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— Já está decidido, seu casamento acontecerá daqui a três meses — decidiu o conselho daquela unidade de Tóquio.

— Precisamos de um novo líder — suspirou o conselheiro principal — Temos a noiva perfeita para você — o Velho sorriu mostrando o dente de ouro em noventa por cento de todo o sorriso.

— Vocês tem noção do quão ridículo isso soa? — Katsuki protestou dando o último trago em seu cigarro — Uma esposa me deixará completamente vulnerável nos nossos esquemas, ainda mais se for de consentimento de todos, temos problemas maiores para resolver do que um casamento estúpido — ele limpou as unhas com o canivete dourado que puxou do bolso do jeans surrado.

— Entre querida — Disse o segundo conselheiro fazendo um sinal com a mão que não possuía mais o dedo mindinho — Essa é Camie, minha filha adotiva.

— Uma de suas prostitutas? — Katsuki sorriu com desgosto — Isso só pode ser brincadeira.

— Ela não é uma prostituta, eu a criei como uma filha desde que ela veio da Rússia — O segundo conselheiro completou com um sorriso amigável para a garota que manteve a cabeça baixa — Se todos estiverem de acordo — ele voltou o olhar para o Oyabun*.

— Não acho justo — Outro membro debateu — Tenho uma filha legítima e gostaria que ela fosse a próxima dama.

O alvoroço começou e todos estavam dando opiniões sobre quem deveria ser a esposa do sucessor, Mr. Bakugo estava com as mãos cruzadas em frente ao rosto observando todo o burburinho quando Katsuki deu um tapa na mesa fazendo todos ficarem quietos.

Aquela situação estava deixando o sucessor irritado, não queria abusar do poder antes de ter o anel de líder em seu dedo, mas seu pai já estava muito debilitado para fazer alguma coisa sobre aquilo, então ele suspirou e acendeu outro cigarro para acalmar os nervos, a blusa social de seda vermelha era ousada, mantendo 3 botões abertos e as mangas levantadas para mostrar suas tatuagens. Bakugo Katsuki sabia que aquilo era desrespeitoso com os demais membros, mas fez isso para irrita-los.

— Tragam suas filhas — Ele sorriu debochado — A que me pagar o melhor boquete será a escolhida, o que acham? — Katsuki colocou os pés sobre a mesa, mostrando seus sapatos de couro de cobra extremamente polidos na cor marrom.

— Seu filho da puta — gritou o primeiro conselheiro dando um murro na mesa.

— Chega! — Oyabun se pronunciou batendo os dedos na mesa de metal, seus olhos cansados pousaram sob seu filho que estava sentado à sua direita, um olhar desaprovador, repreensivo — Vá cuidar do caso dos acionistas do banco central, discutiremos isso depois.

Katsuki deixou a sala sob os olhares de desapontamento do líder e pai, mesmo irritado com a ideia de casar com uma qualquer sabia que não teria como mudar essa tradição ridícula, então no final aceitaria a que menos falasse de todas elas, sabendo gemer ocuparia bem o cargo de deposito de porra, pelo menos não passaria dias procurando por prostitutas diferentes pra conseguir transar durante a semana. Quando o barulho costumeiro do elevador tocou ele parou de encarar seu reflexo no espelho e seguiu para sua suíte vestir seu melhor terno. Tinha trabalho a fazer e lidar com acionistas de bancos não era uma tarefa para uma simples camisa de seda de 600 dólares, vestiu um Armani vermelho, sua cor favorita, uma camisa de seda preta, passou uma das mãos para bagunçar mais o cabelo e acendeu outro cigarro enquanto caminhava para a garagem.

A vida de Mafioso era gratificante, mesmo tendo que fugir da polícia e pegar cana algumas vezes, Katsuki não fazia questão de simplicidade e descrição, gostava de esbanjar o dinheiro que a profissão pagava, não era um trabalho fácil, mas nada que uma boa persuasão com um stiletto no pescoço não faça você ganhar alguns milhares de dólares. Com uma maleta prateada Katsuki passou pela segurança do banco recebendo reverências como um homem de negócios bem-sucedido, não que ele não fosse, porém os negócios que ele trataria ali naquele dia eram outros.

