Entro em casa ainda furiosa. Sei que não devia. Não posso cobrar algo que nunca existiu, mas.... Ouvi-lo confirmar que me disse aquelas coisas e que as devo esquecer por causa de Victoria colocam-me numa posição delicada. Como se esquece se a cada segundo algo me faz recordar?
― Aconteceu alguma coisa? – Pergunta Diana para no corredor, com uma taça de cereais nas mãos. Olha-me como se eu fosse um fantasma.
― Não. ― Limito-me a dizer e dirijo-me para o quarto, batendo a porta ao entrar.
No que estavas a pensar, Tess? Num amor proibido como lês nos livros de romance best-seller? A vida real é tão injusta.
Deito-me sobre a cama e cruzo os braços sobre os olhos. Não é uma posição confortável, eventualmente os meus braços vão começar a ficar dormentes, mas não me atrevo a mexer. Deixo-me ficar e o cansaço vence-me.
A campainha toca ininterruptamente.
Amaldiçoo seja quem for que esteja com o dedo colado ao botão.
Levanto-me revoltada quando percebo que Diana não irá abrir a porta nem a pessoa desistirá tão cedo. Avanço para a entrada do apartamento e a campainha para, fazendo-me parar também.
Expiro e reviro os olhos.
O maior inconveniente de morar em prédios é que toda a gente que quer entrar, toca em qualquer campainha, ou em todas, até que alguém, como eu, sem paciência para continuar a ouvir campainhas a tocar, abra a porta.
Viro-me, rendida, para regressar para o quarto quando a campainha da porta do apartamento toca e eu pulo ao mesmo tempo que solto um grito.
Cerro os punhos e grunho furiosa.
Volto a andar para a porta e abro-a sem me preocupar com a minha segurança. Dou de caras com Mikael. Está com as mãos apoiadas, uma em cada ombreira da minha porta e quando ergue o rosto vejo um rasto de destruição nele.
― Oh meu Deus! – Murmuro.
Marcas vermelhas, um olho negro e o sangue a escorrer-lhe pelo lábio inferior, deixam-me sem reação.
― Posso entrar?
Recuo em silêncio. Mikael entra, encaminhando-se para o sofá e fecho a porta de rompente.
― O que aconteceu? Foste assaltado?
Procuro um pano limpo e passo-o por água. Regresso para junto de Mikael e ajoelho-me ao seu lado.
― Antes isso. O que me roubaram é algo que não pode ser substituído. ― Diz com dificuldade.
Colo o pano ao canto da sua boca e Mikael retrai-se.
― Queres contar-me?
Mikael nega e a minha preocupação aumenta.
― Desculpa ter aparecido assim, mas foste a primeira pessoa em quem pensei.
Bufo um riso. ― É bom saber que estou no topo da lista de pessoas a contactar em caso de caras amassadas.
Mikael ri, com dificuldade. ― Devias ter visto como ficou o outro.
― Não queres ligar para a tua irmã? ― Ele nega. ― E para Victoria?
As suas narinas abrem demonstrando que alguma coisa aconteceu com Victoria.
― Mikael... preciso que me contes o que aconteceu.
― Posso tomar um banho? Estou a sentir-me imundo.
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Provador Clandestino (EM PAUSA)
RomanceEm andamento... *** Sinopse: Tess é uma jovem de vinte e quatro anos que trabalha na Loungerie, uma loja de lingerie numa das ruas mais ricas da cidade para ajudar a pagar a faculdade e os custos inerentes ao facto de morar sozinha. Segundo Tess, t...