Vejo-a afastar-se recriminando-me por tê-la colocado nesta situação. É como dizer-lhe adeus para sempre e, para bem da minha vida, espero não ter de me cruzar com Tess durante os próximos tempos. O melhor é cortar o mal pela raiz.
Enquanto estive com Kyle, falámos sobre esta situação de merda. Estávamos a olhar para um jogo num canal de desporto quando ele me perguntou se era capaz de deixar a Victoria para ter alguma coisa com a Tess. Foi uma pergunta complicada, daquelas para as quais a resposta irá diferir de acordo com a fase pela qual estás a passar. Há uma semana eu teria dito que ele era maluco. Em momento algum eu iria desejar outra mulher sem ser Victoria, agora, preciso ponderar a resposta. E só isso, já me compromete.
― Se é uma fase, deixa passar. – Disse-me.
― É uma fase. – Reforcei.
Ele deu de ombros. ― Se estás tão certo disso, por que estás a dar tempo de antena a uma pancada pela amiga da tua irmã?
Bufei um riso. ― Não sei. Acho que há uma fase da nossa vida em que achamos piada às amigas das irmãs.
― Mikael, essa fase acontece na adolescência. Quando começamos a andar com as hormonas aos saltos. – Riu.
― A Victoria é a mulher da minha vida. Não posso estragar tudo com isto.
― Então não estragues, simples. Eu não gosto dela, mas já estás farto de saber isso. Boa sorte para tirares a Tess da cabeça. – Riu.
Fitei-o. ― Obrigadinho.
Kyle ergueu as mãos em sua defesa. ― Honestidade, cunhado. Se não queres nada com a Tess, resolve as coisas com a Victoria. Assenta com ela.
― Tens razão. Vou falar com a Tess.
Kyle engasgou-se. ― Mas que merda, Mikael! Não te decides?!
― Vou falar com ela para esquecer o que lhe disse. Vou colocar um ponto final em algo que nunca existiu.
― Se achas que ir cutucar na ferida, ajuda, quem sou eu para dizer o contrário.
― Se ela sentir o mesmo que eu, cutucar na ferida vai forçar-nos a parar.
― Parar? Não sejas idiota. Não começaram nada. Só tu, começaste a dizer o que não devias porque estavas bêbado. Tens uma irmã, não aprendeste nada sobre as mulheres?!
― Aprendi. Por isso mesmo sei que se mexo com ela como ela mexe comigo, dizer-lhe para esquecer por causa de Victoria irá fazer com que me odeie.
― Queres que ela te odeie?
E só de lembrar os seus sorrisos e como eles mexem comigo, quase desisti da ideia e de Victoria.
― Para ser sincero, não. Mas neste momento sou tão perigoso quanto uma mulher de TPM.
Kyle gargalhou. ― E tão fodido quanto uma.
Sei que Victoria ainda está no trabalho e decido passar pelo escritório para lhe fazer uma surpresa. Pelo caminho, paro numa banca de rua de flores e escolho o ramo de rosas mais bonito que ali está.
― Quer escrever algum cartão?
― Sim, seria ótimo.
A mulher, jovem, cede-me um pequeno cartão branco, um envelope e uma caneta.
Olho para ele e deixo-me ficar. Preparo-me para começar a escrever diversas vezes, mas paro sempre no momento de o fazer.
― As mensagens mais simples são as melhores. – Oiço a mulher dizer.
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Provador Clandestino (EM PAUSA)
RomanceEm andamento... *** Sinopse: Tess é uma jovem de vinte e quatro anos que trabalha na Loungerie, uma loja de lingerie numa das ruas mais ricas da cidade para ajudar a pagar a faculdade e os custos inerentes ao facto de morar sozinha. Segundo Tess, t...