CAP. 24 - CHANCE PARA CONHECER! ( resumo Ludro - 2 )

195 14 0
                                    

E lá está Pedro, sentado em um banco no fundo das arquibancadas, enquanto passeava com os olhos por entra as linhas e parágrafos do livro, aproveitava as pausas entra um parágrafo e outro para poder dar uma leve olhada para os rapazes que estavam no campo a jogar, Pedro na verdade nunca entendeu o conceito de um jogo onde se fica correndo atrás de uma bola pra lá e para cá, mas releva pois adora a paisagem.

Os minutos foram se passando, volta e meia ele se perdia no que estava lendo pois olhou os garotos por tempo de mais, e havia a necessidade de voltar de onde se lembrava para poder dar continuidade na leitura sem ficar totalmente perdido, concentrado nessas duas atividades nem notou quando alguém se aproximou e se sentou ao seu lado.

— Pois então é aqui que o mini querido Pedro, se esconde durante os intervalos? Gostei da escolha para local.... – Uma voz forte e grave diz retirando Pedro de seus pensamentos e caindo de volta a realidade.

O susto que ele levou ficou evidente, tanto que o rapaz sentado a seu lado não pode segurar o riso, Lucca que havia surgido de repente como uma assombração se recompõe enquanto o colega se recupera do susto levado a meros segundos atrás.

— Pois é, não é? Aqui é calmo para eu poder ler em paz! – Pedro diz a Lucca que o encara com um sorriso estampado em seu rosto. — Mas e você? Fazendo o que aqui sozinho?.

— Podia mentir e dizer que só estava passando, mas na verdade eu estava te procurando! Ia falar com você no começo da aula, mas cheguei tarde e me esqueci. – Lucca diz calmamente. — Algum problema?

— Não não! Só fiquei um pouco surpreso, afinal nunca trocamos uma palavra se quer! E já estudamos juntos a pelo menos uns 3 anos.- Pedro diz esboçando seu olhar totalmente curioso com o que seria.

Pedro não esconde sua curiosidade, de uma forma ou outra os dois colegas não haviam parado para conversar de verdade, durante todos os últimos anos em que estudaram juntos.... cumprimentos e sorrisos não contabilizam neste caso específico.

— Pois é, temos que melhorar isso aí! Mas imagino que saiba que eu sempre morei em um bairro bem afastado do colégio, porém no meio das férias eu e meus pais nos mudamos para mais perto, e durante a mudança eu vi você entrando na sua casa! – Lucca solta as palavras como se fosse uma metralhadora, parecia com um pouco de receio de ir logo ao ponto.

— Então você agora se mudou para o meu bairro? Que legal! Mas ainda não entendi onde você quer chegar? – Pedro pergunta sem muitos rodeios, porém educadamente.

— Bom, é que como agora somos vizinhos e eu sei que você vai para casa andando, queria saber se podemos ir juntos? Já que ainda não conheço muito o caminho novo.... – Lucca finalmente diz o que queria desde que se sentou ao lado de Pedro a alguns minutos. — Fora que também é a chance para finalmente nos conhecermos melhor!

— Aa claro! Era isso? Por que não disse de uma só vez? Claro que pode, não precisava dessa vergonha toda, vai ser legal! – Pedro diz sorrindo, tentando parecer gentil. — Já te aviso que eu ando bem devagar!

— Não se preocupa! Vamos no seu ritmo, já que eu também não sou a pessoa mais rápida do mundo ao andar pela rua. – Ele rebate o que Pedro havia dito.

Não restou muito mais o que conversarem, então após o breve papo em que tiveram a alguns minutos, Lucca agradeceu e se levantou para voltar ao refeitório, onde se encontrava com seus amigos. Pedro por outro lado, ficou sem entender muito o porque de tanta enrolação para pedir algo simples, então apenas voltou a se dividir entre sua leitura e sua vontade de ver meninos sem camiseta correndo.

Quando Pedro viu no telefone que restavam apenas 20 minutos de intervalo, se levantou, guardou seu livro de volta a mochila e caminhou em direção a saída do campo, ainda precisava ir até o banheiro e lavar as mãos rapidamente, afinal as escadas para seu corredor que se localizava no 2° andar eram longas.

Pedro tinha a certeza de que chegaria em cima da hora em sua sala de aulas, então apertou o passo e iniciou a subida pelo lance de escadas, havia também o elevador, porém este meio estava sempre cheio, ou com gente insuportável e fedendo, então preferia o cansaço das escadas. Diferente do que pensava, chegou em sua sala faltando 2 minutos para que o sinal declarando o fim do intervalo soasse, então apenas se encaminhou até sua carteira e se sentou na mesma.

Logo se ouve os sons de conversa de alunos entrando em sala, e ao levantar a cabeça Pedro nota que Matheus entra na sala com sua dupla inseparável, não há dúvidas de que se ele fosse o Cerberus, Letícia seria uma de suas cabeças. Os dois cochicham algo entre si e riem como se tivesse sido a coisa mais engraçada que os dois já ouviram em suas vidas, não demorou muito para o pesadelo de Pedro se concretizar e os dois virem em sua direção.

— Vi que a Gabi estava sozinha / sem você hoje no refeitório! Brigaram? – Matheus pergunta com uma voz calma e serena como quem não quer arrumar confusão, mas já arrumando.

— E o que você tem haver com isso? Sabe o que é bom? Com você por perto não preciso nem de câmeras de segurança, já que o representante é tão prestativo e presente! – Pedro retruca irritado, já imaginava onde Matheus está querendo chegar.

— nossa, você está arisco hoje né? Qual o motivo? Sua única amiga não te aguentou e você ficou sozinho? Que peninha! – Matheus diz e sorri como se tivesse ganho uma passagem para fora do país com tudo pago.

— Quem disse que ele não tem outros amigos? Eu sou o que então? – Lucca surge na conversa como quem tenta defender um amigo de uma humilhação.

— Namorado está treinado em! Tem mais o que pra te defender um cão de guarda? – Matheus diz e sai visivelmente irritado.

Pedro parece surpreso com a aparição de Lucca do nada na discussão entre ele e Matheus, o mesmo por sinal está visivelmente calmo e sem nenhuma expressão de raiva ou confusão em seu rosto. O mesmo por sua vez se senta a frente do possível novo amigo, êxita por um momento mas se vira em direção a Pedro que estava olhando o nada, totalmente distraído.

— Não gosto desse cara! Ele se acha extremamente superior as outras pessoas! Isso me irrita profundamente. – Lucca diz em uma tentativa de puxar algum assunto.

— tenho que concordar! Não sou muito fã de falar mal das pessoas, mas falar do Matheus não é dizer maldade, é fazer um bem pra sociedade! – Pedro diz como quem não se importa com qualquer opinião contrária.

— Agora a pergunta que fica é.... Porque vocês não se gostam? Da pra ver nitidamente que vocês não se suportam! – Lucca da continuidade. — mas só se quiser, se não a gente esquece a pergunta.

— A, não tem um motivo específico! Só acho que esse cara é um desserviço com essa arrogância toda! – Pedro diz e da de ombros. — Mas e você?

— Idem! – Lucca diz sorrindo.

Esse foi o único assunto que os dois colegas trocaram durante todo o restante da aulas do dia, e mesmo que quisessem e tivesse algum assunto muito bom que pudessem conversar, as últimas 4 aulas foram de matemática, que exige muita atenção e caso alguém respire um pouco mais alto, Oswaldo professor de matemática a 28 anos surtaria.

Não esquece de votar! 🔥

VIZINHO ( ROMANCE GAY )Where stories live. Discover now