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- Ochako, filha podemos conversar? - Perguntou Sr.Uraraka passando a mão pelo pequeno tufo de cabelo levantado no alto da cabeça, entregando a noite de sono mal dormida e completamente embriagada que tivera.

- Estou um pouco ocupada, conversamos sobre como você vai pagar dez mil reais para aqueles desgraçados do bar depois do meu treino - Retrucou a mestiça aumentando a força dos socos na manopla que Midoryia segurava dentro do ringue.

- Te espero no meu escritório em cinco minutos e não se atrase - O velho disse firme, como um bom técnico fazia sobre o tatame e Ochako como uma boa aluna e atleta disse sim senhor e tomou um pouco de ar antes de passar por baixo das cordas e seguir até o escritório do pai.

- O que você viu ontem... - Ele tentou argumentar e recebeu um olhar de julgamento em troca

- Eu sei o que eu vi ontem mestre - Ochako cruzou os braços e se encostou sobre a viga da porta de vidro - Já tenho idade o suficiente para entender que você e um alcoólatra viciado em apostas e se não fosse por mim estaria morto em alguma vala do jeito que estava perdendo o jogo. 

- Katsuki não deixaria que fizessem algo comigo - O velho tomou um gole do seu café preto.

- Ele é o que? seu guarda costas mafioso por um acaso? - Ochako estava visivelmente irritada - Eu estou devendo dez mil reais para uns caras que se eu não pagar vão me estuprar e me jogar em qualquer canto depois de me esquartejar - Seu tom de voz estava duas notas a cima, quando ela percebeu tentou respirar fundo - Eu vou dar um jeito nisso ok, só não se mete mais em encrenca.

Aquela conversa foi quebrada pela gritaria dentro da área de treino, Ochako apressou o passo para ver o que estava acontecendo e pode reconhecer os caras de terno com pedaços de ferro nas mãos, fazendo questao de quebrar os troféus e tudo o que existia de vidro dentro do local. Ochako caminhou devagar até os capangas que estavam sorrindo ao vê-la com roupas usuais de lutadores de muay thai, seu tipico top de academia preto e um short de muay thai verde molhados, mostrando o resultado do treino que ocorrera mais cedo.

- Viemos pegar o que é nosso princesa - O mesmo cara da noite passada mostrava os dentes amarelos pelo cigarro e bebida em um sorriso desafiador enquanto fazia um tilintar irritante com a barra de ferro que segurava na mão direita sobre o que um dia foi um troféu, o maior troféu do local.

- Vocês não tem nada aqui - Disse ela com a voz firme - Vão embora antes que eu chame a polícia.

- E vai dizer o que pra eles florzinha -  Shoko sorriu acendendo um cigarro - Dizer que estava em uma boate clandestina fazendo apostas e ficou devendo para uma gangue local? - Ochako deu dois passos para trás conforme ele ia se aproximando. Ela sentia seu corpo tremer de forma involuntária, nem em uma luta sentiu tanto medo como sentia ali naquele momento.

- Eu... Eu vou pagar - Disse ela com a voz sem coragem.

- Claro que vai - Shoko bateu com o bastão na parede e Ochako se encolheu - Estamos aqui para cobrar você.

- Não tenho essa grana agora... - Ela estufou o peito - Se não quiser apanhar como ontem sugiro que saia.

- Seu herói não está aqui moça - Shoko sussurrou perto do ouvido dela - O príncipe da Yakuza não manda em merda nenhuma por aqui.

- príncipe o que? - Ela estava confusa e se afastou, mas foi impedida pelas mãos dele que seguraram seu rabo de cavalo e ela gritou e golpeou o lado do rosto do mafioso, ele soltou seus cabelos imediatamente só então Ochako conseguiu correr e sair pelas portas do fundo do prédio, em um pequeno beco sem saída onde eram colocados as latas de lixo para a coleta semanal.

- Peguem aquela vagabunda!! - Gritou o homem chutando a porta e correndo atrás da garota que agora virava a esquina do beco e corria em direção a avenida o mais rápido que conseguia com os pés descalços, sentindo as pequenas pedras do asfalto fazer pequenos cortes na sola de seus pés. Ela avançou, uma, duas, três quadras até passar pelo prédio onde sempre tinha homens de terno. Ochako avistou Katsuki com sua típica camisa de seda vermelha sobre uma calça jeans rasgada nos joelhos.

- Hey! - gritou a garota correndo em direção a ele - Katsuki! - ela colocou a mão sobre os joelhos tentando recuperar o fôlego antes de dizer qualquer coisa sob os olhares daqueles homens mal encarados.

- Ochako? - ele olhou surpreso - Mas que porra você está fazendo aqui descalça? - Ele até esperaria uma resposta se não tivesse percebido a movimentação de caras armados indo em direção da garota parada a sua frente.

- Eles quebraram toda a academia... Queriam dinheiro - ela disse cansada observando os homens de terno pararem e encará-la sem dar mais nenhum passo - Eu consegui fugir... Mas acho que pegaram meu pai - os olhos dela estavam cheio de lágrimas.

- Vem - ele pegou ela pela mão e entrou dentro da sede da Yakuza, passando rápido pelo grande saguão e subindo o elevador.

Ochako manteve o olhar atento por todo local. Era um prédio chique, com piso de mármore e lustres de cristal, pelo visto Katsuki gostava de ostentar e não era só no seu carro de luxo. No elevador uma luz azul deixava o pequeno quadrado com cara de bordel de luxo, mas Ochako preferiu pensar que era apenas um gosto peculiar do homem ao seu lado. Quando o som costumeiro do elevador estalou no ar e as portas se abriram, eles estavam em uma cobertura inteira repleta de móveis caros e um grande ofurô próximo a sacada integrada dando vista para a grande Tokyo.

- Uau! - Foi a única coisa que Ochako disse ao passar os olhos pelo local e fez Katsuki Sorrir.

- Me conta o que aconteceu - ele sentou em um dos grandes sofás de couro preto que tinha no grande espaço do centro da cobertura.

- Mas e os cara lá em baixo, quero dizer... Se eles subirem? - Ochako mancou um pouco e se sentou de frente para ele em uma pequena e aconchegante poltrona vermelha de veludo.

- Serão homens mortos antes de chegarem no elevador, não se preocupe com isso - ele observou os pés dela com pequenos cortes nos dedos.

- certo... - ela batia os dedos em frente ao corpo pensativa e ansiosa - eles entraram na academia, quebraram tudo dizendo que eu tinha que pagar eles - ela suspirou sem encarar o homem de cabelos bagunçados de uma forma charmosa a sua frente - então antes que me matassem eu corri, mas acho que pegaram meu pai, Katsuki - sua última frase saiu trêmula, antecedendo a um choro preocupado.

- Eu pago sua dívida com uma condição - Katsuki sorriu e Ochako o encarou.

- Qual? - Ochako passou as mãos no rosto preocupada.

- Casa comigo!

O Herdeiro da Máfia (Kacchako)Where stories live. Discover now