5 •◇O despertar◇•

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E é como se eu estivesse em chamas, meu corpo queimava, sentia como se a minha pele estivesse sendo arrancada me deixando em carne viva, mesmo que eu quisesse gritar, me remexer e reverberar em dor, nada podia fazer. Meu corpo não obedecia aos meus comandos, estava inerte.

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17:31, minha casa.

Estou organizando meu quarto, fazendo uma pequena limpeza que estava seriamente necessitada naquele cômodo, não é como se eu fosse desleixada, é só que a bagunça é uma desorganização incompreendida.

Fazia esse tipo de coisa umas duas vezes no ano pelo menos, como afastar o armário, a cama, lavar as cortinas da janela, espanar a parede, limpar o teto, organizar os meus livros e assim por diante.

Me abaixo para afastar umas caixas que estavam sob a cama e quando me levanto minha vista escurece, sinto o chão rodar sob os meus pés o que faz perder o equilíbrio.

-Acho que a minha pressão caiu. -Concluo.

Minha cabeça começa a latejar, tento ignorar, mas a dor só aumenta, decido que o melhor a se fazer é tomar algum remédio e é isso o que eu faço.

Vou até o banheiro e abro o pequeno armário acima da pia, pego o kit médico e reviro atrás de algum analgésico, por sorte acho um frasco, tento abri-lo e no instante que a tampa é retirada é como se eu tivesse levado uma pancada na cabeça. Sem querer deixo as pílulas caírem e se espalharem pelo chão, mas naquele momento eu nem me importei, sentia que estava perdendo todos os meus sentidos, minha cabeça parecia que ia explodir.

Tento voltar pro meu quarto quase me arrastando, consigo acertar todos os móveis no caminho de volta, certeza que o meu corpo vai ficar cheio de hematomas.

Antes que eu consiga pensar em alguma coisa minha vista é completamente escurecida e a minha última lembrança é o encontro do meu corpo com o chão gelado do meu quarto.

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Quero me levantar, mas não consigo, meu corpo todo está em brasa e tudo o que eu consigo fazer é ficar ouvindo meus pensamentos, os quais estão me enlouquecendo.

Estou mergulhada numa espécie de escuridão, tão escura e fria, embora eu tenha certeza de que meu corpo está incendiando, apenas meu subconsciente tinha essa sensação gélida.

Escuto uma pequena voz soar na escuridão, era como se ela me chamasse, ergo o rosto,mas não vejo nada, escuto a voz mais uma vez e tento segui-la, caminhando sem rumo até que as minhas pernas param ao encontrar uma pequena esfera em chamas sobre um pedestal, era a única iluminação do local, emanava calor, uma energia que meu subconsciente implorou para que eu tomasse posse.

Me aproximo a passos lento da esfera, era linda, estremamente vermelha misturada a tons de amarelo e laranja.

Novamente a voz que parecia me chamar ecoa, não mais como um chamado e sim como um canto de pássaros, vários pássaros cantando ao mesmo tempo causando uma confusão sonora, sinto meu corpo reagir, meu coração acelerou à medida que as minhas pernas tremiam, estava me sentindo nervosa ou talvez ansiosa por alguma coisa.

Olho em torno e não vejo pássaro algum, embora seus grunhidos sejam evidentes, me viro novamente para a esfera e salto pra trás ao ver um pássaro mesclado em tons de vermelho e laranja repousando sobre a esfera em chamas.

Eu encaro a criatura e sinto uma espécie de simpatia, seus olhos escuros como noite sem lua encontram os meus e é como se eu me visse refletidos neles, faço menção de tocar o animal, porém ele sobe no ar num bater de asas e se mostra em chamas.

Fênices e Serpentes Onde histórias criam vida. Descubra agora