Cigarette

1K 120 76
                                    

And I've got my mind made up this time
Go on and light a cigarette, set a fire in my head

Pov's: Helena
Estava quase pulando pela janela do avião quando vi o garoto.

- Ah não - murmurei uma série de vezes assim que ele sentou em seu lugar.

- Por que ele não morre? - pergunta May.

Dou de ombros ao ouvir a pergunta, talvez a morte fosse algo muito cruel para se aplicar aquele garoto.
Pego meu celular envolto em alguns panos, estava todo sujo por ter caído na vala, entretanto ainda funcionava normalmente.

- Eca - digo ao começar a limpar o celular

No mesmo segundo que acabara de limpar o celular recebo uma mensagem, na qual não pude ler pois fui obrigada a desligar o aparelho.

- Merda! - exclamo ao ter que desliga-lo

A aeromoça me fita, certamente não ia tentar explicar o porquê do palavrão.
Após alguns minutos o avião decola, me deixando aliviada, tinha a sensação de que nunca chegaria a São Paulo levando em consideração as coisas que estavam acontecendo naquele dia.

Chegaríamos uma da manhã em São Paulo, certamente ao chegar não poderia resolver nada das coisas nas quais eu precisava, merda!

Eu era ansiosa demais para esperar tanto tempo para resolver qualquer coisa, odiava esperar.

☕︎☕︎☕︎

Dez minutos se passaram, May estava vendo The Walking Dead em seu celular, e eu estava com fones de ouvido reparando nos movimentos dos passageiros no avião. Logo começou uma movimentação estranha no mesmo, na verdade um tumulto.
Tiro os fones olhando para May que estava muito concentrada na série para perceber aquela movimentação. Então levanto da minha poltrona e sigo com cuidado para o banheiro nos fundos do avião, onde o tumulto se intensificava.

- VOCÊ NÃO PODE FUMAR AQUI! - gritava uma das aeromoças

- E quem vai me impedir? - perguntou uma voz masculina

Eu reconhecera aquela voz instantaneamente, só podia ser ele. Tentei voltar para o meu assento antes que o garoto percebesse minha presença.

- Lena! - exclama Léo perto de mim apagando o cigarro

Ah não.

- Oi Léo - respondo

A aeromoça ainda praguejava atrás do garoto, mas ele parecia não ligar para isso.

- Precisamos terminar aquela conversa- diz. - Você pode trocar de lugar com o Jota, ainda tenho muitas coisas pra te dizer

Automaticamente veio um "não" na minha mente, mas tinha a sensação de que deveria trocar de lugar com o garoto. Então é o que eu faço.

Em pouco tempo Jota já estava sentado ao lado de May e eu ao lado de Léo todos totalmente desconfortáveis.

- Pode falar - digo

Ele ficou em silêncio apenas me fitando por alguns instantes.

- Por que você indo pra São Paulo? - pergunta

Olho para as minhas mãos esfregado umas nas outras quando na realidade eu só desejava usá-las para bater em Léo.

- Trabalho - respondo

Me perguntava se ele me chamara ali apenas para me bombardear de perguntas inúteis.
O garoto puxa um cigarro balançando em minha frente.

- Você quer? - pergunta

- Não, Léo - respondo. - Pode ir logo ao ponto, por favor?

Pov's: May

Eu realmente tentara ter alguma conversa com o garoto que estava ao meu lado, mas era impossível.

IMPOSSÍVEL

IMPOSSÍVEL

I.M.P.O.S.S.Í.V.E.L

Já disse impossível?

O garoto realmente parecia não ligar para qualquer palavra que saía de minha boca. Podia até mesmo ter um "não ligo tatuado" em sua testa, caberia perfeitamente com a expressão de deboche e superioridade imutável.

Pensava se falar com o garoto já era tão difícil, imagina entrar em seu coração.

Parei por um segundo, não acreditava que havia pensado aquilo. Não! Eu não pretendia entrar em seu coração.

NÃO

- Que merda - murmurei sem querer

O garoto me fitou com uma expressão de repreensão, odiava aquele tipo de palavra.

Ah não, ah não, ah não.

Naquele momento, como em muitos outros eu percebera o quão diferente nós éramos, eu era a errada. Não conhecia ele há muito tempo, apenas o via na escola ou em poucos comentários feitos por Helena em sua relação.

Narrador:
Não seria um voo tranquilo, era perceptível, não seria tranquilo para nenhum dos quatro ali presentes.

Jota "conhecia" May por tantas brigas nas quais ela havia se metido com seu amigo, entretanto não pretendia admitir nem comentar isso.

Léo estava angustiado ao lado de Helena tentando falar coisas que pareciam não querer sair de dentro dele.

Helena estava querendo cometer suicídio pela enrolação do garoto ao falar qualquer coisa.

May estava conversando com o garoto estranho que se localizava ao seu lado, estava um tanto irritada por ele ser daquele jeito. Pensava no quão bonito ele era, mas a cada pensamento daquele tipo se praguejava e tentava ao máximo afasta-los, como fazia na escola. A garota não fazia ideia do quanto iria tomar no cu após aquele dia.

Fora daquele avião várias confusões de instalavam em vários lugares diferentes.

No hospital todos ainda procuravam por Helena e May, suas mães estavam claramente enlouquecidas e enfurecidas, como as garotas já haviam imaginado.

Em São Paulo, Cellbit estava esperando a garota respondê-lo, odiava a sua demora para responder qualquer uma de suas mensagens, algo que não era incomum.
O garoto tentava muito esquecê-la saindo com seus amigos, inclusive com Sayuri. Talvez aquela reaproximação causasse alguns problemas.

Na realidade, o destino realmente possuía um interesse em particular por todas as pessoas que se aproximavam de Helena. Parecia realmente gostar de testar a garota em relação à todos e isso certamente não pararia com aquele acidente.

-----
Heyyy, espero que tenham gostado!!!

SE GOSTARAM JÁ SABEM NÉ??? DEIXEM UM VOTO E UM COMENTÁRIO, ISSO ME AJUDA MUITOOOOO

like a ghost ☕︎ cellbit [book two]Where stories live. Discover now