A reunião de acionistas já estava acontecendo quando o mafioso de terno vermelho entrou pela porta dupla da sala de reunião com um sorriso no rosto ao ver a cara de espanto daqueles velhos gordos sentados em cadeiras de couro, se enforcando com gravatas baratas.

— Muitos já sabem quem eu sou então vamos pular a parte das apresentações — ele colocou a maleta prateada sobre a mesa e se sentou em uma cadeira de couro cruzando os braços e jogando os pés sobre a mesa. — Há dois modos de fazer isso, o difícil é o fácil — ele apontou dois dedos para os velhos — Qual vocês escolhem?

— Segurança! — O diretor dos acionistas chamou pelo interfone.

— Já vi que vai ser pelo modo difícil — katsuki sorriu brincando com o canivete dourado nos dedos. Antes de arremessar e cravar ao lado da cabeça gorda e careca do cara que chamou os seguranças.

— Eu já acertei as contas com o seu pai — ele gaguejou entre a frase e Katsuki se aproximou lentamente e tirou o canivete da parede.

— Você acha que financiar prostituição infantil e tráfico de crianças fica bem no seu currículo, porque eu posso providenciar agora mesmo — O terno vermelho que Katsuki usava contrastava com a parede branca da sala de reuniões do banco.

— Eu mato você! — gritou o homem de terno cinza atacando Bakugo pelas costas com um stiletto, provavelmente um dos grandes acionistas do banco, talvez até o braço direito do velho careca que se intitulava diretor.

— Você é rude sabia? — Katsuki segurou os dedos gordos e girou com tanta força que fez o infeliz gritar de dor — Você deveria saber aguardar sua vez, eu estava quase chegando em você. — ele deu uma cabeçada no homem que caiu ajoelhado no chão.

— O que você quer? — O diretor tremula sua voz mostrando nervosismo.

— Cinco milhões de dólares em dinheiro vivo, sabe, Cash — Katsuki disse sem importância — Precisamos doar para as crianças na África.

— Eu não tenho todo esse dinheiro — Ele articulou sorrindo.

— Eu sei que você pode fazer um esforcinho — Disse Katsuki antes de chocar a cabeça do diretor contra a mesa.

— Você quebrou o meu nariz — ele gorfou em meio ao sangue que escorria em seu rosto

— Oh isso não foi nada — Katsuki sentou na cadeira vaga a direita. Todos os outros acionistas olhavam surpresos com o que estava acontecendo. Eles sabiam da existência da Yakuza, mas nunca tiveram contato direto com um membro, pois achavam que seus esquemas de corrupção não chamariam a atenção da máfia. — Se cada um aqui ceder um milhão você consegue o dinheiro, vamos lá seja mais positivo e não faça eu perder o resto da paciência de hoje.

— Certo — indagou o homem com a voz abafada pelo fino lenço no nariz — Haruka, eu preciso que saque do cofre cinco milhões e deixe na minha mesa em meia hora.

— Assim que eu gosto — Katsuki sorriu — homens que fazem negócio fácil.

No fim do dia, o mafioso de terno vermelho colocou na mesa do líder da Yakuza uma maleta com cinco milhões de dólares, Katsuki esbanjava um sorriso gratificante no rosto, nunca foi tão fácil ganhar tanto dinheiro como foi com aqueles acionistas medrosos.

— Amanhã as moças virão — Disse seu pai cansado — Vou te dar a chance de sair com cada uma e escolher a que mais gostar, um jantar para cada uma, e o resto da noite você decide se vai continuar ou não.

— Pode ser a garota que veio mais cedo — Katsuki gesticulou sem muita importância — Cami alguma coisa. — Ele disse de costas para o pai — Não me importo.

*Oyabun é o nome usado para se referir ao líder da Yakuza

O Herdeiro da Máfia (Kacchako)Where stories live. Discover now