Luz

336 64 34
                                    

Atualizar rapidamente: confere ✔
Espero que gostem do capítulo ^_^
Desculpa se houver algum errinho.

O som tranquilo da água se chocando contra as pedras me acorda.

Minha cabeça dói.

A luz do dia invade meus olhos.

Leva alguns minutos para eu assimilar tudo que aconteceu na noite passada.

Já está de dia.

Por Deus, passei a noite toda desacordada?

Pisco os olhos freneticamente.

A mordida...

O cheiro de sangue está impregnado em mim.

Meu sangue.

Me sinto desorientada e forço meu pescoço para levantar minha cabeça.

Ele dói.

Me lembro que o lobo com olhar e instinto assassinos quase me matou sufocada.

Era só o que me faltava... pelo menos ainda estou viva...por enquanto...

Olho para a terra ao meu redor há marcas de garras e pegadas - da luta entre os dois lobos.

Um arbusto arrancado do solo me mostra o caminho pelo qual eles correram.

Por algum instinto desconhecido me levanto de uma forma desajeitada e vou até o arbusto.

O cheiro de sangue está forte e algumas folhas no chão estão manchadas de vermelho.

Meu estômago não ronca mais - a única coisa que sinto é uma dor terrível por toda minha barriga e uma tontura insistente.

- Ah. - sinto meu hálito ficar forte quando suspiro.

Volto cambaleando para o riacho e bebo uma enorme quantidade de água.

Parece aliviar a dor.

- Argh! - meu pescoço dói quando levanto a cabeça, em contrapartida o ombro parece ter melhorado um pouco.

Olho para o córrego e começo a andar do seu lado novamente.

Sei que estou me cansando, mas não posso ficar parada aqui.
Ele segue como uma serpente floresta adentro.

Pássaros voam a medida que passo e um cervo com galhadas enormes bufa para mim.

- Não posso fazer nada com você. - sigo meu caminho cabisbaixa.

Olhei para o céu entre as folhas e logo vi que ele estava mudando de cor - o azul estava desbotando dando lugar a luzes coloridas.

- Não é possível que eu tenha andado tanto... - bebo mais água do córrego ao sentir a dor voltar.

Estou desorientada pela fome e pelas dores.

- Há quanto tempo que eu não como? - pergunto a mim mesma e faço algumas contas. - Três dias talvez ou são quatro? Não comi desde aquela noite em que fui posta num saco.

Todas minhas lembranças e emoções vem de uma vez só.

Não consigo segurar minhas lágrimas e choro.

Um choro longo e penoso.

Fico sem ar.

A floresta acaba e dá lugar a uma grande montanha rochosa - com uma passagem entre as rochas, por onde o córrego passa.

Pisco para fazer as últimas lágrimas caírem e olho para um fio de sangue manchando a rocha cinza.

Algum lobo deve ter passado por aqui.

Sobrevivente Where stories live. Discover now