6 •◇Revelações◇•

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Faço menção de me levantar, mas ele rapidamente se coloca do meu lado me impedindo de sair da cama.

-Já disse pra ficar deitada, seu corpo ainda está fraco.

Suspiro, porém não contesto.

Ficamos em silêncio por alguns segundos antes dele começar a falar.

-Então, o que quer saber?

Abro a boca, mas imediatamente a fecho, tinha tantas perguntas, mas nenhuma que se formulasse claramente na minha cabeça.

Lembro do Fernando e a incógnita que ele semeou na minha mente.

-O que é o despertar?

Ele fica calado por um tempo, provavelmente pensando na resposta.

-Bem...é o que acabou de acontecer com você.

Aguardo que ele continue, mas ele simplesmente permanece em silêncio.

-Quero detalhes. -Digo.

-É um processo, o qual todas as fênices passam.

-Fênices? -Franzo o cenho.

-Ainda está descrente? -Ele questiona surpreso.

-Não, é que...cara, não sei de nada, como espera que eu entenda alguma coisa? -Digo me sentindo frustrada.

-Compreensível -Ele fita a janela e depois se volta na minha direção -É melhor conversarmos mais tarde.

-O que? Por que?

-Por já está amanhecendo, logo o seu pai vai despertar do encanto.

Franzo o cenho mais uma vez, me sentindo uma idiota, ele nota meu estado de confusão e se aproxima repousando suas duas mãos nos meus ombros.

-Prometo que vou explicar tudo, por hora tenta descansar -Ele beija o alto da minha testa, sinto minhas bochechas corarem -Que bom que sobreviveu, minha mulher é realmente forte.

-Sai fora. -Digo enquanto ele se afasta.

-Até mais, Louisa.

Ele se despede e sai do meu quarto pela porta.

Ainda me sentia cansada, como se eu tivesse feito a maratona de São silvestre.

Me deito e cubro meu corpo até os ombros, fecho os meus olhos desejando não demorar muito para apagar em sono, por sorte é algo que não demora a acontecer.


Meu despertador toca no horário de sempre me acordando para ir pro colégio, me levanto da cama sentindo meu corpo bem melhor, lembro das coisas que aconteceram ontem, penso no meu vizinho, nas suas falas e em como aquilo tudo parecia irreal.

-Talvez tenha sido apenas um sonho. -Digo a mim mesma.

Faço minha higiene matinal e desço pro primeiro andar, Márcio estava preparando o nosso café.

-Bom dia, pai. -Começo a encher minha xícara com o líquido preto.

-Bom dia, filha. -Ele diz sem tirar os olhos da frigideira.

A campainha toca nos chamando a atenção.

-Deixa que eu atendo. -Falo já indo na direção da porta.

Destravo a tranca e quando abro não acredito que era ele realmente.

-Bom dia, meu amor. -Erick entra como se fosse um íntimo da casa -Bom dia, seu Márcio.

-Ah, é você rapaz -Meu pai diz -Veio tomar café com a gente?

-Na verdade eu vim ver a sua filha.

Ele diz se sentado num dos bancos da cozinha. Meu pai ri de suas palavras.

Fênices e Serpentes Where stories live. Discover now