Vejo as portas do elevador fecharem-se e uma sensação estranha fecha-me o peito. Talvez seja porque Tess não estava com nenhum dos seus sorrisos. Pela primeira vez, num espaço de quarenta e oito horas, conheci-lhe mais expressões que aquelas que consigo contar com os dedos das mãos. Continuo a preferir-lhe os sorrisos ao olhar baço e cantos da boca inexpressivos.
Fecho a porta e Lilly e Kyle olham-me.
― O que foi?
― Gostas dela? – Pergunta Lilly desconfiada.
Deixo escapar um riso. ― Claro que não!
― Mikael!
― Só a acho uma rapariga interessante. – Desvalorizo a sua chamada de atenção. - Não parece fútil. Achá-la uma mulher interessante não quer dizer que esteja interessado.
― Mikael, sou tua irmã. Sabes que não me consegues enganar.
― O que queres que diga, Lilly? Já disse que a acho uma pessoa interessante. Seria assim tão mau querer conhecê-la melhor?
Lilly fica em silêncio por instantes. ― Não, claro que não. Até porque acho que fariam um casal bonito. – Deixa escapar um pequeno riso. – Mas não te esqueças que és comprometido. Não quero que faças algo estúpido.
― Por que iria fazer algo estúpido?
― Porque fazes sempre.
A minha irmã sabe como ficar com a última palavra numa conversa pelo que não me pronuncio mais. Tess tem sorrisos que me cativam e confesso que gostava de os conhecer a todos. Não posso dizer que estou romanticamente interessado numa pessoa que acabei de conhecer, mas ela mexe comigo, e isso, não nego.
― É melhor irmos para casa. – Kyle puxa o casaco e veste-o. Lilly concorda.
― Podem dormir no quarto de hóspedes, se não quiserem conduzir.
― Não te preocupes. – Lilly avança e abraça-me. – Vou buscar a minha mala ao quarto.
Quando ela sai para o corredor, Kyle aproxima-se.
― Liga-lhe.
Olho-o confuso.
― A quem?
― À Tess. Tens o número dela. Liga-lhe.
― Por que o iria fazer?
Kyle bufa um riso. ― Porque estás interessado e eu gostei dela. Nada a ver com a Victoria.
― Só não gostas da Victoria porque te chamou idiota.
― A tua irmã também me chama idiota e eu estou apaixonado por ela.
― Mas não te chamou idiota no meio da cerimónia de graduação com o microfone ligado.
― Oh... então foi isso. Ela é um bocado psicopata. Devias agradecer-me por estar a defender os teus interesses.
― Não é para isso que servem os amigos?
Kyle nega. ― Os amigos levam-te para problemas de saia. Sou teu cunhado, a minha obrigação é fazer radar e colocar uma cruz vermelha bem grande nos problemas.
Rio.
― Para ti são todas problemas.
― Até podem ser. Mas há problemas que valem a pena. Tess parece ser uma boa dor de cabeça para ti, cunhado.
― Não posso ter dores de cabeça agora.
― Por causa da Victoria?
― Também.
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Provador Clandestino (EM PAUSA)
RomanceEm andamento... *** Sinopse: Tess é uma jovem de vinte e quatro anos que trabalha na Loungerie, uma loja de lingerie numa das ruas mais ricas da cidade para ajudar a pagar a faculdade e os custos inerentes ao facto de morar sozinha. Segundo Tess, t...