Sozinha

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Oiii gente 😊😊😊😊 esse capítulo vai ser um pouco menor do que os outros porque... eu não consegui deixar ele maior... desculpa 😥😥😥

Sons.

Sons diferentes de tudo que já ouvi durante a minha vida.

Vida.

Ainda estou viva?

Não sei, está tudo tão escuro e confuso.

Não estou morta, estou?

Não, aqui estão as dores sobre todo o meu corpo.

Minha visão está turva, sinto meus sentidos retornarem, ondas fracas e macias de água tocam minhas patas traseiras.

Posso ouvir a chuva que está caindo agora e entrando no meu ouvido.

Um gosto de terra e sangue me dizem que estou com a boca aberta tocando a lama.

Sobrevive a correnteza.

Meus olhos finalmente focam na floresta a minha frente e numa árvore morta com os galhos decorados por corvos famintos.

Vomito um pouco de água misturada com sangue.

O gosto metálico faz minha língua enrolar.

- E-e-sstou-u vi-i-i-va. - sinto mais gotas de águas entrando nos meus ouvidos. Meu ombro lateja de dor.

Queria ter forças para me levantar. Mas não consigo nem sequer mexer uma das minhas patas.

Fico parada sentindo a dor corroer meu corpo e a chuva deixá-lo mais frio.

Um dos corvos desce da árvore e se aproxima.

- Lobo. Lobo. Lobo. - repete me analisando.

- S-s-saia daqui. - com muito esforço mexo minha pata direita. - S-sai-a.

- Lobo. Lobo. Lobo. - ele bica minha orelha.

Tento rosnar.

- Lobo. Lobo. LOBO! - ouço o bater de asas dos outros corvos.

Sobrevivi a correnteza do rio, não vou ser morta por um bando de pássaros idiotas.

- SAIAM! - grito recuperando um pouco da minha força e sentindo minha garganta arranhar devido ao esforço.

Eles recuam e me observam. 

- Saiam. - repito mostrando minhas presas.

Depois de um bom tempo me observando eles vão embora soltando seus gritos estranhos e macabros.

Pela primeira vez na vida me sinto completamente sozinha, ouço minha respiração entrecortada e meu coração a bater.

Consigo me erguer, deixando as patas traseiras tocando a água do rio e a lama; meus pelos estão completamente cobertos pela terra escura.

A chuva aumenta. Tenho que sair daqui, tenho que achar um abrigo para me proteger.

Dou dois passos vacilantes como um filhote e sinto a terra molhada incomodar minhas patas, tenho certeza de que vou escorregar e cair novamente na lama fria.

Mais dois passos.

Meus olhos vão de um lado a outro procurando algum local seco e para minha infelicidade, não há nenhum, apenas árvores e pinheiros que deixam as gotas de água passarem por entre suas folhas finas.

Tremo de frio, as narinas úmidas parecem estar levemente congeladas.

Desespero começo a surgir no meu coração.

Sobrevivente Tempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang