Capítulo 14 - Parte 1

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Eu estou tão... tão... tão boazinha esta semana que quinta-feira pretendo postar a segunda parte deste capítulo, ok? :D

Ao capítulo...


* * * * *



Percebi a incógnita no rosto do homem a minha frente, apesar de ele tentar não aparentar nenhuma surpresa com o nome pelo qual eu o tinha chamado e que, com certeza, não o pertencia. Não era Téo quem estava ali e senti uma pontada de decepção. Também... O que ele poderia estar fazendo ali? Dando um passeio é que não seria, né?

— Raul García. É uma honra conhecer a senhorita. – e, em seguida, o rapaz inclinou-se para frente e fez uma reverência a mim, como se ele fosse o príncipe encantado e eu uma princesa. Não tive tempo algum para impedi-lo de fazê-lo porque ainda estava congelada analisando a semelhança entre ele e Téo.

Téo tinha mais músculos, parecia mais alto, seus olhos pareciam mais dourados... Ou talvez eu os tenha admirado muitas vezes e não pudesse admitir semelhanças. E os lábios. O inferior de Téo era mais carnudo. Por que andava pensando tanto em lábios? Estava escuro ali e conseguia perceber como era plenamente justificável a confusão entre os dois.

Senti falta do dia em que Téo simplesmente me abraçou quando descobrimos a verdade sobre a vovó. Algo parecido com o que estava acontecendo agora, mas eu não tinha seu abraço. Raul continuava parado e me senti mal por deixá-lo esperando. O que ele estava fazendo ali afinal?

— Raul, preciso ter uma conversa com a Giordana. Poderia me dar licença?

— Não julgo recomendado, senhorita West.

— Ah... Qual é o problema? Não posso incomodá-la em seu sono de beleza, é isso? Mas ela pode incomodar o meu? – respirei. — Raul, você não tem nada a ver com isso, mas está tudo errado... Ela não pode simplesmente invadir meus sonhos.

— A senhora Giordana invadiu seus sonhos? Com qual objetivo, senhorita? – esquisito...

— Raul? O que você faz aqui? Não trabalha para ela?

— Não, senhorita. Giordana jamais me contrataria. – ele puxou o capuz sobre a cabeça. — Lembra-se de algo ao me ver vestido deste modo? – Raul abaixou um pouco a cabeça e a imagem exata me veio à mente. Como podia ter esquecido?

A pessoa que surgiu com Maya no cemitério para desfazer o feitiço. Estava explicado porque Giordana jamais o contrataria, mas então, o que Raul fazia ali?

— Viemos para salvar a senhorita. – viemos? Salvar? — Compreendo perfeitamente as perguntas que se passam em sua mente, senhorita West, mas é compreensível que não tenhamos tempo para sanar todas. Peço que me acompanhe e terá algumas respostas.  - começamos a descer as escadas.

— Sou um peregrino e imagino que saiba que as viagens no tempo não podem ser muito duradouras. – ele deu um sorriso discreto e conspirador — A partir do instante em que passarmos por aquela porta – ele indicou-a com a cabeça — peço que fique em silêncio porque estaremos mais perto do território da... – ele me olhou, mais uma vez de maneira conspiradora — da rainha da morte. – sorri.

— Você é um peregrino e pode ler meus pensamentos. – brinquei. — Conheço bem.

Raul era muito mais agradável do que a rainha da morte, por que então a colocam para acompanhar o último momento das pessoas?! Provavelmente porque as pessoas que têm problemas com ela não podem voltar para fazer uma carta reclamatória.

A Maldição Gricem (Livro 2 - Saga A Herdeira)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora