Depois do beijo que o Jake me dera, Calle o expulsou da casa e três dias haviam se passado.
- Menina, você precisa comer! Eu trouxe vitamina e torradas! - era a Margot, sentada na minha cama.
Depois da humilhação que sofri, eu andava sem animação para nada, nem fome eu tinha. Ficava o dia inteiro no quarto deitada desejando que os três meses restantes passassem logo e eu fosse para casa com o Henrique. Sim, eu havia decidido o nome. Henrique foi o nome que a Rachel falou e ela foi a pessoa que mais me apoiou durante esses meses.
- Eu estou sem fome, obrigada.
- Não fica assim, menina! O Silvestre me contou o que aconteceu no dia que eu cortei o dedo mas, você tem que reagir, mostra que você não liga! Essa não é a Isabela que eu conheço.
- O Calle não disse nada enquanto o idiota do empresário dele me humilhava.
- Se serve de consolo, o nariz dele está uma bola de tão inchado! Eu conheço o Bryan desde criança e ele não é assim, eu não sei o que houve mas já que você gosta dele, por que não tenta mudá-lo?
- Não, eu desisto. Já fiz a minha parte, já beijei ele, já me declarei mas ele não gosta de mim e ele já mostrou mais de uma vez que é um babaca. A única coisa que eu quero é que esses três meses passem logo para eu ir embora logo com o Henrique para casa.
- Henrique? Decidiu o nome então? Sabia que esse era o nome do pai do Bryan? Eles eram melhores amigos e o maior sonho do senhor Henrique era que o Bryan virasse cantor mas aí ele teve leucemia e morreu antes do Bryan ficar famoso.
- Nossa, que triste.
- Quem sabe se você falar indiretamente o nome do filho de vocês ele dê uma mudada?
- Não, Margot. Eu não quero saber do Calle nunca mais, eu só estou interessada em ir embora daqui a mais rápido possível.
- Está bem então, menina! Mas coma o que eu trouxe para você!
E saiu.
Acordei do meu cochilo com o empresário na minha porta.
- Senhorita White, arrume-se! Alguém quer vê-la. Você tem dez minutos.
Será que era a Rachel? Coloquei uma roupa melhor, passei um corretivo em minhas olheiras, um batom nude e arrumei meu cabelo solto.
Quando cheguei na sala encontrei alguém que eu jamais imaginava ver.Minha família.
- Eu vou deixá-los a sós, com licença. - o empresário vai em direção à porta.
- Isabela. Então é verdade o que o rapaz nos disse. - minha mãe diz friamente.
- Olá, mãe! Estou bem também, obrigada por perguntar. - digo - Olá, pai!
- Eu te avisei e você devia ter me escutado que seu emprego não dá dinheiro mas, dar o golpe do baú com uma gravidez verdadeira é muita estupidez, devi ter arrumado uma barriga falsa, garota! - diz ela mantendo a postura ereta e fria.
- Você devia ser como sua irmã Kayla, Isabela! Ela é rica, médica, bem sucedida tudo o que você não é. - meu pai aponta o dedo para mim.
- Já chega! - grito - Vocês nem sabem quanto eu ganho para ficar falando esse tipo de coisa e eu estou grávida sim, e se querem saber foi uma das melhores coisas que já me aconteceu. Quando vocês vão aceitar que não quero ser como minha irmã? E saiam daqui agora, eu não admito que vocês falem assim de mim, eu não sou mais uma garotinha, eu sou uma mulher, uma mulher - falei pausadamente a palavra "mulher" - entenderam?
- Você é uma decepção para nós, Isabela! - diz minha mãe.
Mas algo inusitado acontece.
- Ei, quem vocês pensam que são para falarem assim com ela? - a Margot entra.
- Os pais dela. E quem é essa empregadinha? - minha mãe diz pasma.
- Ela é minha amiga! - digo confiante.
- Sou mesmo! E saiam daqui agora! Na minha casa ninguém trata mal a minha menina, ouviram?
- Quem você pensa que é?
- Isabela, ainda dá tempo de você tomar remédio para abortar. - diz a mulher.
- O quê? Você acha que eu irei fazer isso? Jamais, o Henrique foi a melhor coisa que me aconteceu e mesmo que o pai dele não se importe, o meu amor vale por dois. Agora vão embora e não me procurem, por favor! - digo.
- Se um dia você fizer medicina e ter abortado isso daí, nos procure. - e saíram.
- Obrigada, Margot. - digo a abraçando.
- Que isso, hein? Aquilo não são pessoas, são monstros!
- Eu me pergunto isso todos os dias.
°°°°°°
- Você gosta dessa música, Henrique? - digo colocando fones de ouvido em minha barriga.
Depois que os meus pais foram embora fui para o meu quarto e estava até agora, que já era noite. Até que ouço, toc toc toc.
- Com licença, White! - Calle está na Porta - Eu... Eu posso entrar?
- Pode. - digo me ajeitando na cama.
- Nossa, você está tão pálida! Está tudo bem?
- O que você quer?
- Não deu para não ouvir você e sua família brigando. - ele se senta no colchão.
- E?
- E eu ouvi você falando o nome que escolheu. Henrique, não é mesmo?
- Sim. Foi o nome que a minha melhor amiga escolheu.
- Eu... Eu não sei como te dizer isso mas esse nome é muito importante para mim.
- É mesmo, por quê? - finjo que não sei de nada.
E ele me contou a história sobre seu pai.
- [...] E aí ele morreu antes de me ver fazer sucesso. - ele diz respirando fundo.
- Eu fico feliz que tenha me contado isso.
E ele sorriu.
- Eu sinto muito. - digo colocando meu cabelo atrás da orelha.
E o abracei. E ficamos ali por minutos e mais minutos apenas sentindo o calor um do outro.
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Grávida de um Super Star
RomanceIsabela White é uma mulher com 25 anos bem sucedida em sua carreira de escritora. Quando seu livro atinge mais de um milhão de vendas ela sai para beber com os amigos, mas algo acontece... Algo que irá mudar sua vida para sempre. Às vezes o que nós...