Capítulo XXXIV

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    Provavelmente estes seriam os meus últimos dias em Los Angeles, eu já estava com 39 semanas e a vinda do Henrique estava cada vez mais próxima. 
   Naquele dia eu estava no consultório para a minha última consulta de pré-natal.

- Que bom revê-la, Senhorita White! - diz o médico.

- Digo o mesmo.

- Vamos dar uma olhada... - ele diz me examinando - Você está com uma boa dilatação, provavelmente amanhã ou depois seu filho nascerá.

- Isso vai ser maravilhoso!

  "Vai ser maravilhoso ter que ir embora daqui."Pensei.

- Eu aconselho você a já começar a arrumar sua mala de maternidade e do seu filho. Caso você não saiba exatamente o que trazer, aqui tem uma lista. - ele se dirige à sua mesa e me entrega um panfleto branco.

- Obrigada, doutor. Eu realmente precisava de um desses.

- Você está liberada, até daqui alguns dias!

- Tchau.

°°°°°°°°°°°

- Isabela, chegou este pacote para você! - diz o Silvestre - Quer que eu deixe no seu quarto ou aqui no sofá mesmo?

- Pode deixar aqui mesmo, Silvestre. Obrigada! É um cobertor que eu comprei para o Henrique já está frio.

- Posso ver? - ele se senta ao meu lado.

- É claro!

  Eu abro a caixa e vejo um cobertor fofinho cinza com bolinhas verde água. Logo, logo meu bebêzinho estaria ali.

- Que lindo. Às vezes eu fico imaginando quando o Henrique nascer, pena que você já vai embora. Mas eu vou te fazer uma visita no hospital com certeza!

- Não, Silvestre. Depois que eu sair do hospital eu ainda vou passar aqui para me despedir de todos vocês. Você pensou que eu iria embora sem dar um abraço em todos vocês? Óbvio que não.

- Eu fico feliz com isso então. - e sorriu - Mas agora eu preciso ir, tenho que limpar a piscina.

- Tchau. 

   Peguei o cobertorzinho e o levei para o quarto enquanto eu arrumava as nossas coisas. A minha ansiedade estava a mil por hora, saber que daqui alguns dias meu bebê estaria em meus braços era maravilhoso. Até que recebi uma mensagem. Era da Rachel.

R: Isa, está chegando a hora de eu ver você e o Henrique! Se eu estou ansiosa? Com certeza!

I: Imagina eu! Estou arrumando as nossas coisas para levar para o hospital.

R: Não vejo a hora de abraçar vocês dois!

I: Eu quero que você seja a madrinha.

R: O quê? Isso... Isso é sério?

I: Claro, não é? Você é minha melhor amiga e com certeza é a melhor pessoa para ser madrinha do meu filho. Você aceita?

R: Se eu aceito? É claro que Sim! Não precisa pedir nem duas vezes! Eu com certeza aceito ser madrinha do Henrique!

I: Isso é maravilhoso!

R: Não se esqueça que tenho uma surpresa para você!

I: Me conta, por favor!

R: Óbvio que não, Isa!

I: Pelo menos uma dica.

R: Não, Isabela White!

I: Chata.

R: Sou mesmo! Não se esqueça de me mandar uma mensagem dizendo quando você estiver no aeroporto daí. Porque aí quando seu avião aterrissar em Nova Iorc eu já quero estar esperando vocês dois.

I: Está bem.

°°°°°°°°°°°°

  Eu estava na sala assistindo um programa de televisão quando o Calle entrou.

- Oi, White.

- Oi.

- Eu queria te pedir uma coisa. - ele se aproxima ainda de pé.

- Se eu puder fazer. - digo seca e fria.

- Eu vou ter que viajar hoje a noite e eu só volto depois de amanhã mas vou viajar no mesmo dia e ficar fora por três meses. Então eu queria poder ver o Henrique depois de amanhã.

- É claro que você pode vê-lo. Quem sou eu para impedir isso. - digo.

- Eu não vou estar aqui quando você for para hospital e eu queria te dar um abraço, eu posso?

  Não era uma boa ideia mas eu não era uma pessoa má. Me levantei e o abracei e no mesmo instante me veio os nossos momentos juntos. Por que ele tinha sido tão idiota? Lágrimas ameaçavam escorrer mas eu segurei firme.

- Aí quando você chegar vai até o hospital porque eu com certeza estarei lá com o Henrique. - digo me afastando.

- Bryan, vamos! Está na hora! - diz Bane - Adeus, Isabela! E que bom que você cumpriu o contrato corretamente.

- Me dê só um minuto! - ele diz - White, se você disser que acredita que eu não te traí eu largo tudo por você. - ele coloca as duas mãos em meu rosto.

- Calle eu... Eu sinto muito mas eu não quero sofrer mais. Eu vi uma foto sua com ela se beijando e também eu preciso ficar sozinha por um tempo. E-eu, eu sinto muito.

  E ele saiu. Era a última vez que eu o veria naquela casa. E chorei. Chorei por não poder beijá-lo, chorei por ter que fingir que eu não o amava, chorei por ter que esquecer todos os momentos legais que tivemos. Depois de quase duas horas que o Calle tinha ido embora me senti molhada. Era a minha bolsa.

   Eu estava entrando em trabalho de parto.

°°°°°°°°

    Cheguei no hospital juntamente com o Silvestre e a Margot. Quando os enfermeiros me viram fui colocada em uma maca e direcionada para o centro cirúrgico.

- Parece que o Henrique está mais ansioso do que previ, senhorita White. - disse o meu médico.

- Senhorita, vire-se por favor!

  Coloquei aquela roupinha cirúrgica e aplicaram a anestesia em mim.

- Você precisa fazer muita força! - disse o médico.

   O meu parto era normal. Acho que só agora que a minha ficha estava caindo de que eu tinha um bebê dentro de mim e ele estava prestes a sair.
   Lembro de ter feito tanta força, de ouvir os enfermeiros dizendo: "Está quase. Vamos lá...." E logo vi aquele bebêzinho sujo de sangue nas mãos do médico.

  Mas tinha algo errado.

Grávida de um Super StarWhere stories live. Discover now