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— Quem eram eles? — perguntou Ochako depois de ter dado um banho gelado no pai e o colocado pra dormir.

— Uma gangue do Sul — Respondeu Katsuki sentado na pequena mesa da cozinha.

— Não consigo acreditar que aquele idiota perde todo o dinheiro em jogos —Ochako entregou uma caneca de chá e se encostou na geladeira. A blusa branca manchada de sangue  e a calça jeans a deixavam incrivelmente sexy aos olhos de Katsuki — Obrigada por me salvar hoje.

— Tecnicamente você fez isso sozinha — ele riu — Mas ainda está devendo dez mil pra eles e pode apostar, eles vão cobrar.

— Por que eu ainda não sei seu nome? — Ochako questionou curiosa encarando o homem a sua frente

— Bakugou Katsuki — Sorriu ele tomando um gole do chá de camomila, o favorito de Ochako — Diga para o seu pai não se meter mais com essas encrencas — Sorriu ele colocando o copo sobre a mesa no canto da cozinha — Te vejo amanhã no treino Ochako.

Ochako fez uma leve curva com a cabeça agradecendo a ajuda do novo amigo e deu um longo suspiro quando ele foi embora, não sabia o que iria fazer para pagar esses dez mil que seu pai estava devendo, talvez devesse voltar aos ringues e tentar conseguir esse dinheiro, mas com a recuperação lenta de seu joelho seria muito arriscado e ela não queria apostar uma fratura por dez mil. Ochako ficou observando a luz da lua pela janela do apartamento e quando se deu conta já passavam das 4 da manhã, então trocou suas roupas e foi correr, tentar esfriar a cabeça e focar nos treinos era o melhor a se fazer. As ruas ainda estavam completamente vazias, mesmo sendo Tóquio a cidade que nunca dorme, acho que as pessoas daquele bairro se esqueceram completamente disso, as únicas pessoas que ela via no caminho eram mulheres da vida, bêbados e alguns caras mal encarados que observavam sua silhueta correndo pela rua de maneira suspeita. O sol da manhã já estava fazendo Ochako se arrepender de não ter colocado uma proteção na cabeça e quando ela virou o quarteirão pode perceber que o carro preto virou junto dela, aquilo foi estranho, ela pensou, não poderia ser coincidência ele estar percorrendo os últimos cinco quarteirões a vinte quilômetros por hora, Ochako então dobrou um beco um pouco mais estreito e então não viu mais o carro vindo atrás de si, seus pulmões já pediam por arrego a uns 2 quarteirões e finalmente ele conseguiu caminhar a passos acelerados quando sentiu alguém puxar seu braço esquerdo para um pequeno beco, Era Izuku, ele guiou ela por mais um grande pedaço a passos largos.

— Não tem saída — Exclamou Ochako mais como um sussurro e foi ali que Izuku puxou sua cintura e a beijou. Ochako quis protestar no mesmo instante mas ele escondeu o pequeno rosto dela na touca do casaco que vestia e sussurrou com seus lábios roçando os dela

— Não vira agora — Disse ele encarando os olhos dela —  Eles estão armados, desculpa por isso — Izuku colou os lábios nos dela em um beijo profundo e Ochako retribuiu sentindo suas mãos tremerem, mas ela não sabia dizer se era por conta de estar sendo seguida ou pelo beijo que seu mais novo parceiro de treino acabou de lhe dar. Os pequenos olhos dela permaneciam fechados, sua respiração ofegante entre o beijo deixava seu rosto vermelho e seu coque emaranhado no alto da cabeça estava mais bagunçado agora que estava contra a parede.

— Acho que eles já foram — Sussurrou ela de olhos fechados ainda com a boca dele muito próxima a sua.

— Tem razão — ele encostou sua testa na dela completamente enxarcada do suor — Vamos voltar pra academia e lá você me explica o que está acontecendo — Ochako concordou com um pequeno aceno de cabeça, estava constrangida demais com o beijo para pensar em qualquer outra coisa, suas bochechas ardiam demais e com certeza não era pela longa corrida que tinha feito mais cedo.
Já era quase oito quando eles chegaram na academia, alguns alunos já enrolavam as bandagens nas mãos prontos para começar o primeiro treino do dia

— Vão aquecendo pessoal — Disse Izuku em voz alta — daqui 20 minutos estarei aqui. — Os alunos concordaram em voz alta e começaram o aquecimento, Ochako passou direto pelo tatame e se sentou no canto do ringue e começou a colocar suas bandagens — Pronta pra me explicar?

— Na verdade eu não consigo olhar na sua cara — Ela riu ao errar o dedo que enrolava a faixa cor de rosa — Isso é muito constrangedor.

— Olha Uraraka-san, não foi minha intenção — Ele sentou ao lado dela pegando sua mão esquerda e ajeitando sua bandagem — Mas se eu não fizesse aqueles caras pegariam a gente, então me conta o que aconteceu pra gangue do Sul te seguir as sete da manhã.

—Você também sabe quem são eles? — Ela indagou curiosa e Izuku franziu o cenho — Quer dizer, Katsuki me disse que eles eram da gangue do sul.

— Certo... Katsuki — Midoryia passou a língua pelos lábios e esperou que ela continuasse.

— Ontem a noite meu pai saiu, eu fiquei preocupada porque ele demorou a voltar e saí atrás dele, depois de algumas perguntas sobre o mestre Uraraka descobri que ele estava em um bar e fui até lá — Ochako suspirou — ele estava completamente bêbado e com um blackjack nas mãos...

— Que velho safado — Grunhiu Izuku.

— Eu arrumei uma briga no bar porque não queriam me deixar trazer ele.

— Isso explica a boca machucada — Ele encarou os lábios dela e ela corou.

— Com a ajuda do Katsuki eu consegui trazer ele pra casa, mas agora estou devendo 10 mil para o chefe dessa tal gangue.

— Ochako... Isso é muito sério, se você não pagar... — Ele suspirou deixando o resto da frase morrer no ar.

— Eu não sei o que pode acontecer comigo Izuku, mas eu preciso pagar esses dez mil — Disse ela determinada enquanto calçava suas luvas.

— E como pretende fazer isso?

— Me arranje uma luta clandestina... Deve haver algumas por aqui que pague bem não? — Ela encarou o garoto que estava com um olhar duvidoso.

— Eu vi sua luta com a Russa, The sweet — Ele cruzou os braços — É loucura entrar num ringue depois de uma torção daquelas, ainda mais em uma luta clandestina.

— Você tem uma ideia melhor?

O Herdeiro da Máfia (Kacchako)Where stories live. Discover now