Capítulo 13

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*** Lyra ***

Ai. Meu. Deus. Alguém. Me. Salva. Desse. Demente. Retardado. Ridículo. Porco. Coisado.

- ... Né? - ele perguntou, me olhando.

- É, com certeza, é - respondi, assentindo com a cabeça. Ele começou a lamber a colher de um jeito meio nojento. - Então, ahm... Você já namorou alguma vez na sua maravilhosa e super interessante vida?

- Já. Várias garotas. Mas não quer dizer que eu seja, tipo, um galanteador ou pegador, nada disso.

- Ahn, sei. Quanto tempo durou o namoro mais longo? - Por que eu estou perguntando isso? Porque eu quero saber qual foi o maior tempo que uma garota já aguentou ele.

- Uma semana. - Sabia! - É que sei lá, elas dizem que eu parecia ser um cara diferente. Mas eu não entendo! Sabe? Você acha que eu estou diferente do que eu era antes? - ele perguntou, mastigando o sorvete.

Cara, tu tá tomando sorvete, não mascando chiclete. Sorvete tem que sentir o sabor, a textura, a sustância... NÃO É PRA MASTIGAR COMO SE FOSSE UM QUIABO!!! EU NÃO SEI NEM O QUE É QUIABO DIREITO, NUNCA VI!! Ô PORRA!

- Não, você é como um vidro, transparente, eu soube que você era assim no momento em que te vi. - Se isso fosse verdade, eu não estaria saindo com ele, mas ok.

- Pois é. Você me entende, né?

- Entendo. Eu super entendo você.

- Somos dois românticos incompreendidos.

- Absolutamente.

Ele continuou falando umas merdas lá e eu fiquei observando um grupo de meninos que se pareciam muito com os meninos que eu conheço. Eu comecei a me soltar da cadeira e me inclinar pra frente pra conseguir enxergá-los. Meu Deus, acho que são eles. Sim, são eles. Graças a Deus. São. Eles.

- Lyra? Amor?

Me virei pra ele.

- O que disse?

- Eu te chamei, ué.

- Não, você me chamou de amor.

- Ah, chamei? É que nós já estamos meio que envolvidos e eu pensei qu...

- Ah, olha lá! São os meninos! David! - Comecei a abanar as mãos e eles me olharam, vindo até nós.

Graças a Deeeeeeeeeeus. Tô salva! Ole ole olaaaaaa. Abracei o David e ele sussurrou:

- O que foi? Por que tá com essa cara?

- Esse é o pior encontro da minha vida. O cara é o maior egocêntrico, preconceituoso, porco e nojento. Me leva embora - sussurrei de volta.

- Tadinha de você, Lyra. Qual é meu nome mesmo?

- David Porra.

- E a resposta está... errada. Meninos, acho que estamos atrapalhando a Lyra aqui, vamos deixá-la a sós com o... Chris.

- O que? - eu gritei e eles me olharam. - Não, gente, é que... Aqui tá tão divertido, sabe? Eu e o Chris - ele, que ainda estava sentado, me puxou, abraçando as minhas pernas -... Então... Fiquem! Demorou tanto pra vocês virem até aqui, um esforço enorme, né? E, como eu havia dito antes, aqui está muito divertido... E eu queria compartilhar essa diversão com vocês! É! Sentem aqui conosco! Eu vou pegar mais um sorvete pra mim, mas eu já volto!

- Lyra, o lugar pra pegar o sorvete é ali. - Nathan apontou para o balcão, que tinha um menino não muito bonito, nem muito feio. Um pouco mais velho que eu, todos os dentes na boca, sem espinha, umas olheiras pequenas mas que dá pra desconsiderar... Um bom partido, com certeza. - Você está indo para o banheiro.

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