O quarto pequeno estava abafado e Sarah sentia sua testa pegajosa como se estivesse com uma gripe, com ajuda de Mambo e de Maya o desconhecido foi deitado na pequena cama de casal no meio do quarto, o lençol branco ficou cheio de sangue por todos os lados.
Em espírito a jovem morena continuava em oração, pois sabia que apenas um milagre poderia impedir a morte daquele homem.
Com agilidade Maya abriu a pequena janela para que o ar entrasse, mas não era o suficiente.
— Não demore muito Maya a taberna está cheia — ordenou Mambo olhando mais uma vez para o homem deitado na cama antes de deixar o quarto.
A estrangeira assentiu, em seguida se aproximou do homem ferido e sem qualquer pudor arrancou a blusa ensanguentada dele, do lado oposto ao quarto Sarah reagiu desviando o olhar envergonhada.
— Você precisa limpar ele. — Sua voz era rápida ao ponto que as palavras saiam apressadas, não parecia ter muita paciência. — É necessário estancar o sangue ou ele vai morrer — concluiu jogando um pano que carregava na cintura para Sarah.
— Eu nunca fiz algo do tipo — gaguejou a jovem um pouco tímida, havia uma enorme quantidade de sangue no abdome dele e ela se sentia estranha em se aproximar de um homem tão descoberto.
Impacientemente Maya revirou os olhos e tomou o pano de Sarah, limpando a área que tinha sido ferida, o sangue impregnado no ar fez com que a jovem morena sentisse vontade de vomitar, mas a estrangeira não parecia nem um pouco incomodada.
— Isso é serviço de uma faca — afirmou Maya —, se não limparmos direito ele não vai sobreviver. Vais ficar aí parada como uma estátua de Ganesh?
— Quem?
— Nada — resmungou Maya, em uma voz fria. — No fundo do corredor há um balde com água traga-o para cá.
Sarah imediatamente obedeceu, apesar da vertigem. Com uma respiração profunda andou até o corredor pegou o balde e voltou ao quarto, depois ficou observando Maya limpar a ferida com destreza.
— É necessário desinfetar. — Maya estava concentrada. — Vou buscar um pouco de álcool, enquanto isso vai limpando a ferida dessa forma está vendo? Mas tome cuidado para não apertar muito.
Sarah assentiu tomando o lugar de Maya ao lado do desconhecido, seu rosto vermelho por tocar um homem daquela forma, imaginou que sua avó teria uma sincope se a visse naquele estado.
— O que aconteceu com você?— sussurrou Sarah olhando para o rosto do homem sem nome, mas não houve resposta como era de se esperar. — Você deve ficar bem, sua família deve sentir a sua falta.
— Aqui está o álcool e outros panos. Você sabe fazer uma atadura? — questionou Maya entregando as coisas para Sarah. — Eu preciso descer antes que Mambo venha me buscar a força.
— Acho que sim — respondeu insegura, nunca havia lidando com uma ferida daquele tamanho, mas com uma irmã caçula ela havia aprendido alguns truques na velha Califórnia. — Maya eu logo terei que ir embora. Eu.... você poderia ficar de olho nele? Eu prometo que virei aqui logo que possível amanhã, por favor.
Maya fez uma careta e resmungou alguma coisa em sua língua materna, mas Sarah nada entendeu.
— Ele não é nada seu por qual motivo perderia seu tempo? Tenho certeza que uma garota como você deve ter outras coisas mais interessantes para fazer do que cuidar de um moribundo — declarou ela.
— Ele está ferido e sozinho e é minha obrigação como cristã prestar socorro e fazer o meu melhor — disse Sarah com calma voltando seu olhar para o desconhecido.
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A Boa Samaritana
Historical FictionSarah Parker é quase uma solteirona nos círculos sociais da Inglaterra, com um dote ralo e sem grandes atrativos ela vive sob a guarda de seus avós, aguentando as constantes humilhações de sua avó, a Baronesa de Meyer. Mesmo diante dos desafios ela...