Soph

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Broken boy meets broken girl
You said you tried it all before
And it only makes it worse
Oh but this time, maybe this time
Two wrongs make a right.

Narrador:
A garota ofegante a poucos metros de May a chamava.

- Soph? - perguntou May.

Depois desta pergunta a garota ofegante virou-se e começou a correr muito rápido na direção oposta de May. A menina não pensou duas vezes antes de começar a correr atrás da garota.

- Merda Soph! - gritava com raiva.

Naquele momento não conseguia pensar em muitas coisas, na verdade não havia nem raciocinado antes de começar a correr.

Se arrependeria amargamente de não ter raciocinado.

Seguiu a garota correndo por no mínimo dois minutos até chegar em uma rua sem saída ou iluminação. Isso automaticamente a deixou com o cu na mão.

- Que merda Soph! O que você quer com isso? - pergunta.

May sabia o quão infantil a garota era, conhecia Soph o suficiente para medir os seus atos imbecís. Então parou por alguns segundos, ainda ofegante e relembrou a personalidade da garota que estava parada em sua frente.

Ela era extremamente vingativa.

Hesitou naquele mesmo segundo, mas já era tarde demais.

- Soph você tá de sacanagem comigo - gritou. - O QUE VOCÊ FAZENDO? MERDA!

A menina estava muda, isso incomodava e assustava May. Ela era diabólica, lembrou-se. Só podia estar armando alguma coisa, como sempre.

Soph não era mais a mesma pessoa que May conhecera há algum tempo. Não era mais aquela garota dos cabelos pintados com um vermelho forte, olhos castanhos cheios de inocência e palavras carregadas de amor, mesmo que um amor falso. Certamente não era mais aquela pessoa.

A menina assustada deu alguns passos para trás pronta para se virar e ir embora, mas algo a impediu.
Mal teve tempo de raciocinar aqueles passos quando sentiu o impacto de seu corpo contra o asfalto gélido daquela rua vazia e escura.

Quando seu corpo atingiu o chão violentamente teve uma breve lembrança do dia em que batera na garota muda. Agora ela estava pagando por aquilo, pagando caro.

"Olho por olho, dente por dente"

Aquela frase ecoou na mente de May, Soph sempre a repetia em tom de ameaça para ela.

- Puta que pariu - disse se levantando do chão.

É claro que fora impedida de ficar em pé. Um empurrão e vários chutes certificaram a permanência dela no chão.

A dor de May naquele momento era muito além da física. Não conseguia associar aquilo tudo, muito menos descrever seus sentimentos. Mas algo era certo, seu coração parecia estar sendo retirado pelo cu junto com o resto dos sentimentos bons cujo sentia por Soph.

Seus pulmões ardiam, seus olhos ardiam, seu peito ardia, seus machucados ardiam, sua alma ardia, tudo estava em chamas. Parecia o inferno.

like a ghost ☕︎ cellbit [book two]Where stories live. Discover now