C A P Í T U L O XXX

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— O que você fez no seu pé, Heather?

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— O que você fez no seu pé, Heather?

Lady Heather moveu-se desconfortável no divã. Sua aparência estava lamentável, ela mal se parecia com a graciosa jovem no baile de algumas horas atrás. Seu penteado estava completamente destruído, as mangas bufantes de seu vestido consideravelmente rasgadas, e seu pé em um estado terrível. Não estava quebrado, talvez torcido e com uma unha quebrada. Havia um pano úmido em seu tornozelo.

— Hum... Pode-se dizer que eu caí. — Explicou.

Lady Crentown aproximou-se. Ela se sentou ao lado da amiga no divã, ergueu o tecido para espiar melhor seu hematoma e fez uma careta. Heather sorriu fraco.

— Tudo bem, Kate. Não está doendo.

Katherine cutucou.

— Ai! — Heather exclamou. — Não faça isso. Dói.

— Como você conseguiu fazer isso? — Katherine cruzou os braços. — Ou melhor, porque você está aqui e com o tornozelo torcido?

A cunhada pestanejou por alguns segundos antes de falar.

— Eu, hum... Eu na verdade queria conversar com você. Então saí do baile da condessa de Hertisde e vim até aqui.

— Isso não explica muita coisa.

Bem... Não demorou muito para que eu descobrisse que vocês não estavam em casa. Minha brilhante ideia foi tentar entrar pela janela do primeiro andar. Não seria perigoso e seria fácil. E tudo estava indo bem, mas meu vestido é tão grande, com mangas tão cheias e meu corpete estava tão apertado que eu acabei de alguma forma me desequilibrando e caindo sob seu canteiro de flores.

— Ah não... — Katherine choramingou. — Eu tinha trazido de Haverstone. Eram lindas.

— Desculpe. — Heather murmurou. — Prometo que irei providenciar novas.

Lady Crentown abanou no ar.

— Não se preocupe. Apenas termine a história.

— Certo. — A ruiva assentiu. — E eu caí da forma errada, para variar. Quer dizer, comigo as coisas sempre dão errado. Bem mais errado do que de fato deveriam já que era uma altura mínima. Eu talvez tenha gritado um pouco e o mordomo escutou. Ele disse que eu não deveria ter feito isso e que se tivesse pedido ele deixaria eu entrar.

— Isso era meio obvio. Você é a irmã do proprietário, Heather.

— Katherine, olhe para mim. Tenho quase vinte anos, sou solteira, não tenho amigas e meus dias se resumem em ficar em casa bordando ou ir para bailes tomar chá de cadeira. — Ela suspirou. — Pular uma janela seria meu ponto alto do mês.

— Oh... — Katherine olhou para baixo. — Estou certa de que vai melhorar... Ano que vem.

Lady Heather deu de ombros.

UMA PERFEITA DESVENTURA [CONCLUÍDO]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora