Capítulo 25°

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Enzo Pazzi.

Acordo e passo a mão na cama esperendo tocar em Karina, mas sinto a cama fria e vazia.

-Porra, que horas são?-Pergunto para mim mesmo.

Pego meu celular e vejo que ainda é de madrugada, então me levanto rápido e saio do quarto a procura de Karina.
Assim que chego na cobertura do prédio, vejo ela deitado no sofá. Seu rosto ainda estava vermelho e molhado, ela parecia ter chorado muito, mas porque? Olho para a mesinha e vejo uma garrafa de Whisky vazia.
A pego no colo e vou em direção ao seu quarto.
Tento por minha cabeça para pensar mas não consigo.
Porquê ela estaria chorando? Será que eu fiz algo errado? Será que é por causa de Dante?
Todas essas perguntas são retóricas demais.

-Mamãe?- diz

Olho para Karina e então eu percebo o porquê das suas lágrimas.
Por mais que ela negue, ele se tornou responsável por muita coisa cedo demais e isso sobrecarregou ela. Ela não se divertia, não brincava, não tinha sua mãe e seu pai nunca havia se importado porque estava ocupado demais lidando com às coisas da Máfia.
Ela sofreu e sofre por não ter tido uma família, por não ter tido ninguém que cuidasse dela e por isso, está tendo esse pasadelo agora.

-Eu vou cuidar de você.-Falo e abraço seu corpo ao meu.

-Enzo!-Fala e eu olho para ela, percebendo que ela ainda dormia.

-Xii, vai ficar tudo bem, você ficará bem.-Falo e a deito na cama junto comigo.

Seu passado foi transtornado, e eu não posso mágoa-lá, não posso fazer isso com ela também.

Fecho meus olhos e logo adormeço com minha mulher deitada em meu peito.

Karina Lorde.

Abro os olhos de manhã e logo percebo que estava deitada na cama. Olho ao redor e vejo que Enzo não estava na cama, mas então logo a porta é aberta e Enzo entra só de Bexer no quarto com uma bandeja repleta de comida na mão.

-Bom dia, meu bem.-Fala e me dá um selinho colocando a bandeja no meu colo.

-Olha só, um bom jeito de me dar bom dia.-Falo e ele me dá um selinho.

-Deveria ter feito isso mais vezes?-Pergunta

-Deveria.-Falo sorrindo e ele gargalha.

-Como você está?-Pergunta e eu o encaro.

Ele só pode ter me visto em um dos meus piores momentos ontem. Eu sempre senti falta de muitas pessoas.

-Enzo, eu...-Me interrompe.

-Não precisa dizer nada, Karina. Eu sei que isso é ruim para você.-Fala e eu aceno.

-Não, eu vou falar. Você é meu namorado e merece saber sobre como me sinto.-Falo e ele sorri.

-Está bem, então.-Diz.

-As vezes no meio da noite, eu tenho pesadelos com o momento em que minha mãe morreu, eu lembro que eu tinha cinco anos, ela estava caída ao chão e seus olhos estavam abertos e sem vida.-lágrimas começam a cair dos meus olhos mas eu contínuo.

-Eu a chamava, mas ela não respondia. Eu gritava seu nome, mas ela parecia está em um sono profundo e então, fui até o quarto e peguei sua escova de pentear.-As lembranças começam a invadir minha mente. Lembranças em que eu só queria esquecer.

-Comecei a pentear seu cabelo enquanto ela estava no chão, morta. E então, o nosso vizinho entrou na nossa casa e me pegou em seus braços me tirando de perto da minha, eu comecei a chorar, gritar e espernear em seus braços e ele me abraçou, dizendo: Você vai ficar bem, seu pai virá te buscar. A cada passo que ele dava da minha mãe, mais eu chorava em seus braços.-Falo e os soluços parecem não querer me deixar terminar.

-Karina...-O corto.

-Preciso terminar!-Falo entre os soluços.

-Assim que minha mãe foi enterrada, eu sabia que não tinha mais ninguém. Eu não tinha um pai, um irmão eu não tinha mais ninguém. Todos começaram a ir embora e a chuva apertou e eu me sentei ao lado do seu túmulo. Eu já não aguentava mais chorar e a chuva levava todas às minhas lágrimas de dor. Logo muitos homens chegaram atrás de mim, todos muito bem vestidos, com suas roupas sociais pretas e guardas-chuvas pretos. Um homem saio do meio deles e estendeu sua mão para mim, eu não sabia quem ele era, mas eu era uma criança e havia gostado dele, então eu peguei em sua mão e ele saio debaixo do guarda chuva dos homens que estavam ao seu redor se molhando junto comigo.- Paro um pouco para lembrar da cena e logo contínuo.

-Ele me abraçou em meio a chuva de disse "Oi, pequena. Eu serei seu papai apartir de agora, cuidarei de você, tá bom?" Eu assenti e ele me pegou nos braços me levando para longe da única pessoa que eu pensei ter na vida.- Falo e então o encaro.

-Kara, eu mais que ninguém sei o quê você passou. Eu também fui adotado, e nunca conheci meu verdadeiro pai e nem quero conhecer. Você é uma mulher muito forte, passou por tudo isso sozinha e construiu seu império com determinação, você se virou em muitas para crescer ainda mais a Monteiro's e fez, você expandiu a Monteiro's, criando várias afiliações pelo mundo, a Monteiro's Gold. Sua mãe e seu pai estão muito orgulhosos de você e sempre cuidaram e protegerão você, está bem?-Pergunta e eu aceno.

Enzo limpa minhas lágrimas e me beija lentamente me dando uma mordida na boca no final.

-Precisamos ir em um lugar.-Falo e ele assente.

-Onde.-Pergunta indo até o closet e pegando uma blusa sócial para sí.

-Na casa de Dante.-Falo e ele se vira para mim rápidamente.

-Eu fiz uma aposta com ele, lembra do cachorro da sua mãe?-Ele acena.

-Meio que Dante tem um cachorro parecido com Pesadelo. Ele disse que me daria o cachorro se eu o domasse e assim eu farei.-Falo e Enzo assente.

-E se você não o domar?-Pergunta.

-Terei que dá dez milhões de dólares para ele.-Falo e Enzo arregala os olhos.

-É uma boa quantia em dinheiro, mas pensando por outro lado, você ganha dez milhões por hora-eu reviro os olhos, mesmo sabendo que ele tinha razão.

-Vamos, vou me arrumar. Tenta colocar uma roupa normal.-Falo e ele me olha com cara feia.

-Está dizendo que minhas roupas são anormais?-Pergunta e eu saio do quarto e vou até o meu gargalhando.

***Contínua***

A Herdeira de Sangue. (REVISÃO) Where stories live. Discover now