Lembro que fazíamos planos para ter nossos filhos. Nossos filhos... Minhas memorias viajaram mais uma vez e foram para quatro anos atrás quando eu disse a Megan que nosso casamento não me fazia mais feliz e eu precisava da minha liberdade. Disse a ela também que não procurasse nem a mim e a minha família que não estávamos querendo perder tempo para dramas desnecessário, porque não iriamos dar a mínima, e  estavam detestando as coisas idiotas que víamos fazendo ultimamente. 

Confessei que já fazia um tempo que eu estava com a Jennifer e eu tinha prometido a ela que começaríamos uma nova vida. Eu estava disposto a dar qualquer coisa que Megan quisesse... um carro, ou um apartamento que ela sempre sonhou, por que eu iria ganhar muito bem pelos jogos e poderia fazer isso por ela já que na hora das dificuldades ela nunca me abandonou. Eu tinha a certeza que naquela hora ela iria explodir, iria vim para cima de mim, me dar tapas e socos com aquelas pequenas mãos que eu sempre gostei de apertar, e que iria dizer que me odiava. Ela era calma, sempre foi compreensiva e amiga, por causa disso eu me apaixonei por ela, mas ela também quando estava zangada sabia ser assustadora sem controle e eu sinceramente esperava essa reação. Mas o que ela fez foi totalmente diferente do que eu esperava. Ela abaixou a cabeça e vi inúmeras lágrimas cair de seu rosto tão pequeno... lágrimas que eu causei. Enquanto ela tremia um arrependimento se apossou do meu coração, e  eu queria lhe falar a verdade, mas eu não podia... Eu não podia arriscar daquela forma, depois de tudo, e antes que eu voltasse atrás  ela levantou a cabeça e olhou nos meus olhos e percebi que eu tinha destruído aquela mulher e não teria mais volta. Ela disse em bom som que não queria nada do meu dinheiro, que era para sumir da vida dela. Que nem eu e minha família precisava se preocupar que ela não iria procurar ninguém. Ela iria virar para ir para o nosso quarto mais me olhou nos olhos outra vez e disse que me odiava. Aquelas palavras me afetaram, mas sai da nossa pequena casa somente com as malas prontas. Eu não queria a aquela casa, e nada o que continha nela. Não queria me lembrar do que eu tinha feito.

Perdoe-meWhere stories live. Discover now