Capítulo XXVIII

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   Acordei no hospital. A Margot estava lendo uma revista ao lado da cama. Coloquei a mão em minha barriga e senti um chute. Eu não tinha perdido o Henrique.

- Margot. - sorrio

- Menina, que bom que acordou. Como se sente?

- Bem. Eu ouvi o que disse para o Calle sobre o roubo dos 100 mil.

- Menina, depois falamos sobre isso. Você precisa repousar e eu preciso chamar o médico.

  Ela ficou fora por dois minutos e voltou com o médico.

- Bom dia, senhorita White! Como se sente?

- Bem, obrigada.

- Você teve muita sorte que não perdeu seu bebê! Mas precisamos falar muito sério, depois disso precisa descansar, você não pode fazer nada, nem pegar em uma vassoura, entendido? E a sua anemia voltou, você anda se alimentando direito, senhorita White?

- Não, ela não anda, doutor. - a Margot interrompe

- Isso é um problema, vou passar uma dieta para ela se recuperar. Srta, se não quiser ter um aborto, é melhor repousar o dia inteiro e seguir esta dieta. Fui claro?

- Sim.

- Que bom. Você terá alta a noite, com licença!

°°°°°°°

  A Margot tinha me ajudado a sentar na cama enquanto o Silvestre abria a porta da sacada para ventilar.

- Isabela, caso queira fechar as cortinas aqui está o controle. - o Silvestre me fala colocando o controle em cima do criado mudo.

- E aqui está seu jantar, menina! Aqui está o controle da TV e se precisar de algo é só me ligar, entendido?

- Obrigada, gente! - o Silvestre sai me deixando sozinha com a Margot - Obrigada de verdade por ter me ajudado com o roubo do dinheiro.

- De nada! Você é uma boa pessoa, menina! - e saiu

  Fiquei uma hora mais ou menos  conversando com a Rachel (ela me contou que estava saindo com um homem) quando ouvi baterem à porta e desliguei a ligação.

- Oi, White! - era o Calle - Eu... - e puxou uma cadeira para perto da cama - Eu quero te pedir perdão, por tudo.

- Pelo quê?

- Por ter sido um idiota, por ter duvidado de você, por tudo. A Margot me mostrou as provas de que não foi você.

- Pois é. A pessoa que planejou tudo isso deve me odiar bastante. 

- Você já sabia sobre o meu pai, não é mesmo? Digo, antes de eu te contar.

- Sim. Uma pessoa me contou e eu achei uma boa ideia continuar com Henrique. - e sorri

- Obrigado. Bem, eu preciso ir.

- Fique, por favor. - digo o encarando.

  Ele se virou e sentou ao meu lado na cama.

- Quer ver um filme? - ele diz

- Pode ser.

   E ficamos lá assistindo.

°°°°°°°°

   Depois que o empresário ficou sabendo que eu não era a culpada pela transferência do dinheiro, ele permitiu que eu saísse do quarto mas não veio para me pedir desculpas, o que eu já sabia que não aconteceria.
   Engraçado, há sete meses atrás eu entrei nesta casa completamente perdida sobre tudo, sobre eu mesma, sobre minha gravidez, e mal sabia eu o tanto de coisa que aconteceria comigo.

- Silvestre, você pode me ajudar com estes livros aqui? - ao meu lado tinham quatro livros grossos.

- Isabela, você não carregou todos esses livros de uma vez não, não é? - Silvestre diz apavorado

- Claro que não, o Henrique tem ficar na barriga vivo. - digo

- O que você vai fazer com eles?

- Eu vou doar para uma biblioteca. A moça de lá deve chegar em meia hora, aí eu queria que você me ajudasse a levar até a portaria para quando ela chegar o segurança já entrega para ela.

- Está bem mas, eu - dando ênfase no "eu" - que irei levá-los até lá, você deve ficar descansando, ordens médica.

- Mas...

- Mas nada, Isabela. Por que você não vai nadar? - e saiu

  Era verdade. Desde que eu cheguei nunca tinha usado a piscina.
  Entrei na água e fiquei lá parada, apenas aproveitando o sol porque logo, logo o frio chegaria.

- Oi, White.

- Oi, Calle.

- Bryan, precisamos ir - disse Bane - as suas férias já acabaram.
- Depois nos falamos, White. - e foi-se.

   Fiquei na piscina por mais algum tempo até começar a sentir frio.

- Nossa, que cheiro maravilhoso, Margot!

- Acabei de fazer bolo mousse de maracujá, quer um pedaço? - ela aponta para a forma

- Com certeza! Não precisa pedir nem duas vezes!

- Aqui está.

- Margot, posso te perguntar algo?

- Já perguntou.

- Você e o Silvestre tem filhos?

- Não, nós decidimos não ter.

- Hum.

- Por quê?

- Por nada.

- Menina, eu vou te deixar sozinha por um menino, é que eu vou com o Silvestre fazer a compra do mês. Nos vemos mais tarde!

- Tchau!

  Aquele bolo mousse de maracujá está divino. Estava toda concentrada na comida quando fui rudemente interrompida.

- O que você quer, Hanna? - digo fria

- Calma, Isabelinha! Eu só vim conversar - diz debochada - que má impressão você tem de mim.

- Por que será, não é mesmo?

- Eu fiquei sabendo que seu filho vai se chamar Henrique.

- E o que você tem com isso?

- Calma, eu só vim te dizer que se você acha que vai conquistar o Bryanzinho só por causa do pai dele está muito enganada!

-  Você também sabe sobre o pai dele?

- Você não achou que foi a única que o Bryanzinho contou, não é mesmo? Você achou! Que Peninha!

- Você é um nojo! - digo sem reação

- Por que você faz isso? Eu sei porque você faz isso mas, por quê? Por que você é tão obsessiva com ele? - foi aí que pensei - Você já foi rejeitada por ele!

- Cale a boca, Isabela! - ela grita

- Bingo! E finalmente você me chamou pelo meu nome! - rio

- Você vai pagar muito caro, entendeu? E dessa vez vai dar certo! Nem que eu tenha que fazer isso com as minhas próprias mãos!

- Eu não preciso ouvir isso. Você é louca, garota. Louca! - e saio o mais rápido possível.

 
  

Grávida de um Super StarOnde as histórias ganham vida. Descobre agora