Capítulo 26

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Sarah caminhou ao lado do marido pelos corredores do palácio, a palavra soava natural em seus pensamentos, os únicos sons eram os passos deles, a luz radiante do sol parecia combinar com o humor da Duquesa e do Duque da casa de Saxe-Coburgo-Gota. 

A jovem Duquesa estava a vontade, mesmo diante do que a esparava na sala de jantar, a essa hora a Duquesa-Mãe já deveria estar ciente da união entra a inglesa e seu filho mais velho e provavelmente não estava nada feliz. 

O casal parou na frente da enorme porta de madeira, por um instante  August traçou seus dedos com suavidade na pele da esposa e lhe deu um sorriso confiante, uma forma de tranquilizar quaisquer dos medos que estivessem na mente dela. Naquele instante, Sarah refletiu que todos os seus temores pareciam tolos. 

Diferente do habitual a sala de jantar não estava cheia, apenas a Duquesa e seu irmão mais velho aguardavam ao desjejum, um nó surgiu na garganta de Sarah ao encarar os olhos furiosos da Duquesa, definitivamente furiosa não era uma palavra suficiente para descrever o estado da mãe de August. 

A mulher mais velha se levantou da mesa e caminhou com firmeza até o casal, em seguida impetuosamente levantou a mão para atacar Sarah, que fechou os olhos esperando o tapa que nunca veio. 

— A senhora deveria pensar duas vezes antes de levantar a mão para agredir minha esposa, a Duquesa Soberana deste estado — disse August, numa voz fria para a mãe. 

—  Diga-me que é mentira — pediu Luiza, enquanto uma risada histérica explodia por seus lábios —, que não ousou se casar como um plebeu as escondidas e com alguém como ela. Diga-me que ela não dormiu em seus aposentos essa noite, que não foi tão burro a esse ponto — gritou a Duquesa —, que não se casou pelas minhas costas e contra a minha vontade. 

— Deixamos de lado os joguinhos mãe? —  perguntou o Duque — , finalmente vai ser sincera comigo e expressar sua opinião quanto as minhas escolhas? Ao invês de agir pelas minhas costas e tentar sabotar o meu casamento? 

— O que ela te disse? 

— Nada — respondeu August, encarando a mãe com rigor —, não sou alheio ao que acontece em minha própria casa. 

—  August sua mãe apenas está apenas preocupada, na verdade todos estamos —  explicou o Rei da Bélgica — , um homem em sua posição não pode levar de maneira tão leviana a instuição de casamento. Entendemos que seu acidente tenha sido algo que o deixou atoardoado e acredito que esse assunto pode ser facilmente resolvido, muitas uniãos foram anuladas diante do estado de saúde de uma das partes. 

 O Duque ergueu as sobrancelhas incrédulo com a sugestão do tio. 

— Minha saúde está ótima —  garantiu August — , e meu casamento não será anulado e se eu ouvir tal absurda sugestão de Vossa Majestade serei obrigado a pedir que regresse ao seu país. 

— Eu sou o Rei da Bélgica e seu tio — respondeu o irmão da Duquesa, com um olhar insolente —, não ouse falar comigo dessa maneira. 

—  Ao contrário do que Vossa Majestade parece acreditar a Casa de Saxe-Coburgo-Gota não lhe pertence e muito menos é submissa ao seu governo — expressou August seriamente —, este é o meu estado, o meu governo e eu dito a lei, se eu digo que Sarah é a nova Duquesa é porque ela é e o Senhor a tratará com o devido respeito se desejas continuar sendo bem-vindo a esta casa. 

— August não acredito que vais falar assim com seu tio por causa de uma mulher qualquer — disse a Duquesa, com um olhar gélido e de repugnância para Sarah. — Não é sabio a um governante agir dessa maneira. 

— E o que a senhora sabe sobre governo minha mãe? — questionou o Duque —, se tudo que fez ao longo da vida foi agir manipulando a todos pelos seus próprios interesses? Se achas que farei vista grossa aos seus comportamentos como meu pai o fez, estas muito enganada. 

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