2 •◇Fernando◇•

29 11 22
                                    

Chego no colégio um pouco atrasada, a culpa não é minha e sim da minha cama que é uma delícia, irresistível e quase impossível de sair dela.

Vou caminhando a passos largos rumo a sala de aula quando sem querer esbarro em alguém na curva do corredor.

-Ó céus, me desculpa. -Digo ajudando a recolher os livros que essa pessoa deixou cair.

-De novo você com as suas desculpas.

Sinto um arrepio subindo pela minha coluna eriçando todos os pelos do meu corpo ao reconhecer essa voz.

Ergo o rosto e a figura que eu vejo na minha frente faz o meu coração errar uma batida em nervosismo.

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2 dias atrás...

Que porcaria de festa é essa que não tem comida?

Tô andando nesse labirinto de casa faz meia hora e nada de achar uma bandeja com salgadinhos sequer.

-Só tem bebida aqui? -Perguntei pro nada, frustrada com isso.

-Sim, só tem bebida. -Melissa diz, o que me assusta de leve -quem te chamou?

-O Gabi. -Respondo.

Ela me encara por alguns segundos e então se afasta. Qual era a dela?

-Eu em.

Volto pra sala que continuava efestada de jovens sem futuro e encontro Gabi trocando carícias com o rapaz de antes.

-Desculpa atrapalhar... -Eles param quando eu me aproximo -Eu só vim me despedir, Gabi.

-Mas já? -Ele pega o celular do bolso da bermuda que usava e olha as horas na tela de bloqueio -Ainda não são nem 22:30, Lou.

-Eu sei, é que eu realmente não tô vendo graça aqui. -Digo olhando em volta.

-Tá, vou só me despedir do Ivan e...

-O que? -interrompo ele -Pra que?

-Pra gente ir, oras.

-Ah não, Gabi -nego com a cabeça -você pode ficar aqui com o... -lanço meu olhar pro rapaz que estende a mão na minha direção.

-Ivan. -ele diz enquanto eu aperto a sua mão.

-Louisa, cuida bem do Gabi pra mim, viu. E você -me direciono pro Gabi -aproveita bem, tchau.

E com isso eu me afasto rumo à saída, um pouco irritada por ter vindo perder meu precioso tempo que eu podia ter aproveitado dormindo na minha cama quentinha ou assistindo uma série na Netflix.

Entro no carro que estava estacionado à uma quadra da casa e dou a partida, faço uma manobra de retorno e quando vou dar a ré um estrondo é emitido da traseira do carro e sinto que acertei algo, ou pior, alguém.

-Puta que pariu! -Solto com o coração pulsando de forma desesperada por conta do nervosismo.

Saio do carro de forma desengonçada o que me faz quase cair por conta das minhas pernas que estavam trêmulas, vou na direção da traseira do carro e vejo uma pessoa jogada no chão. Ele estava apoiado em um dos cotovelos enquanto a mão do braço livre segurava a perna esquerda, ela deve ter sofrido a batida.

Vou imediatamente pro lado dele a fim de oferecer ajuda para se levantar.

-Meu Deus, me desculpa -Digo com desespero estampado na voz -Eu não te vi, ó céus, me desculpa mesmo.

Fênices e Serpentes Wo Geschichten leben. Entdecke jetzt